Médico Perito Legista: profissionais da Pefoce relatam o desafio e a dedicação com o ofício em meio à pandemia

7 de abril de 2021 - 17:03 # # # # #

Ascom Pefoce - Texto e Fotos

Em meio à pandemia ocasionada pela Covid-19, a atuação técnico-científica da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) foi uma das atividades do Estado que não parou. Prestando um serviço essencial para a sociedade como ferramenta em benefício da Justiça, o desempenho de todos os servidores da Pefoce é elementar para inúmeros tipos de investigações. Mas, na data de hoje, 7 de abril, a Pefoce ressalta o trabalho desempenhado por homens e mulheres médicos peritos legistas.

Atuando duplamente na linha de frente tanto no atendimento prestado na área da saúde como no serviço à segurança pública, subsidiando investigações, o médico perito legista Sângelo Abreu é servidor da Perícia Forense e também é médico na rede pública de saúde, no setor de emergência traumatológica. Com 25 anos de experiência na área, 14 deles como médico perito legista, Sângelo Abreu explica como tem sido exercer a medicina nesses dois contextos de atuação em meio a uma pandemia global.

Para Sângelo, a medicina é uma só. E através dela, ele aplica a ciência médica nessas duas atividades distintas, saúde e segurança. Ele conta que encontra um ponto em comum em ambas: salvar vidas, seja na recuperação dos doentes ou devolvendo a esperança para quem precisa de justiça. Em sua rotina de trabalho, o médico conta que tem sido difícil trabalhar na linha de frente do enfrentamento da Covid-19, mas que ele abraça as duas missões tendo como gratificação o resgate dessas vidas.

“Na Medicina Legal a gente observa, por exemplo, nos casos de violência doméstica contra mulheres, que muitas delas são agredidas e chegam também muito abaladas psicologicamente. Quando a gente faz esse tipo exame, sentimos gratidão e senso de justiça por colaborar para a investigação, afastamento e prisão do agressor, a partir desse afastamento, a vítima pode buscar uma nova vida”, conta.

Desafios durante a pandemia

“Atuar em meio a uma pandemia nos atinge de diversas formas, no nosso lado profissional, humano e pessoal. Nós, médicos, somos humanos, cansamos, adoecemos, nossos familiares adoecem, presenciamos a angústia dessas famílias, e da nossa família também. Tudo isso gera uma mistura de sentimentos. E mesmo nessas circunstâncias a gente segue atuando no nosso compromisso”, conta, Sângelo Abreu.

Para a médica perita legista Verbena Matos, médica há 22 anos e servidora da Pefoce desde 2008, a necessidade de desempenhar suas habilidades médicas durante a pandemia é um momento bastante desafiador e delicado, mas que é um chamado vocacional que ela atende com amor.

“Eu acho que todo mundo está vivendo um momento muito particular, e todos devem contribuir para que possamos sair dessa situação, mesmo com o receio de trabalhar todo dia, com risco biológico, a gente tem que fazer com amor pela profissão. É um compromisso que temos pela verdade e pela justiça”, relata.

Medicina com Justiça

Para Verbena Matos, desempenhar a função de médico perito legista é transformar as suas habilidades em respostas, e esse é o objetivo do seu trabalho, conta ela. “Quando a gente vê o nosso laudo sendo utilizado no subsídio concreto, gerado com resultados irrefutáveis, inquestionáveis sobre um determinado fato, dando a resposta sobre o que aconteceu, temos a gratificação do nosso empenho”, conta.

A médica perita legista fala um pouco de sua percepção sobre o seu ofício. “O médico não tem profissão, ele tem uma vocação, para mim é uma vida. Se eu não fosse médica, eu não me imaginava fazendo outra coisa. Quanto à Medicina Legal, eu gosto de coisas muito corretas e não gosto de injustiça. Se não houvesse a Medicina Legal, muitas injustiças iriam acontecer em diversas esferas da sociedade. Medicina para mim é a vida, e a Medicina Legal é o fazer medicina com justiça”, disse.