Banco de perfis genéticos de vestígios do Ceará se mantém em 1º lugar no Norte e Nordeste
17 de dezembro de 2020 - 18:12 #coleta #crimes #DNA
Ascom SSPDS >
A Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), por meio do Núcleo de Perícias em DNA Forense, manteve o Estado na primeira colocação das regiões Norte e Nordeste, na modalidade “vestígios”, conforme dados do XIII Relatório da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG). A Perícia Forense já havia conquistado a primeira colocação regional da modalidade no último semestre. Atualmente, em números totais, o Ceará conta com 3.399 perfis genéticos cadastrados no Banco Estadual e ocupa o 9º lugar no ranking nacional. O dado foi divulgado pela RIBPG, na última sexta-feira (11).
Os bons resultados do Ceará referentes à coleta de vestígios de DNA de locais de crimes e vestígios coletados em vítimas de crimes sexuais, que somam 506 vestígios dessa categoria, representam mais que uma estatística de produtividade. Na prática, esses perfis genéticos se tornam provas cabais nas investigações que resultam em prisões e condenações de praticantes de crimes hediondos no Estado.
Crescimento
Conforme perito legista e supervisor do Núcleo de DNA da Pefoce, Júlio Torres, o Ceará vem crescendo e se consolidando entre os maiores bancos de perfis genéticos do País. “O uso de novas tecnologias, como estações automatizadas e robôs, tem ajudado ao Laboratório de DNA da Pefoce a evoluir nesse patamar de nível nacional, com a produção de mais laudos e, consequentemente, o auxílio na resolução de vários tipos de crimes aqui do nosso Estado”, explicou.
Além das coletas de vestígios biológicos de locais de crime, realizadas pelas equipes do Núcleo de Perícia Externa (Nupex) e dos exames de identificação humana e constatação de crimes sexuais realizados pela Coordenadoria de Medicina Legal (Comel), a Pefoce também realiza a coleta de DNA de presos condenados por crimes hediondos e dolosos com violência de natureza grave contra pessoa.
Agressor identificado
Em uma dessas atividades nas unidades prisionais do Ceará, foi coletado o DNA de um detento condenado e inserido o perfil genético no banco de perfis genéticos do Estado, em 2017. Já neste semestre, no mês de agosto de 2020, uma adolescente de 15 anos, vítima de crime sexual, passou por perícia médica e teve o material biológico coletado pela Pefoce. Ao final de todo o processamento realizado pelo Núcleo de DNA da Pefoce, o material genético identificado na vítima foi inserido no banco de perfis genéticos.
Após o cruzamento das informações, o sistema detectou a coincidência do DNA do detento com o DNA coletado na vítima, definindo a autoria do crime. O agressor já encontra-se preso pelo cometimento de outro crime, e, também responderá por estupro de vulnerável, crime de natureza hedionda.
De acordo com a delegada, Yasmin Ximenes Pontes, delegada adjunta da Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dceca), ter um banco de material genético é de extrema importância para as investigações da Polícia Judiciária, principalmente, para investigações de violência sexual. E foi justamente através desse instrumento que o crime contra a adolescente foi elucidado. “No crime sexual só tem a vítima e o agressor, que vai negar a acusação. Geralmente, não há testemunhas, e ter a prova técnica com o testemunho da vítima são elementos fortes para a condenação do agressor”, ressaltou.
Celeridade
O trabalho das equipes do Núcleo de DNA da Pefoce receberam um reforço para agilizar o serviço. O laboratório recebeu um novo equipamento, o “starlet”, uma plataforma automatizada que faz o processamento de até 84 amostras simultaneamente, o que dá mais agilidade ao trabalho pericial. Antes, uma amostra de material genético levava cerca de três dias para ser processada, agora, com o novo equipamento, esse tempo foi reduzido para aproximadamente quatro horas. O novo equipamento foi enviado para a Pefoce pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).
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