Biblioteca da SSPDS completa cinco anos com ações de incentivo à leitura

26 de abril de 2021 - 11:27 # # # # #

Ascom SSPDS - Texto

O gosto pela leitura ganhou um novo fôlego em todo o mundo com a pandemia do novo coronavírus. Prestes a completar cinco anos de fundação, a biblioteca da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), gerida pela Coordenadoria de Gestão de Pessoas (Cogep) do órgão, se firma como um dos espaços de incentivo à atividade de leitura para servidores, forças de segurança e estudantes dos colégios militares.

Ao longo de meia década, a biblioteca mantém em seu acervo 1.034 obras, entre livros, filmes e arquivos de músicas, todos recebidos via doação de servidores e público externo. “Temos vários segmentos de livros aqui na biblioteca. Tem [livro] da área de segurança pública, mas também existem livros relacionados à saúde, autoestima, cultura, ficção e romance. Nosso acervo é bem variado e atende todo o nosso público”, detalha Nathalya Oliveira, do Núcleo de Qualidade de Vida (NUQUAV) da COGEP, setor que administra o equipamento.

As obras disponíveis no acervo são frutos de doações feitas por integrantes das forças de segurança, servidores e até artistas da sociedade civil, sem nenhum custo adicional ao Governo do Ceará. A procura, ao longo dos cinco anos, é intensa. Atualmente, existem cerca de 270 usuários e 299 empréstimos cadastrados na plataforma Biblivre, desenvolvido pela Coordenadoria de Tecnologia da Informação e Comunicação (Cotic) da SSPDS. É lá que o público alvo do equipamento pode acessar o acervo da biblioteca. “O sistema permite que o leitor fique com o livro por cerca de 15 dias, sendo que ele pode nos procurar para fazer a renovação antes do prazo de devolução. Com isso, a obra pode ficar por mais 10 dias com o usuário”, explica Nathalya Oliveira.

O coronel da Polícia Militar do Ceará, Marco Aurélio Macedo de Melo, publicou sete livros como o “Estatuto dos Militares Estaduais do Ceará Comentado” e o “Vademecum Disciplinar”, além de aguardar a publicação de outros seis trabalhos. A cada lançamento, uma obra é doada ao acervo da biblioteca. “A leitura é muito importante para todos nós. Quando fazemos isso, estimulamos a nossa criatividade, o livro trabalha a nossa imaginação, exercita a nossa memória e ainda contribui com o aumento do vocabulário e melhoria da escrita. Essa leitura pode ser feita no livro de papel, convencional e no livro digital. Esse acervo da SSPDS é muito relevante nesse sentido, estimula que os servidores sempre busquem e aprimorem seus conhecimentos. É um espaço necessário”, define.

Toda manifestação cultural é válida, segundo o militar. Entretanto, segundo o coronel Aurélio, “a leitura é diferente de todas as outras, incluindo o cinema. Nos filmes, você é um espectador, mas quando lê um livro, você se torna um coautor da história. Dá para imaginar os personagens, o modo de falar e as emoções que o autor narra nas páginas. Tudo isso, você vivencia, você caminha com os personagens. A leitura tem um potencial enorme de tornar o leitor um coautor. Leiam mais livros, sejam dramas, ficção, romance e até história em quadrinhos. Quando se lê, a memória melhora, toda a vida melhora. Quem não lê, mal ouve, mal fala, mal enxerga”.

O delegado da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), Leonardo Barreto, é outro entusiasta dos livros e do acesso à leitura. Decidido a compartilhar com a sociedade, com uma linguagem simples, sem “academicismos”, a pesquisa realizada durante o mestrado em Planejamento e Políticas Públicas concluído na Universidade Estadual do Ceará (Uece), ele escreveu o livro “Crime e Cidade: chacina das Cajazeiras”.

“A proposta da obra é, acima de tudo, democratizar a leitura. Não é um livro técnico, dogmático, mas um livro para todos os públicos. Eu fiz um estudo baseado em grande parte na estatística do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) em 2018, ano em que a chacina aconteceu, traçando um perfil dos envolvidos em homicídios e das vítimas. O livro também avalia quais são as políticas públicas mais impactantes no combate à criminalidade. Estudamos o impacto de cada fator na redução de homicídios. Além disso, compartilhamos o passo a passo da investigação, que identificou e prendeu todos os participantes da chacina”, detalha.

Além de atender os servidores das forças de segurança e os familiares dos servidores da SSPDS, a biblioteca serve também aos alunos dos colégios da Polícia Militar do Ceará (PMCE), do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE) e também da Escola Estadual de Educação Profissional Presidente Roosevelt, que fica próxima da sede da SSPDS, na Avenida Bezerra de Menezes.

Para fazer doações, basta procurar a Cogep pelo telefone (85) 3101-6584. “Já recebemos volumes até repetidos. Por causa disso, expandimos as ações de incentivo à leitura para as unidades da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops), em Sobral e Juazeiro do Norte. Cada uma conta com uma biblioteca”, completa Nathalya Oliveira.

Self-service da leitura

Anualmente, a biblioteca organiza ações para promover o incentivo à leitura dos servidores da pasta. Em anos anteriores, feiras culturais, visitação de estudantes dos colégios militares ao espaço e até participação na Bienal do Livro do Ceará já ocorreram. Desde o começo da pandemia de coronavírus, para evitar aglomerações, as atividades culturais foram suspensas.

Em 2021, para celebrar o quinto ano, o equipamento planeja um “self-service de leitura”, onde livros ficarão espalhados nos corredores da SSPDS, prontos para empréstimo. “O servidor pode pegar um livro e levar para casa. Para isso, vamos deixar um formulário onde o interessado coloca seu nome, contato e o registro de tombamento da obra”, explica a representante da biblioteca.

Dia Mundial do Livro

O Dia Mundial do Livro é celebrado em 23 de abril, em homenagem ao escritor castelhano Miguel de Cervantes, conhecido por sua obra-prima “Dom Quixote”. A data foi escolhida em razão do dia de falecimento do autor. Desde 1995, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) transformou a celebração em evento internacional.

Em um ano de pandemia, o interesse pela leitura cresceu 38,8% até março de 2021 no Brasil, segundo o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel). Em alguns países, esse número dobrou, provando que a literatura é um incentivo para exercitar a imaginação durante o período de isolamento social.