Professores da Uece estão à frente de sete projetos de Clusters Econômicos de Inovação

16 de agosto de 2021 - 15:39 # # # # # # # #

Ascom Uece - Texto

O conhecimento produzido na Universidade tem o poder de transformar a sociedade e de gerar desenvolvimento socioeconômico. Consciente da importância da pesquisa científica, a Universidade Estadual do Ceará (Uece) conta com sete professores pesquisadores inseridos no projeto Clusters Econômicos de Inovação, iniciativa do Governo do Ceará realizada por meio da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet), da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece), da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap) e da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece).

Os pesquisadores da Uece estão à frente de sete projetos do Clusters Econômicos de Inovação em três grandes áreas: Cadeia da Saúde, Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e Turismo. Eles elaboraram estudos e mantiveram diálogos com empresários dessas áreas para identificar os grandes problemas que cada setor enfrenta e, assim, estimular os empreendedores a apresentarem soluções inovadoras para essas questões.

Na área da Cadeia da Saúde, foram apresentadas, como problemas, a “Gestão ineficiente de dados da saúde”, que tem como pesquisadora regional a professora Gláucia Posso, a “Dificuldade na predição da sepse”, com o professor Celestino Júnior, e a “Elevada contaminação na utilização de dispositivos de geração de ambientes climatizados”, cujo pesquisador regional é o professor Márcio Mota, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Administração e ao Mestrado Profissional em Gestão em Saúde.

Na área de TIC, foram apresentados os seguintes problemas: “Dificuldade de implantação e gerenciamento remoto dos projetos de inovação”, “Competitividade das empresas no gerenciamento Multicloud” e “Insegurança de dados sensíveis nas empresas de TIC (risco de vazamento de dados)”. À frente desses problemas, está o professor do curso de Ciência da Computação da Uece e pesquisador regional do Cluster TIC Fortaleza, Rafael Lopes.

Já na área de Turismo, com o problema “Desconexão entre os territórios”, está a professora Ana Augusta Ferreira de Freitas, membro do corpo permanente do Programa de Pós-Graduação em Administração e pesquisadora regional do Cluster de Turismo da Grande Fortaleza 1.

Soluções

Os professores inseridos do projeto são unânimes em afirmar que a participação da Uece nos Clusters Econômicos de Inovação é fundamental para levar à sociedade os conhecimentos específicos obtidos por meio das pesquisas acadêmicas, proporcionar o intercâmbio entre a academia e o setor produtivo e contribuir para a inovação e o desenvolvimento socioeconômico do Ceará.

“O fato de a Uece estar inserida nesse tipo de iniciativa faz com que possamos atuar diretamente nos ecossistemas de inovação do Estado, ampliando a interação entre academia, setor produtivo e governo. Além disso, a participação de professores da Uece no projeto impulsiona a criação e a incubação de startups oriundas de alunos da Universidade”, destaca o professor Rafael Lopes. “Há diversos pesquisadores na Uece que podem usar o conhecimento e a experiência nas mais diversas áreas de atuação e agregar valor às soluções das cadeias produtivas”, acrescenta o professor Márcio Mota.

A professora Gláucia Posso enfatiza que o projeto Clusters Econômicos de Inovação é importante para mostrar que o pesquisador da Universidade, com os seus conhecimentos acadêmicos, pode proporcionar soluções de problemas que estão sendo apresentados pelo meio empresarial e pelo meio público. “Nós podemos ajudar a solucionar esses problemas. Nós não atuamos somente para a pesquisa acadêmica. Nós também podemos promover empreendedorismo. A grande importância é esse diálogo entre a academia e o empreendedorismo, a promoção de soluções junto ao meio empresarial. A Uece também contribui nesse processo mobilizando os nossos estudantes, sejam eles da graduação ou da pós-graduação, para que eles participem propondo soluções para esses problemas. Nós estimulamos o espírito empreendedor junto aos nosso alunos. A ideia dos clusters é que as equipes participantes se tornem startups”, diz.

Impacto sobre vidas

O professor Celestino Júnior, que está à frente do problema “Dificuldade na predição da sepse”, fala com entusiasmo sobre o impacto que as pesquisas e soluções nesta área podem ter sobre a vida das pessoas: “A sepse é uma doença que tem alta taxa de mortalidade. Se conseguirmos detectá-la precocemente, antes que ela se desenvolva, poderemos salvar milhões de vida. A Uece está contribuindo de forma muito sustentável nesse cluster, pois tem um laboratório – o Laboratório de Redes de Computadores e Segurança (Larces) – que, há mais de dois anos, está trabalhando com essa doença. Estamos com uma equipe de altíssimo nível para propormos essa solução. Em nível mundial, ainda tem muita coisa sendo feita sobre esse assunto”.

De acordo com ele, o uso de inteligência artificial, algoritmos estatísticos e protocolos internacionais sobre diagnóstico de sepse podem contribuir para mudar o desfecho da doença. “Nós estamos trabalhando para chegarmos a uma solução que possa acertar, com boa margem de erro, a possibilidade de alguém entrar em sepse. Usando inteligência artificial, algoritmos estatísticos e protocolos internacionais sobre diagnóstico de sepse, podemos oferecer ao paciente a possibilidade de aviso de que ele vai entrar em sepse. Isso é muito importante, pois a doença depois de instalada, tem uma alta taxa de mortalidade. Se a gente consegue detectar isso a tempo, os remédios, os antibióticos, todo o procedimento médico vai ser muito mais exitoso”, conta.

Formação direcionada

Outro ponto destacado pelos professores é a formação de qualidade que a Uece proporciona aos seus estudantes, direcionando o conhecimento para os problemas demandados pelos setores produtivos, de modo geral, estimulando, de modo constante, o empreendedorismo e a inovação.

“A Uece como instituição de ensino superior atua diretamente na formação de alunos com as competências necessárias para desenvolver as soluções inovadoras esperadas. Adicionalmente, o processo existente de inovação da Universidade oriundo das ações da IncubaUece e do NIT possui papel crucial para dar suporte à maturação das soluções, tanto durante o desenvolvimento, quanto posteriormente ao programa Clusters de Inovação”, afirma o professor Rafael Lopes.

A professora Ana Augusta lembra que “há um claro entendimento sobre a importância do conhecimento científico para o alcance do progresso técnico e a diminuição do ciclo de inovação, que exige práticas de cooperação tecnológica”. De acordo com ela, “a Universidade, por meio dos seus professores, participa com a oferta de competências que devem apoiar a geração e difusão dessas inovações”.

Proximidade com o setor produtivo

A professora Ana Augusta também reforça a importância do contato com os setores produtivos para que as soluções propostas realmente atendam às suas demandas: “O problema foi selecionado pelos atores do setor produtivo, o que o torna legítimo em termos de ser uma ‘dor’ que o setor produtivo do Turismo do estado pretende ver resolvida”.

O professor Rafael Lopes também reforça a importância da proximidade com o setor produtivo e do envolvimento das instituições de ensino no processo de seleção dos problemas. “Os problemas foram selecionados a partir de uma ampla discussão organizada pela Sedet, envolvendo pesquisadores de universidades do Estado, representantes do setor produtivo e membros de instituições governamentais. A decisão por escolher os 3 problemas do cluster de TIC – Fortaleza se deu pela identificação de lacunas tecnológicas existentes que podem limitar a expansão das empresas de TIC do Estado no que se refere a aspectos-chave de Segurança da Informação, Computação em Nuvem e Gestão de projetos de Inovação”.

O professor Márcio Mota, por sua vez, conta que o problema “Elevada contaminação na utilização de dispositivos de geração de ambientes climatizados” foi escolhido por haver um alto nível de contaminação no ambiente por desenvolvimento de fungos e microrganismos e uma ampla contaminação e dispersão de microrganismos causadores de doenças virais e alérgicas. “Portanto, há uma forte demanda de serviços para descontaminação de ambientes climatizados em situações pandêmicas e pós-pandêmicas”.

Como participar

Para participar do projeto Clusters Econômicos de Inovação, os interessados deverão inscrever seus projetos exclusivamente pela Internet, utilizando o formulário eletrônico disponível no site: http://www.sct.ce.gov.br/corredoresdigitais. As inscrições estão divididas em dois grupos: Grupo 1, com inscrições de 15 de julho a 22 de agosto, e Grupo 2, com inscrições de 16 de agosto a 15 de setembro.

“Estamos buscando interessados com perfis de formação heterogêneos que em conjunto possam cooperar para desenvolver soluções capazes de superar os problemas selecionados”, reforça o professor Rafael Lopes. “Aguardamos pessoas que tenham expertise na área e que demonstrem forte interesse em transformar suas ideias em grandes negócios”, acrescenta o professor Márcio Mota.

Serviço

Projeto Clusters Econômicos de Inovação
Inscrições:
Grupo 1: de 15 de julho e 22 de agosto
Grupo 2: De 15 de agosto a 15 de setembro
http://www.sct.ce.gov.br/corredoresdigitais
Confira aqui edital completo e onde se inscrever.