Manutenção de máquinas de UBV garante maior eficiência no controle de mosquitos e menor impacto ambiental

10 de fevereiro de 2022 - 09:56 # # # #

Letícia Maia - Ascom Sesa
Divulgação Sesa Foto
Francisco Oliveira Arte gráfica

Supervisão dos equipamentos é feita na Base de Ultra Baixo Volume do Estado, localizada no município de Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza

Os primeiros meses do ano, tradicionalmente, marcam um período de maior incidência de chuvas no Ceará. Simultaneamente, surgem preocupações relacionadas ao controle de mosquitos causadores de arboviroses, cuja proliferação acontece diante do acúmulo de água em recipientes desprotegidos. Além da adoção de medidas preventivas, em meio a eventuais surtos, providências podem ser necessárias. Para a finalidade, a Célula de Vigilância Entomológica e Controle de Vetores (Cevet) da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) realiza, sob demanda, tratamentos espaciais com inseticidas aplicados em microgotículas, método conhecido como Ultra Baixo Volume (UBV), para combater o Aedes aegypti, responsável pela transmissão da dengue, da chikungunya e do zika vírus.

Também conhecida como carro fumacê, a estratégia auxilia o controle de surtos e de epidemias. “O objetivo das operações é bloquear a transmissão ao eliminar as fêmeas adultas do Aedes aegypti já presentes no ambiente. Não se utiliza UBV como ação preventiva, pois não exerce efeito sobre as formas imaturas do mosquito (ovos, larvas e pupa). Por isso, a população precisa seguir redobrando os cuidados, evitando o acúmulo de água em reservatórios descobertos dentro de residências e de estabelecimentos comerciais”, esclarece Luiz Osvaldo Rodrigues, orientador da Cevet.

Em 2021, dos 184 municípios cearenses, 23 demandaram operações de UBV pesado. A estratégia de trabalho foi implantada em virtude dos altos índices epidemiológicos registrados nas cidades contempladas. “Foram 54 mil quarteirões trabalhados, totalizando seis mil litros de praguicida utilizados nas operações”, detalha.

Manutenção e avaliação

Para garantir a eficácia do processo, as máquinas são submetidas a testes nos quais se avaliam a pressão e a vazão de cada equipamento. “São recomendadas a medição periódica do conjunto das gotas a cada 60 dias para veículos em atividade permanente, a regulagem e a boa manutenção dos equipamentos. Pesquisas indicam que um gerador mal regulado ocasiona desperdício em torno de 67% do inseticida aplicado”, explica.

Eficiência do serviço

A titular da Secretaria Executiva de Vigilância e Regulação em Saúde (Sevir), Ricristhi Gonçalves, destaca os principais impactos observados a partir da execução dos cuidados operacionais. “A efetividade do serviço é fundamental. Antes do início das atividades, todos os equipamentos são testados, seguindo, inclusive, o protocolo sugerido pelo Ministério da Saúde. Observamos, com isso, uma maior mortalidade da população dos insetos-alvo associada a uma baixa agressão ao meio ambiente”.

Ainda de acordo com Luiz Osvaldo, as atividades para este ano serão brevemente iniciadas. “Historicamente, o primeiro semestre é quando ocorre o aumento da transmissão e, consequentemente, maiores intervenções com máquinas de UBV. Alguns municípios já estão sinalizando um aumento nas notificações de arboviroses e as áreas técnicas já estão cientes para entrar em campo de forma estratégica e assertiva”, assegura.

A Sesa alerta que, para assegurar a eficácia da substância pulverizada, portas e janelas devem ser mantidas abertas. “A concentração do material liberado não é prejudicial para a saúde da população”, afirma Ricristhi Gonçalves.