Protocolo nas UPAs otimiza atendimento de pacientes com suspeita de AVC

30 de novembro de 2021 - 13:39 # # # # #

Márcia Catunda - Ascom UPAs 24h - Texto

Método consiste em treinamento de equipe multidisciplinar, com ênfase na triagem da classificação de risco, em que o profissional de Enfermagem detecta a suspeita de AVC por meio da realização da Escala LAPSS

O paciente com suspeita de Acidente Vascular Cerebral (AVC) precisa de atendimento em tempo hábil para aumentar as chances de sobrevivência. Por isso, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) e geridas pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH) implantaram o Protocolo Unificado do Manejo do AVC (Puma) para otimizar o atendimento e tratamento de pacientes.

O protocolo foi iniciado em 2017, o que logo apresentou resultados para a sociedade, e levou ao maior engajamento dos profissionais dos equipamentos, ao reconhecerem que a medida era efetiva dentro da rede de urgência e emergência. As UPAs Praia do Futuro, Conjunto Ceará e Messejana receberam o treinamento e já utilizam o protocolo. A meta é que todas as unidades recebam a mesma capacitação e alcancem os resultados das outras unidades.

O método consiste em treinamento de equipe multidisciplinar, com ênfase na triagem da classificação de risco, em que o profissional de Enfermagem detecta a suspeita de AVC por meio da realização da Escala LAPSS. “O paciente, então, é levado para a sala vermelha para avaliação imediata do médico chefe de equipe, garantindo a redução do tempo de espera na recepção, já que, em casos de AVC, cada minuto conta para um melhor desfecho. Após o diagnóstico confirmado, é realizada a regulação em até 25 minutos da chegada do paciente, por isso o protocolo na UPA deve ser agilizado ao máximo”, explica Thaís Leão, chefe de equipe que participou da implantação do Puma.

O encaminhamento do paciente é realizado por meio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao Hospital Geral de Fortaleza (HGF). O processo conta com uma equipe multiprofissional da unidade, que é treinada desde a recepção até área médica. Todos possuem habilidades para reconhecimento dos sinais do AVC, garantindo uma maior expectativa de vida para o paciente.

Entre os resultados positivos do Puma, estão a redução do tempo de permanência em 30%, aumento da quantidade de tratamentos de AVC ( trombólise) em 437% e assertividade no diagnóstico clínico em 85%. “O treinamento das equipes proporcionou mais identificações e protocolos de pacientes. Desta forma, HGF e Samu são informados dos protocolos das UPAs e passam a otimizar tempo no tratamento, o que é fundamental para salvar a vida do paciente que iniciou seu atendimento na UPA”, explica Patrícia Santana, médica emergencista e diretora de Cuidados e Saúde das UPAs geridas pelo ISGH.

“Seguir o protocolo é proporcionar que o paciente faça todos os procedimentos possíveis, visando à integridade física em tudo que for possível”, ressalta Julienny Timóteo, coordenadora de Enfermagem da UPA Messejana.

Sobre o AVC

O Acidente Vascular Cerebral (AVC), popularmente conhecido como “derrame”, é a segunda maior causa de mortes no mundo, podendo acometer uma a cada quatro pessoas em idade adulta durante a vida. Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS), que alerta principalmente para a prevenção sobre os sintomas e tratamentos da doença.

Apesar de ser a segunda causa de morte no Brasil e no mundo, a prevenção pode evitar até 90% dos casos. Ainda de acordo com a Organização Mundial do AVC (World Stroke Organization – WSO), a cada 6 segundos alguém é acometido por um AVC no mundo, o que representa cerca de 17 milhões de pessoas por ano, que podem ficar com diferentes sequelas ou até mesmo ir a óbito.