Técnico em serviço de saúde: apoio especializado e cuidado no dia a dia da assistência

12 de abril de 2022 - 13:56 # # # # #

Teresa Fernandes/HRN, Jéssica Fortes/HM, Bruno Brandão/HGWA e Débora Morais/Helv - Texto e fotos

A técnica em laboratório Rejane Maria Silva Pacheco recebe e processa os materiais biológicos, realiza exames e opera os equipamentos analíticos

Na próxima quinta-feira (14), comemora-se o Dia do Técnico em Serviço de Saúde, que está presente em todas as áreas da assistência e cujo papel é essencial no funcionamento dos serviços prestados ao cidadão. Seja na Farmácia, na Enfermagem, na Radiologia, nas Análises Clínicas, na Saúde Bucal ou em outras especialidades, o profissional é responsável por procedimentos que integram e aprimoram o cuidado com o paciente.

No Hospital Regional Norte (HRN), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) administrada pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), a técnica em laboratório Rejane Maria Silva Pacheco, 43, recebe e processa os materiais biológicos, realiza exames e opera os equipamentos analíticos.

Há nove anos na instituição, Pacheco explica que sua atividade é imprescindível para a condução dos casos atendidos. “Considero de extrema importância o nosso trabalho, pois as condutas da equipe médica e multiprofissional têm como ponto de apoio principal o resultado dos exames. Nossa função é fazer com que os laudos retornem para a equipe com qualidade e no tempo oportuno. Não só os profissionais, mas também os pacientes e as famílias aguardam esses pareceres”, ressalta.

A equipe de auxiliares de laboratório colhe os materiais biológicos e os encaminha para a triagem, onde a área técnica processa as amostras. “Preparamos os equipamentos com controles e calibradores de forma que os resultados cheguem em tempo hábil aos prontuários para que, assim, os médicos adotem uma conduta, que pode ser a alta ou a prescrição de um antibiótico, por exemplo”, completa.

Suporte para a equipe médica

“Nós somos um importante suporte para os médicos no diagnóstico e no tratamento das doenças”, destaca Ademar Cardoso, que está há mais de quatro décadas no Hospital de Messejana

O Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM) conta com 43 técnicos de laboratório, dentre eles, Ademar Cardoso, 64, que trabalha na unidade há mais de quatro décadas. “Nós somos um importante suporte para os médicos no diagnóstico e no tratamento das doenças. Quando um paciente chega à Emergência, é solicitado um exame para avaliar a quantidade de troponina no sangue e identificar se há uma lesão cardíaca. Outra análise que nós realizamos é a dosagem quantitativa de tacrolimus, que mostra se o órgão do paciente transplantado está sendo rejeitado. A nossa agilidade e precisão ajudam a salvar vidas”, entende.

Abreu da Silva, 43, está desde 2008 no HM e também fala da profissão com orgulho. “Sou técnico de laboratório desde os 18 anos e costumo dizer que não sei fazer outra coisa na vida. Sempre procurei aprender mais e estou constantemente em busca de conhecimento e inovações para agregar”, declara.

O profissional já atuou em praticamente todos os setores da unidade e, durante a pandemia, treinou outros colaboradores da área para atuarem na coleta dos testes de covid-19. Em 2016, concluiu a faculdade de Biomedicina e passou a desempenhar as duas funções. “Eu amo trabalhar no laboratório, amo minha profissão e amo a família que construí no Hospital de Messejana”, diz.

“Sou técnico de laboratório desde os 18 anos e costumo dizer que não sei fazer outra coisa na vida”, declara Abreu da Silva

Saúde Bucal

No Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA), unidade da Sesa também administrada pelo ISGH, a técnica em Saúde Bucal (TSB) Meyriane Santos destaca-se no que faz. Ela é a única profissional TSB do HGWA e, atualmente, cuida dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Adulto. Para ela, o amor pelo trabalho é seu maior motivador.

Há oito anos na instituição, Santos iniciou sua trajetória em consultórios, mas foi o desafio de cuidar dos pacientes que impulsionou a carreira e sua especialização. “Temos um serviço de atendimento domiciliar no qual, todas as quintas-feiras, acompanho o dentista nas visitas. Já na UTI, cuido do tratamento bucal dos internados, vendo se há algum problema ou lesões e se é necessária intervenção cirúrgica, sempre comunicando ao médico”, detalha.

Meyriane Santos é a única técnica em Saúde Bucal do HGWA

Com tantas pessoas que atende diariamente, a técnica recorda alguns momentos que marcaram sua carreira. “Lembro de uma paciente que atendi na UTI. Pouco consciente, ela não falava e, todos os dias, eu fazia sua limpeza bucal. Quando retomou a consciência, ela lembrou de quando eu ia ao leito e disse que adorava a sensação de boca limpa sempre que eu fazia o procedimento”, conta.

A paixão pelo ofício a emociona. “É uma grande satisfação poder ajudar. Sou realizada e sinto que meu trabalho é cada vez mais essencial. Outros hospitais estão vendo a importância de um técnico em Saúde Bucal na UTI e estão abrindo espaço para esse profissional”, avalia.
Radiologia

No Hospital Estadual Leonardo Da Vinci (Helv), o supervisor técnico em Radiologia Jowffe Monteiro, 31, conta que seu trabalho atual é a realização de um desejo antigo. “Eu tinha amigos que trabalhavam em hospitais da Rede [Sesa] e eles sempre me falavam como era bom. Depois que entrei no Helv, pude ter essa experiência e, para mim, traduzir o que o paciente tem internamente por meio da imagem é a grande mágica do nosso serviço, pois é assim que podemos contribuir para a saúde da população”, afirma Monteiro, que está há um ano na unidade.

“Traduzir o que o paciente tem internamente por meio da imagem é a grande mágica do nosso serviço, pois é assim que podemos contribuir para a saúde da população”, afirma Jowffe Monteiro

Jowffe entrou para a área da Radiologia em 2007, quando viu uma panfletagem na escola em que estudava. Sua carreira teve início em Aracaju (SE), onde surgiram as oportunidades de aprendizado e experiência em raio-x e tomografias. No retorno a Fortaleza, o técnico começou a fazer parte da equipe do Helv e lembra os primeiros desafios de trabalhar em um hospital referência para casos de covid-19.

“No início, a receptividade da minha família não foi muito fácil, porque era uma doença sobre a qual pouco se sabia e, na minha função, a gente lida com todo o tipo de paciente. Lembro que um dia antes de vir, eu e minha esposa choramos juntos, mas a gente conversou e entendeu que minha missão seria a de salvar vidas. Hoje, eu sou muito realizado e estou onde queria”.