PIB cearense cai 0,45% no 1º trimestre; queda da economia estadual deve ser menor que a do Brasil em 2020

30 de junho de 2020 - 15:23 # # # #

Pádua Martins - Ascom Ipece

No primeiro trimestre de 2020, o Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará fechou com queda de -0,45% em relação ao mesmo período de 2019, quando o índice ficou em 0,59%. O resultado já mostra o primeiro impacto na economia, em março, da pandemia do coronavírus (Covid-19), que inverteu as estimativas positivas para o PIB cearense – e do Brasil – ao longo do ano. A queda da economia estadual foi ligeiramente superior ao resultado brasileiro, de -0,3%. A previsão, em dezembro de 2019, era a de que o PIB do Ceará cresceria, este ano, 2,38%, maior, inclusive, que a nacional, de 2,25%. No entanto, agora a estimativa é de uma involução de -4,92% e de -6,50% para o Produto Interno Bruto do Ceará e do Brasil, respectivamente, em 2020. A intensidade da redução esperada para a economia estadual está inferior à projetada para a brasileira.

No acumulado dos quatro últimos trimestres, o PIB cearense apresentou alta de 1,77%, enquanto a nacional ficou em 0,9%. Já na comparação do primeiro trimestre deste ano com o quarto trimestre do ano passado, a queda é de -4,65, enquanto a nacional foi de -1,5%. Os dados da economia estadual e brasileira, bem como as estimativas para 2020, foram anunciados, na tarde de hoje (30), pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). A divulgação ocorreu em transmissão ao vivo em decorrência do coronavíurs e contou com a participação de jornalistas de diferentes meios de comunicação. Os analistas de Políticas Públicas do Instituto observaram que a recuperação da economia do Ceará deve ocorrer gradualmente, mas de forma mais rápida que a nacional, comportamento verificado em crises anteriores.

O analista de Políticas Públicas do Ipece Nicolino Trompieri Neto, que coordenou a equipe que elaborou o PIB, ao comentar a previsão de queda da economia cearense ser menor que a do Brasil em 2020, disse que, em grande parte, “isso se deve a trajetória de maior crescimento da economia cearense no período anterior à Pandemia; pelo processo de reabertura das atividades econômicas no Estado de forma gradual e responsável e das medidas do Governo Estadual para o processo de reaquecimento da economia”. Isso tudo somado ao equilíbrio fiscal do Estado, que permite a manutenção de investimentos públicos estruturantes – frisou. Fizeram parte da equipe responsável pelo PIB os também analistas Witalo Paiva e Alexsandre Lira e os assessores técnicos Cristina Lima e José Freire Júnior, todos da Diretoria e Estudos Econômicos (Diec) do Ipece.

Dos três setores que compõem o PIB – Agropecuária, Indústria e Serviços – o primeiro apresentou crescimento de 0,66% no primeiro trimestre de 2020 em relação a igual período do ano anterior, quando fechou em 1,74% (isso pelo valor adicionado, que é a contribuição ao produto interno bruto pelas diversas atividades econômicas, obtida pela diferença entre o valor de produção e o consumo intermediário absorvido por essas atividades). O setor de Serviços caiu -0,38% (contra 1,10% no primeiro trimestre de 2019), sendo que, dos seus seis segmentos, dois cresceram (alojamento e alimentação, com 1,23%, e outros serviços, com 3,40%) e quatro caíram: comércio (-1,4%); transportes (-0,01%), intermediação financeira (-0,45%) e administração pública, com -0,54%. A Indústria involuiu -0,81% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo trimestre de 2019 (-3,15%). Dos seus segmentos, Eletricidade, gás e água decresceram -8,89%; Transformação -0,4% e Extrativa vegetal -9,77%. A Construção civil fechou com 5,11%.

ÍNDICE

O PIB é um indicador que mostra a tendência do desempenho da economia cearense no curto prazo. Além do Ceará, mais sete estados brasileiros realizam o cálculo de sua economia trimestralmente: Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul e São Paulo, que utilizam a mesma ponderação das Contas Regionais. É calculado com base nos resultados dos três setores, Agropecuária, Indústria e Serviços, e desagregados por suas atividades econômicas. É importante ressaltar que, como indica somente uma tendência de crescimento ou arrefecimento da economia, suas informações e resultados são preliminares e sujeitos a retificações, quando forem calculadas as Contas Regionais definitivas, em conjunto com o IBGE e as 27 Unidades da Federação.