‘Paciente no centro do eixo’: projeto do HRSC dá protagonismo a pessoas em processo cirúrgico

15 de janeiro de 2021 - 17:37 # # # # #

Thiago Conrado - Ascom HRSC

Na enfermaria clínica, avalia-se o benefício que a presença do acompanhante trará ao paciente

Pacientes de processos cirúrgicos e seus familiares como parceiros na melhoria do serviço de saúde. Este é o mote do projeto Paciente no centro do eixo, implantado no Hospital Regional do Sertão Central (HRSC), unidade da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), do Governo do Ceará, para dar autonomia a quem precisa de cuidados.

Para humanizar o atendimento e colocar o cidadão cada vez mais no centro do processo, multisetores da unidade hospitalar se uniram para proporcionar uma melhor experiência ao paciente. “Esse projeto coloca o usuário no centro do eixo e visa a torná-lo empoderado de todas as etapas da cirurgia. Isso nada mais é do que o paciente conhecer todo o seu processo dentro do hospital e, consequentemente, do serviço”, explica o coordenador de enfermagem do Centro Cirúrgico Geral (CCG), Daniel Rodrigues. “É um cuidado mútuo, onde a equipe cuida do usuário e o paciente nos alerta sobre algo que está diferente do que foi informado inicialmente”, continua Rodrigues.

Participam também da iniciativa o Ambulatório, Clínica Cirúrgica, Centro de Traumatologia e Ortopedia (CTO), Nutrição, Psicologia e Serviço Social do hospital.

Vínculo afetivo

A agricultora Antônia Gonçalves de Oliveira, de 34 anos, e sua filha Thallia de Oliveira, de 14, moradoras de Tauá, município da região do Sertão dos Inhamuns, participaram da ação. Antônia acompanhou a filha dentro da sala de preparo, local que antecede a entrada do paciente na sala de cirurgia. Thallia precisou ser operada após sofrer uma fratura de fêmur em decorrência de um acidente de moto. “Foi uma experiência muito boa para mim e para minha filha. Se eu estivesse do lado de fora aguardando, eu ficaria muito preocupada e ansiosa. Graças a Deus estou perto dela. Nos sentimos mais tranquila”, afirma a mãe.

Para a psicóloga Renata Viana, a presença de um familiar no momento que antecede a cirurgia traz benefícios tanto para o paciente, como para o acompanhante. “A família, além de ser considerada uma extensão do paciente, tem um papel importante no tratamento. O vínculo afetivo entre os dois faz com que o acompanhante tenha maiores possibilidades de ajudar, acolher, escutar e até mesmo ajudar a equipe de saúde em relação à singularidade do paciente”, ressalta.

Como participar do ‘Paciente no centro do eixo’

Na enfermaria clínica, é avaliado se o paciente terá algum benefício com a presença do acompanhante. Também é solicitado uma interconsulta, aquela em que um profissional pede a outro especialista da própria unidade hospitalar, junto à área de psicologia, para avaliação de problemas cognitivos, de moderados a graves, e de outros cuidados especiais.

Caso a pessoa se enquadre no perfil, é liberada a presença do acompanhante dentro da sala de preparo. Menores de 18 anos têm direito à assistência, prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Entre os principais pontos trabalhados no projeto estão: admissão hospitalar; identificação segura; orientações sobre o processo cirúrgico; orientações da anestesia; visita pré-operatória; sala de preparo para cirurgia e cuidados com a ferida operatória.

Todos os temas são apresentados para pacientes que passam pelo Centro Cirúrgico Geral. Enquanto aguardam na sala pré-operatória, os usuários do serviço de saúde podem assistir a um vídeo produzido por uma equipe multiprofissional que explica, de forma objetiva, o caminho percorrido pelo paciente na realização de todo o processo da cirurgia.