Instruções de Táticas Individuais são incorporadas na rotina diária dos policiais militares do Ceará

27 de abril de 2022 - 11:52 # # # #

Ascom SSPDS - Texto, vídeo e foto

Os agentes da segurança que fazem parte da Polícia Militar do Ceará (PMCE) são capacitados sobre como devem agir no trato com arma de fogo de uso individual, sobre noções de exploração de abrigo, posições táticas, além de protocolos de sobrevivência em situações de riscos e durante os períodos de folga. Esses treinamentos são denominados de Instruções de Táticas Individuais (ITIs), uma disciplina de formação instituída em 2020 pelo Comando Geral da PMCE. As orientações são fornecidas para auxiliar como os PMs devem agir em ações preventivas, em procedimentos ao sair de casa, no trato com o uso da arma de fogo e algemas, além de orientações básicas e treinamentos voltados para técnicas de sobrevivência policial.

No Comando Tático Motorizado (Cotam) do Comando de Policiamento de Choque (CPChoque) da Polícia Militar do Ceará, onde a disciplina é aplicada na formação de novos policiais, as Instruções de Táticas Individuais deixaram de ser apenas uma formação e foram incorporadas à rotina do quartel. “Todos os dias temos o treinamento que visa manter o policial sempre ativo na parte operacional. Então, diariamente, nossos policiais repassam essas instruções antes de irem para as ruas”, informa o major Marcos Leandro, comandante do Cotam.

O oficial explica que essas instruções visam preparar o policial para atuar de forma individual e coletivamente. “Ao chegar às forças especializadas, como o Cotam, o Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e o Bepi (Batalhão Especializado de Policiamento do Interior), os policiais aprendem a trabalhar com os diversos armamentos e a atuarem seja numa patrulha motorizada, numa patrulha a pé ou em qualquer situação. Mesmo sendo uma disciplina que é vista em cursos, nós, através dos treinamentos diários, mantemos a preparação das nossas tropas reforçando as ITIs”, ressaltou.

O comandante do Cotam informa que profissionais que compõem o Policiamento Ostensivo Geral (POG), em épocas de estágio, por exemplo, realizam o treinamento da disciplina de Instruções de Táticas Individuais (ITIs) no batalhão especializado. “Recentemente formamos mais de 15 turmas, quando repassamos da mais básica à mais avançada instrução de tática individual, para que todos os policiais da corporação tenham capacidade, estando de serviço ou mesmo de folga, de operar e de se defender”.

“O policial do Cotam já é especializado nesse tipo de treinamento, porém, é justamente por ser especializado é que ele é posto à prova, sendo reforçado esse treinamento diariamente para que possa, numa situação de estresse, adotar um comportamento compatível com que a instituição espera no tratamento para com o cidadão”, destaca o tenente Mikael Carvalho, oficial de planejamento do Cotam, responsável pelo treinamento da corporação.

“Normalmente, antes de entramos em serviço, nós realizamos alguns tipos de treinamentos que iremos vivenciar na rua, seja ele a instrução de tática individual, que é um tipo de treinamento que induz o policial a ter um comportamento tático e que dá subsídios para que ele possa operar na rua, como também treinamos tipos de abordagem a pessoas, a veículos e em edificações”, acrescentou.

O tenente explica que o efetivo do Cotam é dividido em quatro grupos de serviço e todos eles repassam os treinamentos rotineiramente: “Em uma semana elencamos um determinado tipo de instrução e passamos para os grupos para que todos do efetivo tenham a oportunidade de treinar a instrução que estamos ofertando”.

Uma dessas instruções são as oficinas com arma curta e arma longa. Ele explica que o efetivo treina o saque da arma de fogo, o engajamento e recarga do armamento. “Numa situação de confronto será necessário fazer esse tipo de recarga. No treinamento, o policial está numa situação de conforto, não está numa situação de estresse, a vida dele não está em risco. Porém, na rua, ao se deparar com esse tipo de situação, o policial vai estar adrenalizado, a vida dele estará em risco. Então, nós treinamos justamente para tentar minimizar algum tipo de risco, algum tipo de erro”, explicou.

Sobrevivência policial

Na aplicação das Instruções de Táticas Individuais (ITIs) há uma atenção nos protocolos de sobrevivência policial em situações de riscos durante os períodos de folga. “O policial estando de folga continua sendo policial. E se ele optar em andar armado tem que entender que estando de folga e armado ele estará sozinho, não contará com o apoio da guarnição da qual faz parte. Por isso, é preciso que ele esteja em estado de alerta maior ainda”, alerta o major Marcos Leandro. “Nas ITIS tratamos do tema Sobrevivência Policial para que cada vez mais os policiais tenham consciência e capacidade, se for necessário, de reagir numa situação de emergência, estando de folga”.

Outra capacitação voltada aos agentes de segurança é o curso de Abordagem Policial e Tiro Defensivo. As aulas são promovidas por meio da Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará (Aesp) e referem-se a um programa de qualificação técnico-profissional de 40 horas/ aula, destinado à especialização e à atualização das práticas de abordagem, manuseio do armamento e tiro policial defensivo, além de promover o conhecimento das técnicas operacionais policiais militares constantes no Manual de Procedimentos Operacionais da PMCE (POP/ PMCE). Esse curso é destinado aos policiais militares que operam no Policiamento Ostensivo Geral (POG) das Unidades Policiais Militares da Capital, da Região Metropolitana e do Interior do Estado.

Cotam

Criado em 6 de setembro de 1999, o Comando Tático Motorizado (Cotam) integra a estrutura do Comando de Policiamento de Choque (CPChoque) da Polícia Militar do Ceará (PMCE). O efetivo conta atualmente com 166 profissionais especializados que fortalecem a segurança em Fortaleza, nas cidades da Região Metropolitana, nos municípios do interior, além de missões interestaduais. “Patrulhamos no policiamento tático em apoio às unidades operacionais da PMCE, em locais onde existem conflitos conflagrados e nessas regiões é necessário o emprego de uma tropa especializada. São exatamente nessas situações que o Cotam é acionado”, destaca o comandante do batalhão especializado, major Marcos Leandro.