Leishmaniose visceral, conhecida como calazar, tem tratamento e pode ser prevenida

10 de agosto de 2021 - 15:06 # # # # #

Suzana Mont'Alverne - Ascom Sesa

A leishmaniose visceral, também conhecida como calazar, é uma doença que requer atenção, principalmente porque, se não tratada, pode evoluir a óbito em mais de 90% dos casos. Nesta terça-feira (10), data que marca a Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) incentiva a prevenção e a adesão ao diagnóstico oportuno da doença. No Estado, 262 casos foram confirmados de janeiro de 2020 a julho deste ano. Ao todo, 14 mortes foram registradas neste período.

Em humanos, a leishmaniose visceral pode ser assintomática ou apresentar sintomas como febre, anemia, aumento do fígado e do baço, manifestações hemorrágicas, perda de peso, taquicardia, tosse seca e diarreia. A doença não é contagiosa, ou seja, uma pessoa não pode transmitir para outra; animais também não transmitem para outros nem para seres humanos. A transmissão do parasita ocorre apenas por meio da picada do flebotomíneo infectado – insetos pequenos, de cor amarelada, do mesmo grupo de moscas e mosquitos.

Em áreas urbanas, os cães são a principal fonte de infecção. Os animais, quando sintomáticos, podem apresentar apatia, perda de peso, queda de pelo, febre, fraqueza, problemas renais, crescimento exagerado das unhas, dificuldade de locomoção, lesões oculares e diarreia. Dentre as medidas preventivas direcionadas à população canina, estão: permitir o acesso das autoridades sanitárias ao domicílio para testagem dos cães e adotar a posse responsável dos animais.

Prevenção

São recomendadas como medidas de prevenção: limpeza de quintais e terrenos, eliminação de resíduos sólidos orgânicos, uso de inseticida para controle químico, mosquiteiros e telas em portas e janelas, além de evitar exposição nos horários de atividade do transmissor (início do dia e ao anoitecer) e fazer uso de repelentes.

“Caso suspeite da doença, é fundamental que o ser humano procure a unidade de saúde mais próxima para diagnóstico e tratamento oportunos; e os tutores de cães devem adotar a posse responsável, não permitindo que os animais fiquem soltos nas ruas”, indica a médica veterinária e assessora técnica da Célula de Vigilância Epidemiológica da Sesa, Kellyn Cavalcante.

Diagnóstico e tratamento

Apesar de grave, a doença tem opções terapêuticas gratuitas disponíveis na rede pública de saúde. “O tratamento baseia-se no uso de dois medicamentos: o Antimoniato de N-metil Glucamina (Glucantime) e Anfotericina B Lipossomal”, detalha. “O diagnóstico laboratorial da leishmaniose visceral humana pode ser realizado por meio de técnicas parasitológicas e imunológicas, por meio de teste rápido imunocromatográfico”, complementa.