Hemoce é referência para tratamento de Doença Falciforme

22 de junho de 2020 - 13:17 # # # #

Natássya Cybelly - Ascom Hecomce - Texto
Roberto Pacheco - Arte Gráfica

O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará, Hemoce, da rede pública do Governo do Estado, é referência no tratamento de pacientes com Doença Falciforme. Cerca de 400 pessoas são atendidas nas unidades do hemocentro em Fortaleza e no interior e acompanhadas de forma permanente por hematologistas, assistentes sociais, ortopedistas, psicólogos e fisioterapeutas.

A Doença Falciforme é genética e hereditária, causada pela hemoglobina S. “Os pais que já possuem a alteração na hemoglobina passam para os filhos. A pessoa tem que herdar dois genes alterados, um do pai e um da mãe. Caso herde apenas um gene alterado e outro normal, ela será apenas portadora de traço falciforme, que não é doença. Caso a pessoa herde duas hemoglobinas S, ela será portadora da Anemia Falciforme. Se herdar apenas uma hemoglobina S e uma outra hemoglobina alterada, é portadora de Doença Falciforme”, explica a diretora de hematologia do Hemoce, Luany Mesquita.

Dores ósseas, palidez, olhos amarelados, baixa estatura e baixo índice de massa corporal são alguns dos sintomas da doença falciforme. Maria das Candeias, 21, descobriu a doença falciforme com quatro anos de idade e é uma das pacientes acompanhada pelo Hemoce. “Logo foi feito o meu exame e ficou comprovado que eu também tinha a doença. Desde então, passei a fazer o acompanhamento e com 18 anos tanto eu como meu irmão fomos atendidos pelo Hemoce”, disse.

Em Fortaleza, pessoas com até 18 anos são acompanhadas no Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), da rede pública da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), do Governo do Estado. Ao completar a maioridade, os pacientes são transferidos para continuar o tratamento no Hemoce.

Como a doença não tem cura, o tratamento precisa ser permanente para que os pacientes possam ter uma vida dentro da normalidade. A cada três meses, Maria vai ao Hemoce para fazer a consulta de rotina com os hematologistas. “O acompanhamento é essencial para qualquer portador, porque a gente recebe toda a atenção, fazemos uma bateria de exames com regularidade, como ultrassom, ecocardiograma, então a gente sente o cuidado dos profissionais e isso com certeza melhora a nossa qualidade de vida”, disse.

Diagnóstico e tratamento

O teste do pezinho, realizado nos primeiros dias de vida do bebê, é a principal forma de diagnostico da Doença Falciforme. Outro maneira para identificar é por meio do exame de sangue eletroforese de hemoglobina, feito em crianças com mais de seis meses e em adultos.

Adultos que têm sintoma ou suspeita da doença podem entrar em contato com o Ambulatório de Coagulopatias e Hemoglobinopatias do Hemoce pelo telefone (85) 3101-2310. A medicação correta, o acompanhamento com hematologistas e os exames periódicos diminuem consideravelmente as chances de complicações.

Atendimento domiciliar

Desde o início da pandemia do coronavírus, como medida de segurança e prevenção, o Hemoce passou a entregar a medicação dos pacientes em casa. A iniciativa tem o objetivo de evitar aglomerações de pessoas nas unidades e deslocamentos desnecessários. O serviço acontece em parceria com o Instituto Pró-Hemoce (IPH). O Hemoce faz, ainda, a coleta de sangue domiciliar para a realização de exames de rotina, como hemograma e avaliação da função renal e hepática.