Em sete anos, Governo do Ceará investiu R$ 144 milhões no Corpo de Bombeiros

1 de março de 2022 - 10:00 # # # # # #

Ascom CBMCE - Texto
SSPDS e CBMCE - Fotos

Com 96 anos de história, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE), uma das forças vinculadas à Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS/CE), prepara-se para ganhar uma nova sede para o comando geral. Com a migração para o Centro Integrado de Segurança Pública (CISP), o antigo prédio, também conhecido como Casarão Vermelho, será transformado em um museu, com a finalidade de contar a história da corporação. As mudanças fazem parte de uma série de investimentos realizados pelo Governo do Ceará, por meio da SSPDS/CE, no CBMCE. Somente nos últimos sete anos, foram investidos mais de R$ 144 milhões para construção e reforma de quartéis, compra de equipamentos, capacitação e valorização salarial.

Bombeiros realizaram trabalho para resgate das cores históricas da fachada do “Casarão Vermelho”

Para o coronel comandante-geral do CBMCE, Ronaldo Roque, os constantes investimentos na corporação são reconhecimento da importância dos Bombeiros para a sociedade cearense. “A partir do momento que tenho bombeiros motivados pelas boas condições de trabalho, pelos melhores equipamentos, valorização salarial, a sociedade é melhor atendida. E sabemos que em questão de segurança pública, o bom atendimento é fundamental. Segundos e minutos podem salvar uma vida. E quanto mais se investe na corporação, mais motiva o trabalho dos nossos homens e mulheres do Corpo de Bombeiros”, justifica o coronel comandante-geral, Ronaldo Roque.

Em 28 de janeiro de 2022, o Governo do Ceará, por meio do governador Camilo Santana, e do secretário da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS/CE), Sandro Caron, entregou o novo Centro Integrado Multifuncional do CBMCE, no bairro Cidade dos Funcionários – Área Integrada de Segurança 7 (AIS 7) de Fortaleza, com finalidade de agilizar o atendimento preventivo. Na ocasião, o governador do Ceará reafirmou os investimentos realizados na corporação. “O povo cearense sabe o volume de investimentos que o Estado tem feito ao longo dos anos na Segurança Pública, especialmente hoje, no Corpo de Bombeiros. Mais de 700 bombeiros ingressaram na corporação nos últimos sete anos. Logo teremos outra turma com 182 novos bombeiros militares ingressando nas fileiras do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará”, disse.

Além da promoção, o Corpo de Bombeiros recebeu investimento superior a 43 milhões entre 2015 e 2021 para nomeação de novos militares. Reformas e construções de quartéis, bem como a modernização constante da corporação também são essenciais para fornecer suporte aos homens e mulheres que estão diariamente, nas ruas, salvando vidas. Em novembro do ano passado, o secretário da SSPDS-CE, Sandro Caron, participou de uma comitiva que visitou uma empresa na Alemanha, para adquirir equipamentos de ponta. O Ceará foi o primeiro estado da América Latina a fazer a aquisição, que foi orçada em mais de R$ 27 milhões. Entre as compras feitas pelo Governo do Ceará, por meio da SSPDS-CE, está um robô, empregado em ocorrências que impossibilitem o uso de mão-de-obra humana.

Participaram da história

Entre os 2.196 bombeiros militares promovidos entre 2015 e 2021, muitos testemunharam fatos importantes da história do Ceará, como o resgate das vítimas do Edifício Andrea, ocorrido em outubro de 2019. A missão durou 103 horas ininterruptas e é uma das mais importantes registradas ao longo de quase um século de história, ao lado do atendimento prestado pela corporação, durante um dos maiores acidentes aéreos brasileiros, a queda do Boeing-727 da Vasp, em junho de 1982. O fato ocorreu na cidade de Pacatuba e mobilizou os esforços da corporação. Em seu livro, o capitão do CBMCE e historiador, Luciano Viana do Nascimento, destaca a participação dos militares na cidade da Região Metropolitana. “Esse nefasto acidente, que até o ano de 2006 foi o maior da história da aviação brasileira, causou comoção no Brasil inteiro, principalmente no Ceará, de onde a maioria das vítimas era natural”, descreve.

Sobre o Edifício Andrea, o bombeiro e historiador se recorda sobre a comoção popular em torno da situação e do trabalho do Corpo de Bombeiros para salvar vidas. “A corporação trabalhou diuturnamente mais uma centena de bombeiros da ativa e da reserva. Ainda tivemos apoio de voluntários que se apresentaram para colaborar com o nosso trabalho. Com certeza ficará na memória dos membros da nossa instituição e da sociedade cearense”, diz.

Edifício Andrea: fotografia feita por veículo da imprensa e fragmento do residencial estarão no Museu do CBMCE

Em reconhecimento pelo trabalho desempenhado na tragédia do Edifício Andréa, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS/CE) concedeu à corporação, a medalha General Assis Bezerra, a comenda mais importante da pasta, entregue a personalidades, profissionais e instituições que se destacaram em suas funções no ano. A comenda, acompanhada dos investimentos, engrandece o trabalho dos bombeiros cearenses, mas não envaidece os militares, que seguem empenhados em ações humanitárias até em outros estados, quando o apoio é solicitado. “O Corpo de Bombeiros do Ceará nasceu com diversos valores. O maior deles é a honra, que fica entranhada nos homens e mulheres da nossa corporação”, orgulha-se o tenente-coronel do CBMCE, Roberto Giuliano.

Ações humanitárias

Recentemente, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE) prestou apoio nas buscas por vítimas dos desastres ocorridos na Bahia e no Rio de Janeiro. No primeiro, os militares removeram desabrigados em diversas cidades e distribuíram alimentos e águas para quem necessitava. No segundo estado, a corporação atuou no trabalho operacional para encontrar vítimas em Petrópolis (RJ).

Bombeiro cearense durante trabalho humanitário no Rio de Janeiro

“O que marca é a história por trás da situação. Em quase todas as situações, tinha um familiar, um amigo, um vizinho nos ajudando. Então é essa história que envolve todo o processo, o que nos toca”, relembra o capitão do CBMCE, Eliomar Cordeiro Alves, um dos cearenses enviados ao Rio de Janeiro.

Museu do CBMCE

Narrativas, equipamentos, recordações e inspiração para as novas gerações. Com o propósito de preservar a memória, a instituição cearense se prepara para o lançamento do Museu do Corpo de Bombeiros. O equipamento cultural, que será instalado no Casarão Vermelho, no bairro Jacarecanga, em Fortaleza e atual comando geral do CBMCE, apresentará à sociedade toda a história, por meio da articulação dos militares cearenses, da corporação no Ceará, no Brasil e de outros países. A pedra fundamental do museu foi lançada em agosto do ano passado.

A fachada do Casarão, até pouco tempo nas cores vermelho e amarelo, passou por um processo de manutenção com resgate das cores históricas do prédio: vermelho e branco. “Esse prédio, no estilo arquitetônico Art Déco, representa uma época, que influenciou vários edifícios aqui em Fortaleza, como a Delegacia Geral da Polícia Civil, Cineteatro São Luiz, Cine Diogo e o Liceu do Ceará”, explica o tenente coronel Hans Nelivando Rabelo, da Comissão Especial de Criação do Museu do CBMCE.

Brasão do CBMCE feito por Espedito Seleiro

Ainda sobre a fachada, o tenente-coronel se recorda que, com base no acervo histórico, a cor original do prédio era vermelho e branco. “O que acontece é que ao longo dos anos, a cor da fachada se movimentou. A partir da década de 1990, foram adotadas as cores vermelho e amarelo. Agora, conversamos com o comando geral sobre a possibilidade desse resgate das cores históricas. O pedido foi prontamente acatado e cá estamos, fazendo esse trabalho”, pontua o militar, que também é arquiteto por formação.

Segunda edição publicada do livro “O Quinze”, de Rachel de Queiroz

O prédio que abrigará o Museu do CBMCE é tombado pela Prefeitura de Fortaleza e reconhecido pela Assembleia Legislativa do Ceará, por sua relevância histórica e cultural. O local já abriga um importante acervo que, além de equipamentos e veículos que narram a trajetória da corporação, é composto por obras de arte de civis cearenses, como o brasão do Corpo de Bombeiros pelas mãos do renomado Espedito Seleiro, e a segunda edição impressa do romance “O Quinze”, publicado em 1931 por Rachel de Queiroz, primeira mulher a ocupar a Academia Brasileira de Letras. “Museu não é somente um lugar para guardar coisas antigas. É um espaço de encontros, cultura, arte e pesquisa. Estamos próximos do Centro de Fortaleza, que passa por um processo de revitalização. A nossa intenção é fazer parte de um grande corredor histórico, que possa atrair estudantes, turistas e moradores”, completa o tenente-coronel Hans Nelivando Rabelo.

Espaço dos ex-comandantes gerais do CBMCE

 

Ouça

O comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Ronaldo Roque, comenta a série de investimentos.