Saúde mental de profissionais durante a pandemia: segunda fase da pesquisa “Heroes Study” segue até 28/2

15 de fevereiro de 2022 - 14:57 # # # # # # # #

Daniel Araújo - Ascom ESP-CE

A sobrecarga de trabalho e as incertezas que surgem no cenário da pandemia de covid-19 afetam, de diferentes formas, a saúde mental dos profissionais da Saúde em todo o mundo. O aumento do sofrimento psicológico, dos sintomas psíquicos e dos transtornos mentais chama a atenção para os cuidados com os trabalhadores responsáveis pela assistência à população.

Essa é uma realidade que a técnica em Enfermagem Daniele Pereira Lima tem vivenciado durante todo o período pandêmico. Ela conta que se sentiu ansiosa, desde o início dos primeiros casos da síndrome respiratória no Brasil, em relação ao contexto trazido pela doença. “Todos esses questionamentos ficaram ‘martelando’ na minha cabeça. Mas segurei a barra porque tinha minha família sempre ao lado para me apoiar”, afirma.

Apesar de contar com a segurança de uma rede de apoio, a profissional lembra que o falecimento da mãe por covid-19, no início da segunda onda, foi um duro golpe em meio ao processo de enfrentamento e de adaptação das rotinas pessoal e laboral. “Foi aí que percebi que precisava de ajuda. No momento, tenho acompanhamento psicológico e tomo medicação para ansiedade e insônia”, diz.

A pesquisa The Covid-19 Heroes Study tem buscado avaliar os impactos da pandemia na saúde mental dos trabalhadores envolvidos ou não no enfrentamento à doença. O estudo encontra-se na sua segunda fase e segue disponível para participação até o próximo dia 28 de fevereiro – para quem já respondeu às perguntas da primeira fase.

Para participar, o profissional ou trabalhador da Saúde deve acessar esta página e selecionar a opção “português” no menu de idiomas. Depois, é só prosseguir e aceitar participar do estudo para ter acesso à próxima etapa do questionário. Quem iniciou as respostas, mas não conseguiu concluir, pode retomar o levantamento do ponto que parou.

Mais de 500 trabalhadores da Saúde de 65 cidades cearenses já responderam à pesquisa. Destes, quase metade indicou necessidade de algum apoio psicológico. No Brasil, cerca de 700 profissionais responderam ao questionário da segunda fase.

A pesquisa

Realizada com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), a iniciativa busca subsidiar ações e políticas de saúde para auxiliar gestores na tomada de decisão e contribuir para a oferta de serviços à saúde psíquica dos trabalhadores e profissionais da área. A projeção da Opas é de que os resultados finais serão apresentados no segundo semestre deste ano.

O levantamento ocorre em mais de 30 países, nos cinco continentes, e se propõe, ainda, a oferecer aos participantes, em caso de necessidade, um feedback geral a respeito da saúde mental, além de direcioná-los a um atendimento específico.

No Ceará, o estudo é coordenado pela Escola de Saúde Pública Paulo Marcelo Martins Rodrigues (ESP/CE), vinculada à Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).