Em Cascavel, drive-thru é estratégia de manter vendas e gerar renda para família

10 de junho de 2020 - 11:56 # # # #

Ascom SDA

Quando a pandemia desembarcou aqui no Estado do Ceará, a agricultora familiar Niedia Oliveira deixou de vender doces caseiros e hortaliças na rua para proteger os pais, do grupo de risco da Covid-19. A alternativa foi se valer dos amigos e antigos clientes para vender parte da produção na porta de casa. A venda, que funciona como uma espécie de drive-thru, encontrou nas redes sociais uma ferramenta de divulgação da produção agrícola, gerar renda e permanecer visível aos clientes.

As fotos dos potes com doces de mamão, banana, goiaba e caju ficam disponíveis no status do Whatsapp e custam R$ 10. Já a unidade dos ovos caipira vale R$ 0,60 e a beneficiária do São José ainda vende cheiro verde (coentro), com a sacola valendo R$ 5. “Nessa pandemia, vendemos mais pela comunidade. As pessoas acabam vendo o status e vem pegar. Mas o quintal, com abóbora, tomate, alface, banana, além das frutas, também serve de alimento para a nossa família”, informa.

“Conheci a Niedia em 2016, quando participei da implantação do reúso d´água de cinzas domiciliares (pelo Projeto São José) na propriedade dela. Na oportunidade, comprei doces e ovos caipiras e, de lá para cá, a amizade só se fortaleceu. Tanto que, sempre que passo perto, paro para adquirir os produtos”, revela Jacineudo Falcão, técnico do Projeto São José. “Infelizmente, nesse período de quarentena não podemos parar e descer para não levar risco para D. Socorro e seu Bento”, completa.

“Tudo mudou depois que o projeto de reuso chegou na nossa comunidade. A qualidade de vida aumentou e até o amor pela agricultura, e olha que esse sempre foi muito grande”, comemora a chegada da tecnologia social. Niedia representa uma das 15 famílias atendidas com projetos pilotos de reúso d´água de cinzas pelo Projeto São José. A experiência já recebeu, inclusive, as visitas do Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura (IICA) e de uma comitiva africana.

Tecnologia social

O reuso das águas de cinzas domiciliares é uma tecnologia social que aproveita o descarte d´água de pias e banheiros para o cultivo de hortifrutigranjeiros no quintal de casa. A partir da tubulação saindo da residência e aproveitando a inclinação do terreno, o descarte passa diretamente por uma caixa de gordura, capaz de reter óleos e resíduos domiciliares de grande tamanho. O restante desenboca por gotejamento num minhocário e é submetido a novas filtragens físicas e biológicas.

Após atravessar uma camada de húmus, o líquido penetra um metro e a força da gravidade faz a água atravessar camadas de seixo, brita, areia lavada e serragem. O resultado das filtragens segue por mais um encamanento e cai numa caixa d´água. O líquido rico em nutrientes é, então, bombeado em direção à horta da agricultora familiar, irrigando a horta com pés de cebolinha, hortelã, tomate, babosa, coentro, cebola, milho, tomate cereja, pimenta, dentre outros produtos na propriedade de Niedia.