Um ano para recomeçar: paciente volta a fazer planos após receber novo coração

28 de janeiro de 2022 - 09:59 # # # # # # # #

Jéssica Fortes - Ascom HM - Texto
Jéssica Fortes e Holanda Júnior - Fotos

Francisca Fernandes deu entrada na fila de transplantes em julho de 2021; a cirurgia foi realizada 26 dias depois

Francisca Ferreira Fernandes, 64, é uma mulher de muita fé. Diagnosticada com insuficiência cardíaca grave, suas perspectivas eram bastante limitadas. Após receber um novo coração no Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM), da Rede da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), ela planeja o retorno ao trabalho e comemora poder voltar a fazer coisas simples sem sentir falta de ar. “Os médicos me disseram que a única alternativa era o transplante. Meu coração estava muito fraco. Eu não conseguia mais fazer nada, não conseguia trabalhar, não conseguia fazer coisas simples. Ficava sempre muito cansada”, lembra.

No Hospital de Messejana, ela é acompanhada por uma equipe especializada no tratamento de Insuficiência Cardíaca (IC), referência em transplante de coração no Norte e Nordeste do País. A IC é uma das doenças que mais matam no mundo e é a principal causa de internações hospitalares entre pacientes com mais de 65 anos de idade.

Leia também: Um ano para recomeçar: pacientes que foram internados em estágio grave no HSJ contam suas histórias de superação

“Existem várias causas para a insuficiência cardíaca e cada uma costuma ter um comportamento e um tratamento diferente. Antes de indicar o transplante, existem várias opções de tratamentos, tanto cirúrgicas como farmacológicas. Tudo vai depender da causa da insuficiência cardíaca, da evolução e da fase da doença”, explica o cardiologista da Unidade de Transplante e Insuficiência Cardíaca (Utic) do HM, Jefferson Vieira.

A paciente tem cinco filhos e cinco netos e já faz planos de poder voltar a atuar como trabalhadora doméstica

No caso de Francisca, o tratamento medicamentoso iniciou em 2018. Os remédios administrados ajudavam a melhorar os sintomas comuns em pacientes com insuficiência cardíaca, como o cansaço e a falta de ar, além de diminuir, consideravelmente, as complicações da doença. “Com o passar do tempo, mesmo com a medicação, o coração dela foi ficando muito debilitado, acarretando várias internações. Na última vez, a médica disse que o caso era de transplante, pois o medicamento já não era suficiente”, conta Carla Vanessa, 27, filha e cuidadora da paciente.

Com um prognóstico pouco animador, ela encontrou, na família e na fé, o apoio que precisava para não perder as esperanças. “Apesar de saber a dificuldade e a gravidade da minha doença, não tive medo, pois a minha fé era mais forte. Por isso, todo o processo foi tranquilo, posso dizer assim”, avalia Fernandes.

O HM já realizou 483 transplantes cardíacos em adultos e crianças

Em julho de 2021, ela entrou na fila de transplantes. Apesar do contexto de pandemia de covid-19, que tem freado a realização de cirurgias e as doações, a paciente esperou 26 dias por um novo órgão e foi transplantada em agosto do mesmo ano. A cirurgia foi um sucesso e a dona de casa já planeja o futuro. “Eu sonho com o dia em que serei liberada para voltar a trabalhar”, diz Fernandes, que sempre atuou como trabalhadora doméstica.

Enquanto esse dia não chega, ela continua sendo acompanhada mensalmente pela equipe multiprofissional e mantém os treinos, duas vezes por semana, na Reabilitação Cardíaca do HM.

Além do acompanhamento multiprofissional, os pacientes também passam pela reabilitação cardíaca, que combina exercícios aeróbicos e de força e são supervisionados por fisioterapeutas

“As atividades físicas supervisionadas são muito importantes para a recuperação de pacientes cardiopatas, sobretudo de pacientes transplantados. Os exercícios ajudam a elevar a capacidade funcional e aeróbica e proporcionam que eles reassumam suas rotinas e continuem suas atividades sem necessitar de supervisão. Além de médicos e fisioterapeutas, o programa também oferta acompanhamento nutricional e apoio psicológico”, reforça a fisioterapeuta e coordenadora do serviço de Reabilitação Cardíaca do HM, Socorro Quintino.