HGF zera fila para transplante de córneas

21 de outubro de 2020 - 12:37 # # # # # #

Felipe Martins - Ascom HGF - Texto
Arquivo Pessoal - Foto Kamile Façanha - Arte Gráfica

“O HGF salvou a minha visão”, conta com alegria o biólogo e fotógrafo Sanjay Veiga, 35, passados os dias difíceis em que teve de enfrentar uma úlcera ocular causada por fungos. Há um ano, ele passou por um transplante de córnea no Hospital Geral de Fortaleza (HGF), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), do Governo do Estado. A satisfação de Sanjay é compartilhada pelos profissionais do Banco de Olhos do hospital, que, em setembro deste ano, alcançou novamente a marca “fila zero”.

“‘Fila zero’ é uma marca estabelecida pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) e indica que o paciente não precisa esperar mais de um mês por uma córnea”, explica a coordenadora da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante do HGF (CIHDOTT), Márcia Vitorino.

Desde 2016, a fila zerada é uma realidade no HGF para pacientes que precisam de transplante de córnea. Neste ano, porém, a espera por um transplante foi maior entre os meses de abril e agosto devido à pandemia de Covid-19. “Quando os casos da doença começaram a aumentar pelo País, o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) liberou a captação de córneas apenas em casos de morte cerebral, na qual também poderia haver o aproveitamento de outros órgãos”, explica Márcia.

Em setembro deste ano, o Banco de Olhos do HGF recebeu 33 córneas, número acima da média registrada em 2019, que foi de 32,5. “Por isso, hoje estamos felizes e aliviados. Só nos primeiros 15 dias de setembro, a fila caiu de 100 para 30 pessoas. A tendência agora é que continuemos com fila zerada indefinidamente”, afirma Márcia.

Uma nova chance

Assim como Sanjay Veiga, o maquiador e cabeleireiro Jackson Paixão, 19, também ganhou uma nova chance de enxergar e exercer sua atividade profissional após realizar um transplante de córnea no HGF. Morador de Caucaia, o jovem teve de passar pelo procedimento ao adquirir uma ceratocone, doença ocular progressiva que afeta o tecido externo ocular e dificulta a visão. “Graças a Deus, foi tudo tranquilo e rápido. Não passei muito tempo na fila e hoje minha visão está até melhor do que antes”, conta.

Natural Itapipoca, a 130 Km da capital cearense, a dona de casa Priscila Marques, 27, faz acompanhamento no HGF para receber mais uma córnea. Dessa vez, para o olho esquerdo. “Eu fiz a primeira cirurgia em 2019 e nunca tive problema de nada. Nunca senti dor. Nem na cirurgia, nem depois”, conta a mulher, elogioando o atendimento da equipe de Oftalmologia do HGF. “Elas (as médicas) são muito compreensivas, sabe? Quando eu ia triste, porque sofro preconceito por causa da minha vista, que é baixa, elas sempre me animavam. Acho isso incrível”, ressalta.

Conscientização

Um dos maiores desafios do CIHDOTT do HGF é conseguir o consentimento das famílias para a doação dos órgãos do ente falecido. Além lidar com a dor da perda, os parentes, muitas vezes, ficam na dúvida se o familiar gostaria de ser um doador. “Por isso, buscando sempre fazer campanhas de conscientização para que as pessoas dialoguem e informem os seus familiares sobre o desejo individual de doar os órgãos em caso de morte”, conta Márcia Vitorino.

Banco de Olhos do HGF

Fundado em 2006, o Banco de Olhos do HGF funciona 24 horas e é único banco de olhos público do Ceará. O serviço recebeu 390 doações em 2019 e é responsável por atender a população cearense e até de estados vizinhos.

 

Ouça:

Sobre a fila zerada para os transplantes de córnea, fala a coordenadora da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante do HGF (CIHDOTT), Márcia Vitorino.

Em setembro deste ano, o Banco de Olhos do HGF recebeu 33 córneas, número acima da média registrada em 2019, que foi de 32,5. Márcia Vitorino explica como é procedimento com as famílias para que se tenha autorização para que seja feito o transplante de córneas.

Um dos maiores desafios do CIHDOTT do HGF é conseguir o consentimento das famílias para a doação dos órgãos do ente falecido. Além lidar com a dor da perda, os parentes, muitas vezes, ficam na dúvida se o familiar gostaria de ser um doador, como destaca a coordenadora Márcia Vitorino.