Uece é única universidade do Brasil a participar do Innovate4Health 2021

29 de outubro de 2021 - 15:15 # # # #

Ascom Uece

Innovate4Health 2021 é promovido pela Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, uma das maiores entidades de saúde do mundo, localizada nos Estados Unidos

Um projeto inovador para o desenvolvimento de um teste rápido para a detecção simultânea de infecções sexualmente transmissíveis rendeu à Universidade Estadual do Ceará (Uece) uma vaga no Innovate4Health 2021, promovido pela Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, uma das maiores entidades de saúde do mundo, localizada em Baltimore, nos Estados Unidos. Elaborado pelos estudantes de Medicina Humberto Lucca Andrade Moreira, Emanuel Victor da Silva Lima, Pedro Samuel Mendes Carneiro da Ponte e Larissa Ciarlini Varandas Sales, sob orientação da professora Tatiana Paschoalette Rodrigues Bachur, o projeto concorreu com outras 70 iniciativas do mundo todo e ficou entre as 12 propostas selecionadas para serem desenvolvidas.

“Trata-se de um grande feito para a Uece. A seleção da nossa proposta mostra que nossos alunos estão preparados para o raciocínio em pesquisa e também em escrita científica, bem como a proposta foi considerada de relevância para impactar positivamente em ações globais de saúde. Estar em um projeto sob a chancela de uma instituição como a Escola de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins, uma das instituições acadêmico-científicas mais renomadas do mundo, é, de fato, uma grande conquista para os alunos envolvidos e para o curso de Medicina da Uece, colocando-nos no patamar internacional de participação científica”, avalia a professora Tatiana Bachur.

De acordo com a professora, os trabalhos tiveram início no dia 13 de outubro, de forma online, e devem prosseguir até janeiro de 2022, período em que os alunos terão a oportunidade de trabalhar com líderes globais de saúde para projetar inovações que enfrentarão o desafio intersetorial de doenças infecciosas emergentes – infecções que têm aparecido recentemente em uma população ou que já existiam, mas têm aumentado rapidamente em incidência e alcance geográfico.


Reunião on line da equipe da Uece para o cumprimento de uma das atividades do projeto Innovate4Health 2021

Para o estudante Humberto Lucca, participar do Innovate4Health é uma experiência importante para a sua formação acadêmica e profissional. “Eles têm uma abordagem bem interessante que propõe a união dos estudos em saúde pública, conhecimento em tecnologias renováveis e liderança jovem, o que, na minha opinião, é a chave para o futuro da saúde. Além disso, o evento foge bastante dos modelos já bem definidos que a universidade normalmente apresenta na graduação e oferece uma oportunidade única de atuar em um espaço que envolve pessoas do mundo todo e que preza pelo compartilhamento e geração de ideias inovadoras. Fora as palestras e encontros como cientistas e pesquisadores de renome mundial que, com certeza, vão permanecer comigo durante minha atuação profissional”, afirma.

A estudante Larissa Ciarline acredita que será um diferencial importante para a sua carreira e também para o seu crescimento pessoal. “Essa experiência é uma chance maravilhosa de crescer em minha formação, uma vez que estarei em contato direto com profissionais do mundo todo, que facilitarão a criação e promoção de nossa inovação. Além disso, o fato de nos esforçarmos para criar nosso projeto faz com que busquemos sempre mais informações e dados, o que nos faz crescer muito como estudantes também. Somado a isso, ainda estamos tendo a oportunidade de crescer como seres humanos, já que estamos em contato com profissionais e outras equipes de estudantes do mundo todo, tendo um verdadeiro intercâmbio cultural e social, o que é maravilhoso. Mesmo sendo online, podemos viajar por vários lugares do mundo”, afirma.

A professora Tatiana Bachur reforça que a experiência internacional e multidisciplinar é uma das mais ricas que um acadêmico pode ter em sua formação. “No Innovate4Heatlh, os alunos terão a oportunidade de conviver e trabalhar, ainda que de modo online, com estudantes de outras partes do mundo, entre graduandos e pós-graduandos, ouvir e trocar experiências sobre diferentes projetos, além de receber orientação de líderes globais em desenvolvimento e estratégias e, até, a possibilidade de viabilizar a proposta através de parceiros governamentais e/ou privados”, afirma, acrescentando que os estudantes terão em seus currículos a chancela de participação em um programa promovido por uma instituição de ensino de renome internacional, o que poderá abrir-lhes portas importantes em sua vida acadêmica e profissional.

Sobre o projeto

Conforme a professora Tatiana Bachur, o projeto dos estudantes diz respeito ao desenvolvimento de um teste rápido que seja capaz de detectar, simultaneamente, três infecções sexualmente transmissíveis e que possa ser realizado pelo próprio paciente em casa, servindo como uma triagem inicial para que o paciente busque ajuda médica a partir dos resultados obtidos.

“Ao se utilizar de um material de baixo custo para a confecção do teste, será proporcionada uma melhor utilização dos recursos destinados à saúde, podendo ocorrer uma ampla distribuição desse autoteste, repercutindo na redução de custos futuros por atuar no rastreamento e tratamento de forma precoce das doenças analisadas, sendo o projeto, assim, um importante promovedor de mudanças no âmbito da saúde”, explica.

Espírito crítico

A professora destaca ainda que o principal objetivo do Innovate4Health é possibilitar que os alunos desenvolvam o espírito crítico acerca de problemas globais relacionados à saúde pública e que utilizem seus conhecimentos e imaginação para que pensem em soluções para estes problemas. “Eles vão ter a possibilidade de receber orientações de líderes e desenvolvedores mundiais de projetos e preparar-se para apresentar a proposta a parceiros que possam, de fato, viabilizar a execução da proposta. Obviamente, as melhores propostas e as mais viáveis poderão ser viabilizadas com mais sucesso. É o que esperamos que os alunos conquistem: a chance de tornar seu projeto algo real e que seja colocado em prática nacional ou internacionalmente”, afirma.

Se depender dos estudantes que compõem a equipe do projeto, os impactos da participação no Innovate4Health serão disseminados, afetando positivamente a formação profissional de cada um, o avanço das pesquisas na área da saúde e o ensino público no Brasil, de onde saem grandes profissionais, pesquisadores e soluções inovadoras que melhoram a saúde e a qualidade de vida das pessoas.

“Pretendemos mostrar que a universidade pública é um lugar que atua não só na pesquisa e desenvolvimento cientifico, mas também tem contribuição e atuação direta na comunidade local que a cerca e no cenário nacional. Estamos vivendo períodos perigosos para a educação pública e para a ciência, fora e dentro do Brasil, e creio que nossa atuação pode reverberar em um futuro melhor”, avalia o estudante Humberto Lucca.