Criança Feliz: Ceará realizou 5,2 milhões de visitas domiciliares a famílias com crianças e gestantes em situação de vulnerabilidade
20 de janeiro de 2022 - 11:07 #desenvolvimento infantil #Famílias visitadas
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Sheyla Castelo Branco - Ascom SPS
No conjunto habitacional Alameda das Palmeiras, no bairro Pedras, Adeliane Paiva, 30 anos, espera ansiosa junto dos pequenos Marcos Miguel, 5 anos, e Marcos Anderson, de um ano e sete meses, por Vanessa Rodrigues, técnica do Programa Primeira Infância no SUAS/Criança Feliz. Adeliane é uma entre milhares de outras mães, além de crianças e gestantes em situação de vulnerabilidade social, que vêm sendo beneficiadas pelas visitas do programa que, no Ceará, chegam à marca de 5,2 milhões, colocando o Estado em terceiro lugar na visitação em todo o Brasil, atrás da Bahia e do Maranhão. As visitas ocorreram entre julho de 2017 e novembro de 2021.
As ações do Primeira Infância no SUAS/Criança Feliz integram o programa Mais Infância Ceará, idealizado pela primeira-dama do Estado, Onélia Santana. Em Fortaleza, conta com a parceria do Programa Cresça com seu Filho, desenvolvido pela gestão municipal. Somente na Capital, em dezembro do ano passado, 2.682 famílias foram atendidas. Para a titular da Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS), Socorro França, o sucesso está na prioridade que o Estado dá às políticas públicas para primeira infância. “No Ceará, o Criança Feliz é desenvolvido com qualidade e compromisso. Prova disso são os números das visitações e os depoimentos das mães, que relatam mudanças positivas no desenvolvimento de suas crianças a partir da entrada no programa”, destaca a gestora, lembrando, ainda, que o início da quebra do ciclo da pobreza está na primeira infância. “Sabemos que os resultados são construídos a longo prazo, mas já podemos observar mudanças na qualidade de vida dos nossos pequenos a curto prazo”, complementa Socorro França.
Adeliane conta que nos três meses de acompanhamento do programa tem visto um grande salto no desenvolvimento do filho mais novo. “Eles ficam ansiosos quando sabem que é dia de visita da Vanessa pois sabem que ela sempre traz novidades. Mesmo quando a visita é focada no meu filho mais novo, Vanessa acaba envolvendo os dois meninos nas brincadeiras. Além disso, ela me ensina muitas atividades para fazer nos outros dias da semana com eles”, conta Adeliane, que se divide entre os cuidados com os filhos e o emprego de auxiliar de restaurante.
“A família da Adeliane é uma das 30 que atendo no bairro Pedras. É muito especial já que acabamos por desenvolver relações de muita confiança com as mães e as crianças. Durante as visitas, conversamos muito e sempre tento orientar as mães sobre como proceder com as crianças, explico como criar brinquedos caseiros que podem também ser educativos, além de terem baixo custo para elas”, ressalta Vanessa Rodrigues, visitadora do Programa Primeira Infância no SUAS/Criança Feliz.
Desenvolvimento infantil
Supervisora do Programa Criança Feliz no município de Fortaleza, Tereza Pontes destaca que as visitas domiciliares são voltadas para as mães com crianças de zero a três anos, período que contempla a primeira infância e, no caso das gestantes, o objetivo maior é apoiá-las e incentivá-las nos cuidados com o bebê desde cedo. “Realizamos, com as gestantes, encontros em grupo, de 15 em 15 dias, sempre nos CRAS ou em espaços que possam acolher as futuras mamães com segurança e conforto”, explica.
“Nossa intenção não é apontar o que é certo ou errado na conduta das mães, pois não estamos aqui para julgá-las, pelo contrário, tentamos ser uma base para elas, e isto exige que criemos uma relação de confiança. Nossas visitadoras são treinadas para isso, pois precisam ter muito tato nas conversas, nas trocas, nas dicas”, ressalta Tereza Pontes. A supervisora foi uma das profissionais que acompanhou de perto toda a gravidez de Andréa Alves, 35 anos, uma das muitas mamães que participava dos encontros coletivos com as gestantes do bairro Sapiranga.
“Cheguei a pensar em deixar minha filha para adoção porque achei que não daria conta de cuidar dela, no sentido financeiro mesmo. Mas quando as visitas começaram, tudo mudou. Passei a ter outro olhar sobre os cuidados que eu poderia oferecer para ela mesmo com pouca estrutura. Hoje fico emocionada só de falar sobre isso. Olho para ela nos meus braços e só consigo pensar que minha maior missão é cuidar para que ela cresça com saúde. Tenho conseguido isso com apoio desse programa que me mostrou o quanto tenho capacidade e que também trouxe muitas amizades que vou levar para o resto da vida”, desabafa Andréa, com os olhos carinhosamente debruçados sobre Maria Júlia, sua Maju de apenas três meses.
Embora não seja mãe de primeira viagem, Andréa conta que o acompanhamento do Programa Criança Feliz durante a gestação de Maju foi de imensa importância já que não contava com suporte financeiro ou psicológico. “A partir do momento que entrei no programa tudo mudou. Comecei a entender que a minha alimentação influenciaria diretamente no que a neném poderia sentir. Lembro que com a Camille, minha filha de seis anos, passei muito sufoco porque ela sentia muitas cólicas e eu não sabia que eram consequência da minha alimentação. Com a Maju consigo ter esse controle de forma consciente”, explica.
Famílias visitadas
Desde a criação do Programa Primeira Infância no SUAS/Criança Feliz, em julho de 2017 até o último mês de novembro, 128.030 famílias foram assistidas e 152.366 pessoas contempladas, sendo 114.757 crianças e 35.179 gestantes, nos 184 municípios cearenses. Somente em 2021, 1,281 milhão de famílias foram visitadas em todo o Brasil, contemplando 1,213 milhão de crianças e 303,9 mil gestantes. As visitas foram realizadas em 2.872 municípios brasileiros.