Suspeitos de integrar esquema de golpes são presos no Ceará em 2ª fase da Operação Precatório

17 de junho de 2020 - 17:21 # # #

Ascom SSPDS

Uma operação em conjunto entre as Polícias Civis do Ceará e do Piauí resultou nas prisões de mais 11 pessoas envolvidas em um esquema de golpes no qual os criminosos se faziam passar por autoridades públicas, entravam em contato com as vítimas e repassavam informações falsas sobre o recebimento de precatórios. A segunda fase da Operação Precatório foi deflagrada, nesta quarta-feira (17), e cumpriu 11 mandados de prisão e mais oito de busca e apreensão em alvos localizados nos municípios de Maracanaú e Caucaia, ambos na Região Metropolitana de Fortaleza. Outros 13 suspeitos já haviam sido presos na primeira fase da ação, em março deste ano, no Ceará e no Distrito Federal.

Os alvos dessa segunda fase são pessoas responsáveis pela coordenação dos golpes, ou seja, aqueles que ficavam encarregadas por entrar em contato com as vítimas por telefone repassando informações sobre o recebimento dos valores. Conforme dados levantados durante as investigações, os criminosos se comprometiam em acelerar as ações judiciais em nome das vítimas, em troca, a pessoa precisaria repassar valores adiantados que seriam devolvidos ao final dos processos. O esquema, conforme o delegado Yan Brayner, delegado do município de Canto do Buriti e integrante da equipe de investigadores, era baseado em informações falsas em que os suspeitos se passavam por desembargadores e auditores para enganar as vítimas.

“A organização criminosa atuava de modo que os estelionatários que se passavam por servidores públicos forneciam o contato telefônico de outro estelionatário que se identificavam como desembargadores de diferentes tribunais do Brasil. Quando as vítimas entravam em contato com os supostos desembargadores, era lhes cobrado uma taxa cartorária, cujos valores variavam a depender do valor do precatório que cada vítima teria que receber. A maioria das vítimas eram pessoas idosas e bastante vulneráveis. Os suspeitos falavam que o motivo do contato se devia pela impossibilidade de comparecimento da vítima na sede do tribunal em virtude da pandemia do coronavírus, o que dava uma maior credibilidade ao golpe aplicado pelos estelionatários”, como explica o delegado Yan Brayner.

Balanço

Ao curso das investigações, a Operação Precatório identificou o modo de agir dos criminosos, os autores dos delitos e a estrutura da organização criminosa, bem como os locais de onde os golpes eram aplicados por telefone. A primeira fase tinha como objetivo a desarticulação do braço financeiro da organização criminosa que fazia as operações financeiras. Ao todo, 13 suspeitos foram presos no Ceará e Distrito Federal. Nessa segunda fase, além das prisões de 11 alvos apontados como chefes da organização, a Polícia Civil localizou uma residência que servia de central de telefonia de onde partiam as ligações para as vítimas. O imóvel está localizado na praia de Icaraí, no município de Caucaia.

A segunda fase da ação mobilizou 50 policiais civis do Piauí e do Ceará. A Operação Precatório contou com efetivo do Departamento de Polícia Judiciária Metropolitana (DJPM), da Delegacia Metropolitana de Maracanaú, além de equipes do 18º, 24º e 28º Distritos Policiais da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE). Pelo Piauí, as equipes que participaram da ofensiva fazem parte da Gerência de Polícia Especializada da Delegacia Geral de Polícia Civil, Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) e Diretoria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Piauí (DINT-SSP).

A investigação

Os trabalhos investigativos foram desenvolvidos pelas Gerência de Polícia Especializada da Delegacia Geral de Polícia Civil, Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), Delegacia de Combate aos Crimes Contra a Ordem Tributária e as Relações de Consumo (DECCOTERC) e Diretoria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública (DINT-SSP) do Piauí. Também integraram os esforços de investigação as Polícias Civis do Ceará, Distrito Federal e Santa Catarina, bem como os Tribunais de Justiça de Santa Catarina e do Piauí. No Estado de Santa Catarina, a ação policial contou com o apoio investigativo do Núcleo de Inteligência e Segurança Institucional do Tribunal de Justiça.

De acordo com os investigadores, há indícios de crimes praticados nos estados da Paraíba, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O inquérito policial é presidido pelo delegado Matheus Zanatta, gerente de Polícia Especializada da Delegacia Geral de Polícia Civil do Piauí. Ele investiga golpes em série praticados por criminosos que se passam por autoridades públicas (desembargadores, auditores), que entram em contato com as vítimas passando informações falsas sobre o recebimento de precatórios.