Unidades de saúde estimulam o uso de material reciclável entre colaboradores e pacientes

17 de maio de 2022 - 17:04 # # # # # #

Márcia Catunda, Valéria Alves e Teresa Fernandes - Ascom CCC | HRC | HRN Texto
Divulgação/CCC Fotos

Iniciativas resgatam a identidade da pessoa internada por meio do acesso às memórias afetivas, de atividades significativas e de experiências terapêuticas

Organizar campanhas para reciclagem de materiais específicos como garrafas pet, lacres, latinhas, lixo eletrônico, óleo de cozinha, dentre outros, é considerada uma prática comum em iniciativas de voluntariado – que ganharam mais destaque neste momento de crise econômica e sanitária em consequência da pandemia de covid-19.

A Casa de Cuidados do Ceará (CCC), equipamento da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), incentiva os colaboradores e o público externo a arrecadar material reciclável – como papel, papelão, metal e plástico. A proposta visa a colaborar para um meio ambiente mais sustentável a partir da criação de materiais para práticas integrativas.

“Aqui na Casa, criamos o projeto ‘Oficina Produtiva’. Nessa atividade, os pacientes criam novos objetos com o material reciclável, ajudando no desenvolvimento de novas habilidades e no compartilhamento de conhecimento entre eles. Inclusive, é um estímulo para educá-los geração de renda, levando consigo a possibilidade de vender seu produto produzido no equipamento ou fabricar futuramente fora da Casa”, ressalta Kamylle Guanabara, terapeuta ocupacional da CCC.

As atividades lúdicas e coletivas que envolvem trabalhos manuais com material reciclável auxiliam a despertar o potencial criativo do paciente, conforme acrescenta Lorena Coelho, psicóloga da unidade administrada pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH). “Esse processo promove um novo sentido à vida e um resgate da identidade da pessoa internada por meio do acesso às memórias afetivas, de atividades significativas e de experiências terapêuticas. Com as práticas manuais, o paciente descobre talentos que, muitas vezes, nem sabia que tinha”.

No Brasil, a Lei 12.305, de 2010, instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Dentre seus objetivos, estão: “não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos”. Para estimular a reflexão sobre o tema, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) instituiu o 17 de maio como Dia Internacional da Reciclagem.

Reciclagem dentro e fora do ambiente de trabalho

 

No Hospital Regional do Cariri (HRC), em Juazeiro do Norte, também da Rede Sesa, os colaboradores são estimulados a realizar o descarte correto de resíduos sólidos, seja no setor em que trabalham, por meio do projeto Selo Verde, ou mesmo trazendo alguns itens de casa.

Todos os meses, a Comissão de Gerenciamento de Resíduos em Serviços de Saúde visita as áreas e, caso tenham cumprido à risca todas as orientações sobre o descarte correto dos materiais (como perfurocortantes, substâncias biológicas e resíduos comuns), recebem um selo verde. Caso contrário, os trabalhadores recebem uma etiqueta vermelha. A iniciativa já surtiu efeito e reduziu entupimentos nas redes de esgoto.

Os profissionais são incentivados, ainda, a trazer de suas casas pilhas e baterias que não funcionam mais para que, a partir do HRC, esse material seja descartado corretamente. Da unidade hospitalar, os itens arrecadados são encaminhados para associações que fazem a destinação adequada.

Sustentabilidade

O Hospital Regional Norte (HRN), em Sobral, promove coleta seletiva de lixo. São colhidos resíduos comuns, sépticos e recicláveis. A Comissão de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (CGRSS) da unidade, em parceria com uma empresa de reciclagem local, tem conseguido reduzir o volume de lixo descartado para o meio ambiente a partir de uma segregação mais eficiente daquilo que sobra.

“Sustentabilidade é um dos nossos valores. Para nós, é muito importante o gerenciamento correto dos resíduos porque impacta na conservação ambiental, no descarte correto dos resíduos e na redução de custos para o hospital“, pontua a coordenadora da Comissão, Geisiane Melo.

Todo o lixo produzido no HRN é encaminhado para a Central de Resíduos, que faz a pesagem de volumes, o armazenamento e a destinação correta conforme o tipo. Além disso, colaboradores do equipamento participam de treinamentos sobre a temática.