Ciclopatrulhamento da Polícia Militar: profissionais de segurança mais próximos da população

3 de junho de 2022 - 11:56 # # # # #

Ascom SSPDS - Texto e fotos

Se você ainda não a utiliza como meio de transporte, já deve ter cruzado com algumas delas no trânsito. Neste Dia Mundial da Bicicleta, 3 de junho, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) estimula a população cearense a abraçar um novo hábito saudável e, também, aproveita o ensejo para apresentar um pouco do trabalho realizado pelo ciclopatrulhamento da Polícia Militar do Ceará (PMCE). Pois, muitas vezes, tudo o que é preciso são apenas duas rodas, uma corrente e um pedal para fazer toda a diferença na sua vida.

São 149 profissionais de segurança trafegando de bicicleta pelas avenidas, ruas, balneários, orla, praças e pontos turísticos de Fortaleza. Além dos batalhões de Policiamento Turístico (BPTur) e de Meio Ambiente (BPMA), o ciclopatrulhamento se faz presente nas áreas do 5º, do 8º, do 17º, do 18o e do 22º batalhões da PM (BPMs). São mulheres e homens que, diuturnamente, elevam a sensação de segurança da população, realizando um trabalho minucioso de contato próximo e direto com o público, sem deixar de lado as abordagens e a repressão ao crime.

“O ciclopatrulhamento é essencial porque aumenta o arco de visão do policiamento realizado a pé, desenvolve uma maior proximidade com a comunidade e eleva a sensação de segurança”, corrobora o comandante do ciclopatrulhamento do 17º BPM, Capitão J. Fernandes, que atua na área do Conjunto Ceará. “Além da redução dos Crimes Violentos contra o Patrimônio (CVPs), é perceptível que ele (ciclopatrulhamento) gera uma maior confiança da população nas equipes policiais”, complementa citando a utilização desse tipo de veículo em pequenas vias e eventos com grande público.

Outro diferencial no atendimento das ocorrências é a rapidez do deslocamento, considerando as limitações que o trânsito impõe todos os dias, é o que pontua a 1ª tenente Lucena. “Na área do Centro, você conta com um contingente enorme de pessoas circulando e uma ampla gama de corredores comerciais. Com a bike, o policial pode subir numa calçada, ou até entrar numa praça, e chegar mais rápido até onde a presença dele foi solicitada, isso sem causar um risco de acidente”, explica a subcomandante do ciclopatrulhamento da 1ª Companhia do 5º Batalhão da Polícia Militar (1ª Cia / 5º BPM).

Com o corpo mais visível e em prontidão para servir, não são poucos os pedidos de informações gerais. “O ciclopatrulhamento traz uma maior proximidade entre o Estado e a população. Ao adotar as bases do policiamento comunitário, se cria um vínculo e uma maior proximidade com o público. É mais fácil o cidadão chamar a atenção do policial de bicicleta do que na viatura. E nem sempre quem nos procura precisa coibir algum tipo de crime. Às vezes, quer saber onde fica determinado ponto turístico, ou um bom local para comer”, ilustra o tenente Maximiniano, do BPTUR.

Uma aliada da sociedade que fortalece o policial

Os benefícios desse tipo de abordagem policial se estendem à saúde do profissional de segurança. Não à toa há cadastros de reserva para atuar no ciclopatrulhamento do 5º e do 17º BPMs. “A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que apenas 30 minutos de atividade física diária são capazes de reduzir o risco de contrair até 42 doenças metabólicas, como obesidade, hipertensão, diabetes, Alzheimer e até mesmo algumas variedades de cânceres”, comenta o cabo da PM, Allan Christiann, que também é profissional de educação física e fisiologia do exercício e nutrição esportiva.

Christiann explica ainda que pedalar ajuda na tonificação da musculatura, em especial no fortalecimento e na resistência dos membros inferiores (pernas). “Outra melhoria é também na respiração. Haja vista que o simples fato de você andar de bicicleta, por um período acima de 20 minutos, já caracteriza um exercício físico aeróbico, o que aumenta a capacidade do corpo de captar mais oxigênio. Além do profissional executar a sua tarefa, como policial militar, ele também está cuidando da própria saúde e do futuro dele”, sentencia.

Senta que lá vem a história

A maior parte dos historiadores apontam que a bicicleta é uma invenção humana que data de 1817. Um ano antes, o barão Karl Von Drais assistia o custo de vida da Alemanha crescer vertiginosamente, ao mesmo tempo em que a neve se acumulava em vias públicas e o acúmulo das cinzas do vulcão Monte Tambora, na Indonésia, fez a produção de alimentos em todo Mundo despencar, alastrando a fome em toda Europa. As condições eram tão ruins que até muitos cavalos utilizados para transportar comida morreram.

O primeiro modelo de bicicleta era um molde todo feito em madeira, além de não vir com pedais ou guidão, como hoje conhecemos essa modalidade de veículo. Von Drais faleceu 34 anos após a criação do próprio invento e mais 34 anos após sua morte, a bicicleta já tinha atingido os mesmos moldes de como a conhecemos hoje. A ideia, que serviria como transporte público ideal dois séculos depois: rápido, barato e ecologicamente correto, não o enriqueceu e, infelizmente, o inventor alemão faleceu ridicularizado e no ostracismo.

Somente em 12 de abril de 2018, a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu os benefícios social, econômico e ambiental desse meio de transporte para a humanidade. Ao aprovar o Dia Mundial da Bicicleta, a Assembléia das Nações Unidas reconheceu ainda o custo das mortes no trânsito para os países em desenvolvimento. Em alguns desses países, esse tipo de tragédia gera uma perda anual de 5% do Produto Interno Bruto (PIB). O maior número de vítimas são jovens.