Museu da Imagem e do Som do Ceará oferece programação especial de reabertura

6 de abril de 2022 - 13:58 # # # # # #

Camile Queiroz - Ascom MIS - Texto
Davi Pinheiro, Jamile Queiroz e Rafa Diniz - Fotos

Em sua segunda semana de funcionamento, o MIS-CE continua a ofertar uma programação especial de reabertura com shows e palestras, além das exposições. Fernando Catatau, Mateus Fazeno Rock e Vacilant são as atrações musicais

Em sua segunda semana de funcionamento, o complexo do Museu da Imagem e do Som do Ceará Chico Albuquerque, equipamento da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult Ceará), com gestão em parceria com o Instituto Mirante de Cultura e Arte, oferece uma programação especial para marcar a reabertura do espaço. De 07/04 a 09/04 (quinta a sábado), serão realizados shows e palestras gratuitos, com Fernando Catatau, Mateus Fazeno Rock e Vacilant, compondo a agenda musical, e conduzindo as aulas abertas, estarão Zelma Madeira e Rafa Diniz. Do dia 07 a 10/4 (quinta a domingo), das 13h às 21h, ocorrem visitas guiadas com mediadores. E no Domingo (10/4) às 17h , será realizada a visita mediada à exposição Laboratório de Sentidos, no Casarão, com André Scarlazzari e Marcus Vale. O uso de máscara e a apresentação do passaporte de vacina são obrigatórios para acesso aos espaços internos. A entrada é gratuita.

OS SHOWS

Fernando Catatau

Depois de mais de duas décadas ao lado da banda Cidadão Instigado, o compositor, cantor, guitarrista, produtor musical e artista plástico Fernando Catatau lança agora seu primeiro álbum solo. Com participação especial de Rodger Rogério, Jeyci Viana e Uirá dos Reis, o lançamento acontece em show gratuito na Praça do MIS, como parte da programação especial de reabertura.

Originário de Fortaleza, Catatau morou 15 anos em São Paulo. Voltou há quatro anos, tempo em que ficou construindo o novo trabalho, enquanto se aprofundava no cotidiano e na cena artística da cidade. Agora, o artista traz ao público um álbum de pop contemporâneo que dialoga com a música feita por artistas mais jovens, inclusive nas experimentações caseiras, linhas vocais inventivas, minimalismo melódico, foco na textura e uma forte conexão com seu território. O foco das músicas são as texturas e o ritmo, criados com ajuda de Dustan Gallas no sintetizador e Samuel Fraga na bateria, que formam a banda base do disco.

“Uma característica forte deste álbum é que as músicas carregam imagens na nossa cabeça, pois letra e instrumental funcionam como dispositivo narrativo que trabalha com nossas memórias visuais. Cada música é como se fossem aquelas antigas caixinhas com fotos, monóculos antigos com temáticas diferentes”, afirma o artista Jonnata Doll.

Conectado com a cultura regional, Catatau também bebe de referências do pop internacional, rock, blues, reggae, surf e cinema. “Este é um disco feito por quem acha que George Michael e Amelinha soam igualmente fortalezenses, porque a cidade se alimenta de tudo que vai lhe definir”, sintetiza Doll.

Mateus Fazeno Rock

Com repertório de músicas autorais de Mateus Fazeno Rock, o show FZNRCK traz as faixas do “Rolê nas Ruínas” (2020), que já soma 300 mil plays só no Spotify, e músicas do “Jesus Ñ Voltará”, previsto para ser lançado em 2022. “É com ele que a gente circula/circulou com o primeiro álbum desde o período em que as apresentações aconteciam em formato virtual. Acredito que ele consegue transmitir bastante a energia do trabalho como um todo”, diz Mateus.

Em formato virtual, FZNRCK passou pela Feira da Musica (CE) e pelo Festival Bixa Nagô (SP), ocasiao em que Mateus dividiu o line-up com artistas de destaque nacional: Tássia Reis, Rico Dalasam, Tasha e Tracie, Urias, Badsista e Irmãs de Pau. O retorno ao presencial e o tão esperado com o público aconteceu em setembro de 2021, sendo atração em uma noite no JamRock. “Lotamos a casa em sua capacidade máxima permitida pelo decreto daquela época e muitas pessoas não conseguiram assistir o evento. Foi um sucesso total que acabou abrindo uns outros convites e contribuiu para construção de uma agenda no final do ano de 2021”, comemora Mateus.

O show na JamRock fez com que o show rodasse em outros eventos e casas como no Festival Negruras – CCBNB, CUCA da Barra do Ceará, e no JuvFest, realizado no CUCA José Walter. Com a volta das apresentações presenciais, o show passou por adaptações e reorganizações na formação. Atualmente além de Mateus nos vocais e guitarra, fazem parte do espetáculo: a cyber ogan Dj Viúva Negra, soltando os beats; Mumutante, backing vocal; Larissa Ribeiro e Rafa Lima, que colocam todo mundo pra dançar no baile fznrock.

Vacilant

A Vacilant é composta por Clau Aniz, Felipe Couto, Taís Monteiro, Tuan Fernandes e Yuri Costa criando sons, imagens e palavras. Em 2021, a Vacilant se reuniu e empreendeu uma investigação do tempo em som e imagem. O show Tempo Bravo é a experiência de dividir o processo que os levou a testar que o passado, o presente e o futuro se misturam em um referente só que é existir.

Lançado pela Mercúrio Música (CE), o som é eletrônico, fortalezense e experimental, buscando contrastes rítmicos e melódicos que atravessam as perspectivas de tempo em uma experiência condensada em aproximadamente trinta minutos.

Aulas Abertas

– “Cultura Negra e Indígena: por mais política de Diversidade”, com Zelma Madeira

Tratar da cultura dos povos indígenas e negros é retratar a história da formação social brasileira, considerando toda a contribuição que esses grupos étnicos deram para a identidade nacional. O registro da história é necessário para que as memórias de indivíduos e povos não sejam esquecidas. Dessa forma, é fundamental que os espaços de cultura e de arte, como os museus, fortaleçam a política de diversidade e inclusão. A valorização da diversidade cultural é necessária para políticas de desenvolvimento econômico e social, que devem incluir os povos originários, a população negra, as mulheres, os povos e comunidades tradicionais e a população LGBTQIA+. Assim, o MIS, como centro de cultura e de pesquisa e espaço de exposições, pode dar visibilidade às potencialidades de exposição, no propósito de romper com uma programação segregada e desigual, tornando-se acessível aos segmentos que sofrem discriminação.

Zelma Madeira é Doutora em Sociologia (UFC). Professora da graduação e Mestrado em Serviço Social da Uece. Foi coordenadora da Política de Igualdade Racial do Ceará de 2015 a 2020. Vencedora do Prêmio Innovare 2020, na categoria Justiça e Cidadania, por ser uma das criadoras do Projeto “Campanha Ceará Sem Racismo: respeite minha história, respeite minha diversidade”. Coordenadora do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Afrobrasilidade, Gênero e Família – NUAFRO/UECE. Colunista do Jornal Diário do Nordeste. Atualmente é Assessora Especial de Acolhimento aos Movimentos Sociais do estado do Ceará – ASEMOV/ Casa Civil.

– “Conhecendo o que é Programação Criativa”, com Rafa Diniz

A arte produzida através de linguagens de programação tem despertado o interesse de jovens artistas no mundo inteiro, principalmente por sua capacidade de expressão/comunicação em plataformas virtuais que praticamente se tornaram uma extensão da nossa consciência. Várias dessas linguagens são de tipo Código Aberto, i.e. livres, gratuitas e têm se tornado meios democráticos de se produzir e promover arte de qualquer lugar, dependendo apenas de um PC e internet. Por outro lado, espaços físicos buscam suprir essa demanda de produção criando ambientes imersivos que estabelecem uma nova relação entre o público e o lugar de exibição, como o MIS-CE.

Rafa Diniz é um artista e educador de arte computacional. Embora seus estudos formais sejam em música, hoje Rafa Diniz se considera principalmente um artista da computação tanto no que se refere à imagem quanto ao som. Seu trabalho se concentra na arte generativa, interativa, visual e audiovisual, produzidas principalmente através de linguagens de programação (creative code). Participa da exposição “Ontem Choveu no Futuro”, do artista Batman Zavareze, atualmente em cartaz na sala imersiva do MIS-CE.

Natural de Crato-CE, possui graduação (2014) e mestrado (2017) em composição pela Universidade Federal da Paraíba ( UFPB – João Pessoa). Entre 2014 e 2017 atuou como compositor, performer no projeto de música experimental Artesanato Furioso (UFPB), trabalhando suas propostas audiovisuais com o duo club Silencio e o trio Whypatterns. Participou das exposições coletivas PANAPANÁ (2018) e à Nordeste (2019) com o duo ORA. Obteve vários vídeos destaque no Festival do Minuto entre 2018 e 2021, além de ter vencido, por três vezes, o troféu do Minuto e ter sido selecionado entre os melhores do ano em 2019 e 2020. Além disso, foi selecionado para fazer parte da Mostra 30 anos em 30 minutos promovida também pelo Festival do Minuto.

Em junho de de 2020, foi convidado a participar da exposição online Além do Sítio, promovida pela galeria de arte tecnológica O Sítio. Em novembro de 2020 foi selecionado para o Creative Code Festival em Nova York, participando com dois vídeos. A partir 2020 começou a promover aulas remotas de código criativo na plataforma Códigos Fazem Arte. Desde então, já recebeu alunos de diversas partes do Brasil e do mundo. Em abril de 2021 fez parte do projeto Homeostasis Lab – Novo Tempo, exibindo peças interativas na exposição Habitar a Duração. Foi convidado a participar da inauguração da seção online de arte generativa da galeria the Artling, (Singapura). Foi um dos três artistas escolhidos pelo renomado fotógrafo britânico Nick Knight a participar do projeto moving logos, promovido pelo SHOWstudio (Londres), o projeto (vídeo) foi lançado em novembro de 2021. No início de 2022 foi convidado pela Generative Gallery para a mega exibição pública Megalopolis em Moscou junto a grandes artistas digitais russos e de diversas partes do mundo. Após ter sido selecionado em 2020 pelo FILE (Festival Internacional de Linguagem Eletrônica), exibição que foi cancelada devido a pandemia, acaba de ser confirmado como atração no FILE 2022 (São Paulo).

Programação completa

7/4 | Quinta-feira 19h30 | Praça do MIS | Show de Fernando Catatau com participação de Rodger Rogério, Uirá dos Reis e Jeyci Viana.

8/4 | Sexta-feira 18h | Praça do MIS | Aula Magna “Cultura Negra e Indígena: Por mais política de Diversidade” – com Zelma Madeira

19h30 | Praça do MIS | Show Mateus Fazeno Rock

9/4 | Sábado 18h | Praça do MIS | Aula aberta “Conhecendo o que é programação criativa” – Com Rafa Diniz

19h30 | Praça do MIS | Show da Vacilant

10/4 | Domingo 17h | Casarão | Visita mediada à exposição Laboratório de Sentidos – Com André Scarlazzari e Marcus Vale

Programação das Exposições

Horário de funcionamento para o público – Quinta a domingo, de 13h às 21h

*Excepcionalmente no dia 07/04, o acesso às exposições se dará até às 19h.

– Ontem choveu no futuro – Batman Zavareze – Anexo – Sala imersiva – andar -2

– Laboratório dos Sentidos – Curadoria de André Scarlazzari – Casarão – Espaço expositivo

– Sotaques e Zoadas – Vídeos de Tibico Brasil – Telões distribuídos pelo MIS

Serviço MIS

Complexo Museu da Imagem e do Som Chico Albuquerque

Horário de funcionamento

Quinta a domingo – 13h às 21h

Entrada gratuita.

Para entrada nos espaços internos, é obrigatório uso de máscara e apresentação de comprovante com o esquema vacinal completo contra a Covid-19 (três doses para pessoas com 18 anos ou mais).