Seminário Gestão: aprendizagem híbrida traz novas possibilidades à prática docente

3 de setembro de 2020 - 09:31 # # # # #

Bruno Mota - Ascom Seduc

A Secretaria da Educação (Seduc) promoveu, nesta quarta-feira (2), a webinar “Princípios da educação online e aprendizagem híbrida”, marcando o encerramento do Seminário Gestão do Ensino no Contexto Atual: experiências e possibilidades. O evento online contou com a participação dos professores e pesquisadores Mariano Pimentel, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio); Felipe Carvalho, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ); e Raquel de Oliveira, da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da startup britânica Gigalime. O encontro foi mediado pela coordenadora de Formação Docente e Educação a Distância da Seduc, Vagna Brito.

A discussão do tema ocorre em meio ao contexto de ensino remoto, que vem sendo vivenciado pelas escolas das redes públicas estadual e municipais do Ceará, devido à pandemia da Covid-19. A Seduc, em constante articulação com as Coordenadorias Regionais de Desenvolvimento da Educação (Crede) e Superintendência das Escolas Estaduais de Fortaleza (Sefor), tem se empenhado em apoiar as escolas na tarefa de garantir a aprendizagem dos estudantes, por meio de documentos orientadores, ações formativas, estratégias de comunicação, parcerias e outras atividades.

Vagna Brito observa que o Seminário proporcionou experiências de diálogo e aprendizagem em rede. “Desde março de 2020, muito esforço vem sendo investido por professores e profissionais da educação a fim de realizar e qualificar essa forma de interação pedagógica, de forma a alcançar os estudantes e mantê-los vinculados à escola”, relembra.

Colaboração

Para Raquel de Oliveira, é necessário buscar entender o legado da conjuntura atual, que repercutirá na prática docente. “Não só o aluno precisa aprender a aprender, como nós também. Ensino híbrido não é apenas a soma do remoto com o presencial. O conceito principal é a personalização. O papel do professor muda, deixando de ser um banco de dados, para usar as informações como mediador, provocando a colaboração entre os alunos e atuando como mentor deles. É um convite a uma mudança da mentalidade. Que, antes de abrirmos as escolas, possamos abrir nossos códigos mentais, o currículo, e assim ressignificar o que seja a escola”, argumenta.

Mariano Pimentel considera que, no modelo híbrido, incentiva-se a presença, a participação e a colaboração dos estudantes com os colegas. “O conhecimento não é uma mensagem fechada como um produto. Mas, pode ser visto como uma obra aberta, em que se convida o aluno a cocriar os saberes, a partir da apropriação e da ressignificação. Para isso, há a necessidade de dialogar e interagir com os colegas, com a mediação do professor, saindo da perspectiva individualista de aprender sozinho, passando a discutir os conteúdos de forma coletiva. O professor deixa de estar predominantemente no papel de expositor, para ser um dinamizador do grupo”, explica.

Felipe Carvalho propõe a criação de situações de aprendizagem alinhadas com as práticas ciberculturais dos estudantes, de forma a potencializar a parceria e o engajamento em sala de aula. “Um dos caminhos para isso é analisar como os estudantes interagem, compartilham e produzem conteúdos na rede. Assim, podemos explorar múltiplas linguagens, não ficando presos apenas ao texto, mas também, aproveitando vídeos, imagens e áudios. A aprendizagem é potencializada pela partilha, pela interatividade e pela contraposição de ideias. Fomos formados numa lógica de ensino unidirecional, mas, podemos buscar outra forma de didática. Para isso, é preciso mudar a cultura docente, não ficando engessado e começando a pensar numa prática colaborativa”, observa.