Desigualdade no mercado de trabalho ainda é uma realidade para as mulheres

8 de março de 2022 - 12:58 # # # # # #

Ascom IDT - Texto

O Dia Internacional da Mulher é uma data que marca fortemente a luta pela equidade de direitos. Ao contrário do que aconteceu no início da pandemia, quando foi registrada uma redução do emprego para mulheres e uma expansão para os homens, o mercado de trabalho cearense foi mais favorável para ambos os sexos em 2021.

Apesar do crescimento no número de admissões das mulheres, os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) revelam a manutenção da situação desigual entre os gêneros no mercado de trabalho formal. Mais da metade dos novos postos criados na economia cearense, em 2021, foram ocupados por homens (46.648 vínculos, ou 57%) em detrimento das mulheres (34.812, ou 43%).

A desigualdade entre os sexos é percebida também nos diferentes segmentos econômicos. Em 2021, por exemplo, foram raros os setores econômicos que contrataram mais mulheres do que homens quando se observa os novos empregos criados no Ceará. Dentre eles, destacam-se os segmentos de saúde humana e serviços sociais (5.240 ante 1.918 empregos), alojamento e alimentação (2.600 versus 2.445), outras atividades de serviços (2.007 contra 1.222), assim como atividades financeiras, de seguros e serviços (465 ante 246).

Considerando esta realidade, o presidente do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), Vladyson Viana, defende a “necessidade da criação de mais políticas públicas que garantam uma rede de proteção social às mulheres, a exemplo da educação infantil. Precisamos considerar o papel da mulher na condição em que vive, hoje – como mães, donas de casa e chefes de família. Somente assim, poderemos construir as condições que promovam a equidade e, consequentemente, a igualdade de oportunidade entre os gêneros no mercado de trabalho”.

Desigualdades salariais são mantidas

Para o analista do Mercado de Trabalho do IDT, Erle Mesquita, “em tempos de crise é que as históricas desigualdades se tornam ainda mais latentes quando se observa que o mercado de trabalho penalizou mais as mulheres quando a pandemia começou e as medidas de isolamento social foram mais rígidas.”

Em termos salariais, os dados do Ministério do Trabalho e Previdência revelam que a desigualdade entre os salários de homens e mulheres aumentou em meio à pandemia, passando de 5,0%, em 2020, para 6,2% em 2021.

A informação leva em consideração o salário médio (nominal) de contratação dos assalariados nos estabelecimentos, o que reduz possíveis tendências que possam influenciar as diferenças salariais entre os sexos, tais como carga horária, tempo de serviço ou funções gratificadas. Dessa forma, mesmo considerando as novas e mais recentes contratações no emprego formal, a desigualdade salarial entre os sexos não apenas persiste como aumentou na pandemia.