Prevenção é fundamental para salvar vidas de bebês com cardiopatia congênita

11 de junho de 2020 - 14:10 # # # # #

Jéssica Fortes - Ascom Hospital de Messejana Texto e Foto

O diagnóstico precoce de uma doença aumenta as chances de um tratamento eficaz e qualidade de vida para o paciente. Para quem tem cardiopatia congênita, não é diferente. “Os pais devem ficar atentos aos primeiros sintomas, detectáveis ainda nos primeiros dias de vida, como pele de coloração arroxeada, dificuldade de ganhar peso e cansaço ao mamar ou durante alguma brincadeira”, alerta a coordenadora da pediatria do Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart (HM), Klébia Castelo Branco.

A cardiopatia congênita é um grupo de anormalidades na estrutura ou função do coração, que pode surgir nas primeiras oito semanas da gestação ou mais tarde, na infância. “Uma vez identificadas as alterações, o paciente deve ser encaminhado a um especialista em cardiologia pediátrica”, orienta a cardiologista do HM. O Hospital de Messejana, da rede pública da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), é referência no atendimento de doenças cardiopulmonares.

Desde bebê, Bruna Emanuely Diniz, de 6 anos, é acompanhada no Hospital de Messejana. A mãe, Aldina da Cruz Diniz, 36, diz que percebeu que a filha cansava ao mamar quando ela era recém-nascida. Moradoras do Crato, município no interior do Ceará, elas vieram à época ao Hospital de Messejana, em Fortaleza, para uma avaliação mais específica. Exames realizados no HM identificaram duas alterações no coração da criança.

A cardiologista Klébia Castelo explica que, na grande maioria dos casos, é possível fazer a correção definitiva nos primeiros dias de vida. “Outras cardiopatias necessitam de um acompanhamento mais prolongado, pois só podem ser corrigidas mais tarde”, ressalta. No caso de Bruna, as alterações no coração foram corrigidas em dois momentos. O primeiro e mais delicado ocorreu aos três meses de idade, quando houve a correção da coarctação da aorta, um estreitamento no grande vaso sanguíneo, que leva o sangue do coração para o corpo.

“A outra intervenção só podia ser feita com mais idade, que é a correção da comunicação intraventricular (CIV), um buraquinho na parede entre as câmaras inferiores do coração”, explica a cardiologista pediátrica, Isabel Cristina, chefe da enfermaria pediátrica do HM. A mãe de Bruna comemora o sucesso da última cirurgia, realizada na primeira semana de junho. “Essa é definitiva. Graças a Deus eu descobri cedo e hoje minha filha tem uma vida normal”, descreve Aldina da Cruz.

Diagnóstico precoce

Antes mesmo do nascimento do bebê, é possível identificar a existência de um problema cardíaco. Exames como o Ecocardiograma Fetal (ECG) e o Ultrassom Morfológico, realizados por um especialista em cardiologista pediátrica, devem ser parte da rotina do pré-natal. Após o nascimento, deve ser feito o Teste do Coraçãozinho. “Diagnosticar precocemente é o fator principal para que a criança cardiopata possa receber o atendimento correto e no tempo necessário. Isso colabora muito para tratamentos mais assertivos”, ressalta a cardiologista Isabel Cristina.

Serviço de Cardiologia Pediátrica do Hospital de Messejana

Contato: 85 3101-4169/ 85 3101-4108