Municípios do Ceará participam de projeto da Organização Pan-Americana para controle de sífilis congênita

19 de fevereiro de 2021 - 14:19 # # # # # #

Suzana Mont'Alverne - Ascom Sesa - Texto
Fabio dos Santos - Artes Gráficas

Os municípios de Iguatu e Itapipoca, no Centro Sul e Litoral Oeste do Ceará, respectivamente, foram selecionados pelo Ministério da Saúde (MS) e pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para projeto de controle da sífilis congênita, quando há infecção do feto durante gestação ou parto. A melhoria dos indicadores da doença, como a redução no número de casos, foi o critério das instituições para a escolha das localidades. O acompanhamento das cidades segue até setembro de 2021.

Com o projeto, a Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa) e a Universidade de Fortaleza (Unifor), responsáveis técnicos da iniciativa, planejam incentivar os municípios a pleitear recursos para fomentar ações de combate à sífilis congênita.

“É um incentivo para diminuir ainda mais os indicadores, a ponto de chegar a um índice aceitável”, argumenta Léa Maria Moura Barroso Diógenes, assessora técnica do GT IST/Aids e Hepatites Virais da Sesa. “Os profissionais passarão por treinamentos de manejo clínico para evitar a transmissão da sífilis para os bebês”, complementa.

Serão cobradas ações que visem à melhoria da cobertura neonatal, do número de testes rápidos realizados em gestantes, da busca de parceiros e ações educativas de prevenção.

Situação no Ceará

O Ceará enfrenta aumento significativo na taxa de incidência de sífilis congênita. De 2011 a setembro de 2020, foram notificados 11.843 casos em crianças menores de um ano de idade. A média de manifestação da doença em 2019, ano avaliado pelo MS e pela Opas, que trabalha com os países das Américas para melhorar a saúde e a qualidade de vida de suas populações, foi de 9,4 casos para mil nascidos vivos. Nesse mesmo período, somente Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Fortaleza registrou 13,1 casos por mil nascidos vivos. A taxa está acima da média estadual em toda a série histórica avaliada.

O indicador usado para detectar a sífilis congênita é o número de notificações em gestantes. “Esse aumento também pode retratar uma melhoria no diagnóstico precoce. Visto que, quando aumentamos a testagem rápida para as mulheres no pré-natal, bem como o aumento do acompanhamento da gestação, tende-se a uma detecção de sífilis em gestante maior. Com tratamento adequado, a gente alcança melhores taxas”, explica Léa.

A sífilis pode ser diagnosticada por meio do teste rápido disponível nos postos de saúde. Caso o resultado seja positivo, uma amostra de sangue deve ser coletada e encaminhada para a realização de exame laboratorial, que confirmará ou descartará o diagnóstico. O tratamento é feito com o uso de antibióticos.

Quando identificada precocemente (no estágio primário ou secundário), a sífilis pode ser tratada com penicilina e tem índices de cura muito altos. Sem tratamento, a doença pode evoluir, se espalhar pelo corpo e causar complicações mais graves para os pacientes infectados. A doença em estágio avançado pode manifestar lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, além de risco de morte.

“O uso correto da camisinha em todas as relações sexuais é a forma mais eficaz de prevenção da doença. O acompanhamento das gestantes e parcerias sexuais durante o pré-natal também contribui para o controle da sífilis congênita”, orienta a assessora técnica.

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