Cegás discute parceria com ITA, UFC e Embraer para uso do hidrogênio verde em combustível de aviação
15 de setembro de 2021 - 16:50 #biorrefino #complexo do pecém #São José dos Campos #setor aéreo
Paulo Mota - Ascom Cegás
O presidente da Cegás, Hugo Figueirêdo, reuniu-se, em São José dos Campos (SP), com o reitor do ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica), Prof. Anderson Ribeiro Correia, com o objetivo de iniciar as discussões sobre parcerias tecnológicas com vistas à produção e distribuição de hidrogênio verde (H2V) destinado ao setor aéreo no Ceará.
Participaram também da reunião, o reitor da UFC (Universidade Federal do Ceará), Prof. Cândido Albuquerque, o pró-reitor de Relações Internacionais e Desenvolvimento Institucional da UFC, Prof. Augusto de Albuquerque, representantes do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) da Força Aérea Brasileira (FAB) e da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer).
Segundo Figueirêdo, as instituições participantes do encontro têm potencial para desenvolver no Ceará um centro multidisciplinar de pesquisas, envolvendo tecnologias relativas ao hidrogênio verde, particularmente o destinado ao setor aéreo.
Recentemente, a Embraer divulgou novas imagens e deu detalhes sobre sua mais nova aeronave. O modelo é um turbo-hélice que será voltado para a aviação regional, e entre as principais novidades anunciadas estão a posição dos motores do avião, que serão instalados na cauda da aeronave, e a possibilidade de abastecimento com hidrogênio.
De acordo com o presidente da Cegás, o biorrefino, contando com a demanda futura por combustíveis mais limpos para frotas pesadas e aviação, é um dos caminhos para desenvolver atividades industriais a partir do hidrogênio verde.
Desde o início do ano, Governo do Ceará, UFC e Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) trabalham em conjunto na modelagem e implantação de um hub (polo de distribuição) da cadeia de hidrogênio verde que inclui o Complexo Industrial e Portuário do Pecém.
O hub já conta com cinco empresas oficialmente interessadas: Enegix, White Martins, Qair, Fortescue e EDP, além de mais de uma dezena de companhias em negociação.
Aposta mundial de matriz energética renovável, o hidrogênio verde é alvo de metas ambiciosas de utilização em países como Alemanha, França, Estados Unidos, China e Japão para os próximos anos.
Perspectivas
Em 2020, a Cegás sediou seminário nacional do ProQr, um programa do Governo Federal, articulado com o governo alemão, que tem como objetivo desenvolver projetos de combustíveis alternativos sem impactos climáticos para a aviação.
Organizado pelo Governo do Ceará, por meio da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet) e da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece), o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Fraport e a GIZ, Agência de fomento e inovação da Alemanha, o evento reuniu pesquisadores, empresas e discutiu um arranjo institucional para implantar a primeira planta piloto de combustíveis alternativos para a aviação no Ceará.
A ideia dessa planta piloto é implantar uma rede de energia elétrica renovável (eólica ou solar) para produzir a partir da água do ar, o Hidrogênio, e produzir o bioquerosene de aviação com as especificações que superem as exigências da regulação mundial.
Figueirêdo afirma que a Cegás espera ser pioneira no Brasil com a injeção de hidrogênio verde na sua rede de distribuição, tal qual fez com o biometano, em 2017. “Acreditamos que, da mesma forma que a Cegás foi a primeira a injetar o biometano na rede, seremos a primeira distribuidora a injetar ou ter uma operação de hidrogênio verde 100%”.
O reitor da UFC destacou seu otimismo com as parcerias a serem firmadas a partir da reunião em São José dos Campos. “O ITA realiza pesquisa de referência, e isso nos possibilitou um diálogo muito bom com a Embraer. Daqui, surgirão acordos e protocolos importantíssimos para que a gente possa melhorar a participação da UFC e do Governo do Estado do Ceará como protagonistas no desbravar dessa nova fronteira, que é o hidrogênio verde”, avaliou o reitor Cândido Albuquerque.
*com a assessoria de comunicação da UFC