No comparativo entre 2019 e 2021, 80% das rodovias estaduais têm conceito “bom”

17 de dezembro de 2021 - 17:14 # # # # #

Eudes Brasil - Ascom SOP - Texto
Helene Santos, Tiago Stille e Marcos Studart - Fotos


Levantamento aponta que, do total da malha viária estadual, 1.100 km avançaram no conceito positivo

De um total de 8.611,70 km de CEs pavimentadas percorrendo os 184 municípios do Estado, 79,70% (6.863,52 km) estão em boas condições. Os dados constam na edição 2021 do Levantamento Visual Contínuo (LVC), monitoramento de defeitos de superfície de pavimento executado anualmente pela Superintendência de Obras Públicas do Ceará (SOP). A análise deste ano, que leva em conta o crescimento contínuo da malha viária estadual, aponta, na comparação com 2019, incremento de 1.100 km para o conceito “bom”.

Este resultado representa ampliação de 8,79 pontos percentuais na classificação de qualidade “boa” em 2021 na comparação com 2019. Por outro lado, foi registrada drástica queda no percentual do conceito “péssimo”, que em 2021 foi de 0,30% da extensão das CEs (25,84 km). Na mesma tabela, o conceito “ruim” caiu para 5,06% e o “regular”, para 14,94%.

Os dados positivos são alcançados através dos investimentos contínuos que o Governo do Ceará tem realizado por meio do programa Ceará de Ponta a Ponta, que viabiliza obras de duplicação, pavimentação e restauração da malha rodoviária e Pacotes de Recuperação Funcional. Além disso, é realizado trabalho rotineiro de conservação, que visa evitar maiores degradações, otimizando o uso de recursos financeiros.

“Vem sendo feito um trabalho nos últimos três anos nas rodovias do estado do Ceará. Tem crescido muito a quilometragem, ao mesmo tempo em que temos feito um trabalho de recuperação muito avançado. Com isso, as estradas do Ceará deram um salto grande na qualidade e na quantidade. O Ceará hoje possui o maior número de rodovias estaduais do Brasil, são nove mil quilômetros”, ressalta superintendente de Obras Públicas, Quintino Vieira.

Além da qualidade, a meta é ampliar a capilaridade rodoviária do Ceará, favorecendo um desenvolvimento sustentável para as comunidades e eliminando as condições das chamadas “cidades fim de linha”, aquelas em que só há uma via de acesso. “Atingimos praticamente 80% de estradas boas. As estradas regulares, que apesar da nomenclatura ainda apresentam boas condições para trafegar em velocidade alta, representam 14%. As estradas ruins representam apenas 5%. A intenção é deixar, até o fim de 2022, o Ceará com mais de 90% de estradas boas e o restante em classificação regular, para que a população possa trafegar com tranquilidade por nossas rodovias”, detalha o titular da SOP.

Desde 2015, foram 2.884,86 km de obras rodoviárias entregues pavimentação, restauração e duplicação, com investimento total de R$ 2,45 bilhões. Atualmente, são 472,65 km recebendo intervenções.

Segundo o secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet), Maia Júnior, a modalidade rodoviária, dentro de uma visão de logística, é super importante. Pois, através do investimento público, são gerados empregos e atraídas novas empresas. “Não existe desenvolvimento sem investimento em estradas e infraestrutura. O Ceará, hoje, tem um parque rodoviário de mais de 10 mil km, e não só precisa garantir uma boa qualidade de manutenção, porque são ofertas de serviço para a população de forma geral e a economia e a cultura. Mas muito importante também para a atração de empresas que muitas vezes precisam fazer o transporte de seus produtos pela via rodoviária. Então tem uma interface econômica que é muito atrelada ao desenvolvimento e ao turismo, que também é desenvolvimento”, analisa Maia Júnior.

“Então é fundamental o papel da SOP, que está se preparando para garantir os padrões, como também estudando alternativas, pois o Ceará está crescendo e estão chegando grandes empresas, que, inclusive, precisam transportar produtos fora de norma, sobretudo no campo de energias”, completa Maia Júnior.

A expansão das vias asfaltadas, assim como melhorias e conservação, afeta diretamente o produtor rural, principalmente aquele da agricultura familiar, que não dispõe de muitos recursos para escoar a sua produção. “Aquele produtor que tem uma mercadoria para levar para os grandes centros e para a Ceasa, no momento em que tem uma boa estrada ele vai ganhar com a manutenção do seu veículo, com a diminuição do tempo, com a eficiência que ele tem com a entrega rápida do produto. Portanto, essa política que o governador Camilo Santana, através da SOP, tem desenvolvido, garante, sem sobra de dúvida, algo muito importante na perspectiva da atividade econômica. E nós, que trabalhamos com agricultura e pecuária, sabemos do impacto disso na renda das famílias cearenses”, aponta o secretário estadual do Desenvolvimento Agrário, Francisco De Assis Diniz.

Levantamento Visual Contínuo

O Levantamento Visual Contínuo, realizado este ano entre agosto e novembro, utiliza um sistema informatizado, que automatiza a coleta de dados no veículo que percorre toda a extensão de todas as CEs. Durante esse procedimento também é realizado o Levantamento Georreferenciado e Fotográfico (LGF) das rodovias sob jurisdição da SOP.

O veículo trafega a uma velocidade média de 40 km/h, capturando imagens e o cadastro dos defeitos são processadas para obtenção de uma nota associada a uma escala de qualidade.

Utilizando o Sigma (Sistema Integrado de Gestão da Manutenção), adotado pela Superintendência para o Sistema de Gerenciamento de Pavimentos (SGP), para cada
intervalo de 500 metros (0,5 km), as falhas no pavimento são classificadas conforme o tipo, a extensão e severidade. E o Fator Equivalente de Defeito é ponderado ainda
conforme o Volume Diário Médio (VDM) de veículos na rodovia.

Levantamentos

Para execução do Levantamento Visual Contínuo, o veículo é preparado para percorrer e registrar toda a malha viária. Conta com hodômetro digital previamente calibrado, câmeras de alta definição para registro de imagens panorâmicas e uma câmera específica para registro do pavimento, além de GPS para georreferenciamento de todos os dados coletados. Atualmente, são cinco câmeras instaladas: quatro com foco panorâmico, para ampla visualização da rodovia (visão do motorista, visão de ré e visões laterais), e uma câmera de alta definição apontada diretamente para o pavimento, para captação mais detalhada dos defeitos de superfície.

Como ferramenta de gestão e planejamento, o Levantamento Georreferenciado e Fotográfico permite uma análise visual do desempenho de obras rodoviárias e da execução da conservação rotineira, possibilitando assim uma análise da evolução das patologias de um trecho.