Fórum do Serviço Social debate atuação dos profissionais da área no período da pandemia

27 de maio de 2022 - 16:36 # # # # #

Bruno Brandão (HGWA), Teresa Fernandes (HRN), Isabelle Azevedo (HRSC) e Valéria Alves (HRC) Texto
Bruno Brandão, Teresa Fernandes e Isabelle Azevedo Fotos

Atividade ocorreu de forma simultânea em unidades da Rede Sesa

O papel do Serviço Social em meio a cenários de calamidade pública, como o da pandemia de covid-19, foi debatido, nessa quinta-feira (26), durante o Fórum do Serviço Social, realizado nos hospitais Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA), em Fortaleza, e nos regionais Norte (HRN), do Sertão Central (HRSC) e do Cariri (HRC). As unidades da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) são administradas pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH).

Com o tema “Situações de desastres requerem assistentes sociais: respostas concretas às demandas imediatas e articulação com a rede, a atividade ocorreu de forma simultânea nos equipamentos.

O HGWA recebeu representantes de outras unidades da Rede Sesa situadas na Capital, como do Hospital Estadual Leonardo da Vinci (Helv), da Casa de Cuidados do Ceará (CCC) e de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

A abertura do fórum contou com as falas da diretora de Gestão de Cuidado e Ensino do ISGH, Virgínia Silveira; da diretora de Processos Assistenciais do HGWA, Thaís Lobo; da diretora-geral das UPAs, Camila Machado; da diretora de Gestão e Atendimento do Helv, Rafaela Neres; e da coordenadora da CCC, Ítala Oliveira.

A palestra magna foi conduzida por Pâmela Santos da Silva, membro do Conselho Regional de Serviço Social da 3ª Região, que abordou as responsabilidades públicas e privadas envolvidas nas situações de calamidade pública, além da importância da contribuição do profissional da área na sociedade.

Na ocasião, Thaís Lôbo pontuou o crescimento e a importância do serviço dentro do HGWA. “A temática do fórum é surpreendente, extremamente relevante. O Serviço Social dentro do hospital representa a dignidade do ser humano. O que se busca com o serviço é a restauração dos seus direitos, de ele ser enxergado como um ser independente, que tem os seus desejos e as suas vontades, dentro de regras e ética. Isso é essencial que seja valorizado. No HGWA, temos o Serviço Social sempre dentro das visitas multidisciplinares, discutindo o paciente como um todo”, considerou a diretora de Processos Assistenciais.

“Passamos dois anos sem ter esse momento, que reúne os profissionais para discutir assuntos relevantes para o setor e o nosso contexto como profissional de saúde. É o momento de reafirmar a importância da profissão e nossos princípios éticos”, disse a coordenadora da área no Helv, Thaysa Rodrigues.

Olhar integral para o paciente

No HRN, em Sobral, a palestra magna foi proferida pela coordenadora do Serviço Social do grupo AIAMIS, Isabelle Melo. “É preciso olhar para as responsabilidades públicas e privadas envolvidas nas situações de calamidades públicas para que a contribuição dos assistentes sociais seja fundamentada nos princípios e valores voltados para a garantia de direitos, da democracia, da equidade e da justiça social“, introduziu.

Melo ressaltou, ainda, o papel do assistente social e a necessidade de olhar as pessoas em sua realidade total. “Que desigualdade é essa e como se forma? Quem são os usuários e os marcadores sociais que fazem esse sujeito? Precisamos olhar as pessoas pelo viés da interseccionalidade“, sublinhou.

Na unidade, também foi realizada uma mesa com o tema Intervenção do Serviço Social em situações emergenciais nos diversos campos de atuação. “A explanação do tema central foi espetacular, agregou bastante no cotidiano profissional, tanto na teoria como nas práticas”, avaliou a coordenadora do área do HRN, Iara Pinto.

Fortalecimento da categoria

No HRSC, em Quixeramobim, o debate contou com a participação de representantes da rede municipal. “Acreditamos que a iniciativa seja um momento de fortalecimento da nossa categoria, em que estamos nos reunindo novamente e vendo as articulações necessárias para o trabalho em rede”, afirmou a coordenadora do Serviço Social do equipamento, Angélica Silva.

Para a assistente social Meyrilane Barros, representante do Sindicato dos Assistentes Sociais (Sasec), é preciso ter clareza do papel desses profissionais nos momentos de calamidade pública. “Mesmo onde há uma situação de calamidade pública, nós, enquanto assistentes sociais, trabalhamos enquanto categoria profissional. Não podemos sucumbir aos apelos do projeto conservador da nossa profissão que quer que a gente desenvolva ações voltadas ao voluntarismo, ao conservadorismo, com práticas que não condizem mais com a realidade da nossa profissão”, ponderou.

Políticas sociais

No HRC, em Juazeiro do Norte, o evento contou com a participação de representantes de diversos órgãos do município e do Estado. A partir do tema proposto neste ano, a coordenadora do Serviço Social da unidade, Amanda Sampaio, indicou a necessidade de dialogar com profissionais que atuam nos diversos espaços sócio-ocupacionais, enfrentando os dilemas e as contradições decorrentes do capitalismo.

“Neste fórum, discutimos a realidade das políticas de Saúde, Assistência Social e Previdência Social, no conjunto da Seguridade Social brasileira, que é tarefa primordial para a formação profissional de assistentes sociais, tendo em vista que sua atividade se debruça sobre a operacionalização das políticas sociais, bem como, tendo como norte a partir do projeto ético-político, a defesa dos direitos da classe trabalhadora”, argumentou Sampaio.