HGCC realiza teste do pezinho para bebês nascidos ou não na unidade

29 de junho de 2021 - 13:54 # # # # # #

Wescley Jorge - Ascom HGCC - Texto
Thiago Freitas - Fotos

De janeiro a maio de 2021, o HGCC já realizou mil testes do pezinho. No mesmo período de 2020, foram 948 exames

O teste do pezinho – ou triagem neonatal – deve ser feito em todo bebê entre o terceiro e o quinto dia após o nascimento. No Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC), da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), o exame, que possibilita o diagnóstico precoce de seis doenças, é realizado em nascidos ou não na unidade. O ambulatório funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 15h.

A dona de casa Assisneide Silva Araújo, de 28 anos, teve o primeiro filho no HGCC e foi informada que o hospital realizava o teste para todos os bebês. Com o nascimento da segunda filha, Isabella, ela retornou ao hospital, no setor ambulatorial, para fazer o exame da recém-nascida. O parto foi realizado no Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), porque as contrações iniciaram quando Assisneide estava em Aquiraz, município vizinho. “O exame é muito importante para detectar alguma doença que o bebê possa ter”, reforça a mãe.

O teste é realizado por pessoal treinado em coleta e acolhimento aos recém-nascidos. Inicialmente, é feito um cadastro. Depois, a mãe ou responsável recebe comprovante de coleta com o código do paciente e senha para recebimento do resultado via Internet. “Esse serviço é importante para propiciar mais agilidade e conforto para a mãe ou responsável do recém-nascido, evitando o deslocamento para receber o resultado do exame”, destaca o chefe do Centro de Patologia do HGCC, Daniel Soares.

O material colhido é enviado ao Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen) e o prazo para recebimento é de 30 dias após a coleta. Soares explica que o teste realizado no HGCC vai além da coleta de material. “Existe também um serviço de acompanhamento com busca ativa de pacientes com resultados alterados para encaminhamento e atendimento em Unidade Especializada, fazendo com que seja dada cobertura integral à saúde do recém-nascido”, enfatiza.

O resultado do teste do pezinho é divulgado via Internet em até 30 dias após a coleta

De janeiro a maio de 2021, o HGCC já realizou mil testes do pezinho. No mesmo período do ano passado, foram 948 exames.

Ana Daniele Vitorino, chefe de Neonatologia do HGCC, esclarece as principais dúvidas relacionadas ao teste do pezinho.

Confira entrevista:

Qual a importância do teste do pezinho?

A triagem neonatal a partir do teste do pezinho é um conjunto de ações preventivas, responsável por identificar precocemente indivíduos com doenças metabólicas, genéticas, enzimáticas e endocrinológicas, para que estes possam ser tratados em tempo oportuno, evitando as sequelas e até mesmo a morte. Além disso, propõe o gerenciamento dos casos positivos por meio de monitoramento e acompanhamento da criança durante o processo de tratamento.

As pessoas com distúrbios e doenças detectadas são acompanhadas por equipes multidisciplinares em serviços especializados, visando à saúde integral, redução da morbimortalidade e melhoria da qualidade de vida.

Quando deve ser realizado?

Entre o terceiro e quinto dia de vida do recém-nascido.

Quais são as principais doenças que o teste detecta atualmente e como evitá-las?

-Fenilcetonúria
-Hipotireoidismo congênito
-Fibrose cística
-Hemoglobinopatias
-Deficiência de biotinidase
-Hiperplasia adrenal congênita

Para cada doença, há um tratamento específico.

Num hospital como o HGCC, de que forma o teste do pezinho pode orientar o acompanhamento do recém-nascido?

Se for detectada alguma doença pesquisada no teste do pezinho, a criança é encaminhada ao especialista para o tratamento e acompanhamento adequado, como geneticista, endocrinologista, hematologista.

Além do teste do pezinho, há outros exames, como “coraçãozinho” e “ouvidinho”. De que forma esses exames favorecem o desenvolvimento da criança?

Esses exames fazem parte do programa de triagem neonatal que contempla a população de 0 a 28 dias de vida, instituído pelo Ministério da Saúde. A partir da identificação de alterações dos testes, pode-se iniciar o tratamento adequado, visando a minimizar riscos ou complicações advindas da condição identificada.