Com baixo estoque de leite humano, posto de coleta do HGWA incentiva voluntárias externas a realizar doação

21 de fevereiro de 2022 - 14:25 # # # # # # #

Bruno Brandão - Ascom HGWA - Texto e Fotos

A Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e o berçário do equipamento acolhem 24 bebês internados que precisam do alimento

O Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA), da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), está com baixo estoque em seu posto de coleta de leite humano. A redução, acarretada por fatores como a pandemia de covid-19 e a pouca adesão de mães doadoras, tem deixado os 24 bebês internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin) e no berçário sem o alimento, conhecido como o “líquido de ouro”, tão importante para os primeiros meses de vida.

A nutricionista Fernanda Fernandes, do Centro de Tratamento Intensivo Pediátrico (Cetip) do HGWA, explica sobre a atual realidade que envolve a baixa captação de leite humano. “A maioria das nossas doadoras são as mães que ficam com os bebês internados na unidade e que, a cada onda de covid, acabam se ausentando mais do hospital. E também estamos sem nenhuma doadora externa, consideradas fundamentais”, diz.

Fernandes afirma que, mesmo em casa, as voluntárias podem ligar para o hospital e informar o desejo em realizar o gesto de solidariedade. O serviço retira as doações em domicílio. “Estamos com um baixo estoque tanto de leite pasteurizado como de leite materno cru, que é o da mãe para o próprio bebê”.

A maior parte das doações ocorre por iniciativa de mães que acompanham os filhos internados

Com a baixa quantidade, os pequenos são alimentados por meio de fórmulas – devidamente acompanhados pelo setor nutricional. Embora preenchendo as necessidades básicas, Fernandes ressalta que nenhum outro alimento se compara à qualidade do leite materno. “Seja o leite da própria mãe ou doado, que a gente pasteuriza, ele é o que a gente chama de padrão ouro. É o leite que vai promover digestão, melhor ganho de peso, melhora a imunidade. Ele é considerado a primeira vacina do bebê, em que ele recebe não só nutrientes, mas também anticorpos. Na fórmula, não temos todos esses benefícios. A qualidade dessas fórmulas é indiscutível, porém, ainda é muito difícil chegar perto dos benefícios do leite materno“, enfatiza.

A dona de casa Ana Paula, 27, está com a pequena Maria Alice, de apenas um mês, internada no HGWA. Orientada sobre a importância do papel do leite, a mãe vem acompanhando a filha diariamente e retirando o leite para alimentá-la. “Eu vejo com muita importância essa atitude. O médico sempre me passa a importância de alimentar com o leite materno. Se eu pudesse, tiraria o leite em todos os horários que ela precisasse, mas, ainda assim, consigo garantir umas três dietas. Eu vejo muito resultado”, avalia.

Doadoras externas

É importante lembrar que voluntárias externas também podem doar. Qualquer mulher que esteja amamentando e deseje realizar a doação pode ligar para o telefone (85) 3216-8325. É necessário fazer um breve cadastro, estar saudável e ter exames de sorologia recentes – pelo menos dos últimos seis meses. Os potes para a retirada do alimento são enviados para a casa da doadora.