Surf Salva: SSPDS destaca a importância do projeto do CBMCE no Dia Internacional do Surf

20 de junho de 2022 - 11:45 # # # # #

Ascom SSPDS - Texto

Se há uma praia e ondas arrebentando, eles estão lá. Seja em grupos ou sozinhos, realizando manobras radicais ou simplesmente aproveitando o vaivém das correntes marítimas. Muitos desses homens e mulheres que têm nesse esporte radical como um dos principais hobbies são peças fundamentais na prevenção de afogamentos e na ajuda de resgate de banhistas. Por isso, neste Dia Internacional do Surf, celebrado no terceiro sábado de junho, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS/CE) presta uma homenagem a esses bravos guerreiros destacando o projeto Surf Salva, do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE), que desde sua criação, em 1995, já formou mais de sete mil surfistas.

O Projeto Surf Salva foi implantado em 1995 pelo então capitão BM Ronald Aguiar, que em sua gestão, formou 100 surfistas. Já a partir do ano seguinte, o então o 2º tenente José Cláudio Barreto, hoje coronel Barreto, assumiu o projeto e teve a iniciativa de torná-lo permanente, com o objetivo de ampliar a cobertura de guarda-vidas na orla marítima do Ceará.

Atualmente, o coronel Barreto, que continua como coordenador do projeto, comemora o sucesso do Surf Salva que tem criado uma rede de colaboradores em prol de prevenir acidentes e salvar vidas, com mais de sete mil surfistas capacitados. “O surfista é o visitante mais assíduo de nossas praias, embora na maioria das vezes sem nenhum treinamento, ele acaba se envolvendo em salvamentos, que em sua grande maioria são bem-sucedidos, podendo eventualmente ter um fim trágico para ambos. É aqui onde os ensinamentos do Projeto Surf Salva vem como uma virada de página, treinando os surfistas. É uma forma rápida de educação de surfistas na arte de prevenir e salvar”, destaca o coronel.

“Nosso objetivo é ensinar os surfistas, que estão nas praias de nosso litoral e consequentemente diminuir o número de afogamento, sem que para isto se torne uma vítima da situação. Desta forma podemos passar este aprendizado a outros, multiplicando o conhecimento, resultando em milhares de vidas salvas em nosso Ceará e em todo o País”, acrescenta o coordenador.

Atualmente a equipe do Projeto Surf Salva do CBMCE é formada pelo coronel Barreto, major Chailon, subtenente Amaro, sargento Jairo e o soldado Batista. Eles ensinam aos surfistas técnicas básicas de prevenção, resgate e primeiros socorros com o uso da prancha dos próprios surfistas.

Capacitar para o socorro

Um dos instrutores do Surf Salva, o major Chailon Fonteles, explica que o objetivo do projeto é capacitar os surfistas no resgate de afogados até a chegada de equipes do Corpo de Bombeiros Militar e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O curso é realizado durante quatro dias, com carga horária de 16 horas/aulas, que são distribuídas nas técnicas de salvamento aquático, usando o próprio pranchão do surfista em técnicas de recuperação do afogado. Classificando ainda seu grau de afogamento, bem como aplicando os primeiros socorros até chegar o socorro especializado.

“O surfista já é um conhecedor nato do comportamento do mar, já sabe onde tem corrente de retorno. Então, no Surf Salva trabalhamos a prevenção a fim dos surfistas orientarem turistas e banhistas sobre determinadas áreas que sejam propícias ao banho, por exemplo. Caso o afogamento aconteça, o surfista, a partir dos conhecimentos adquiridos, vai saber abordar usando sua prancha, mantendo a sua segurança, trazendo a vítima até a areia e dando o tratamento específico até a chegada do socorro, evitando que a situação de afogamento da vítima se agrave”, explica o major Chailon.

São em média 20 alunos por turma, respeitando esse período pandêmico, mas em época normal o projeto pode atender até 45 surfistas por edição. Este ano, já foram realizadas edições do Surf Salva nas praias do Titanzinho (Serviluz), Barra do Ceará, Praia do Futuro, na Abreulândia (Cofeco), no Cumbuco (Caucaia), na Taíba e, o mais recente, na Praia do Iguape, que aconteceu nos dias 6 a 9 de deste mês, com 16 participantes. Ao final da capacitação os surfistas recebem um certificado do Corpo de Bombeiros. Nesta segunda-feira (20) será realizada uma nova edição do Surf Salva na Beira Mar de Fortaleza.

Projeto que salva

Atleta de stand up paddle e instrutora de surf, Kilvia Cardoso, uma das participantes da edição realizada no Iguape, em Aquiraz, faz um relato emocionado sobre o que o Surf Salva representa na sua vida: “A importância do Surf Salva para mim começa lá atrás. Há cerca de 10 anos, eu tive a chance de assistir a esse curso, mas eu ainda era muito nova e eu não podia ter o certificado, mas já estava lá adquirindo o conhecimento. Naquela época eu e meu primo estávamos no mar e houve um acidente: ele perdeu a sua prancha. Como eu estava com a minha prancha e já tinha tido as instruções do Surf Salva de como oferece flutuação, eu fiz o salvamento dele”, relembra.

“Agora, com 21 anos, eu tive a chance de fazer o curso e me sinto ainda mais apta para colaborar no salvamento de vítimas quando eu estiver surfando. Competindo ou em momentos de lazer, vou estar pronta para salvar vidas”, comemora a surfista.

O também instrutor de surf, Eronildo Araújo, destaca a importância dessa capacitação para os surfistas do Iguape. “Com esse treinamento, caso aconteçam afogamentos aqui nas praias da região, nós estaremos preparados para fazer o resgate no mar, realizar os primeiros socorros, pois o objetivo e importância maior é salvar vidas”, destacou.

Dia Internacional do Surf

O Dia Internacional do Surf foi criado em 2004 pela Surfrider Foundation, organização ambiental sem fins lucrativos dos Estados Unidos da América (EUA), que trabalha para proteger e preservar os oceanos e praias do mundo. A data é comemorada todos os anos, sempre no terceiro sábado do mês de junho. O objetivo principal do dia é assinalar a cultura de vida do surf, mas também chamar a atenção para a proteção ambiental das praias e dos oceanos e para o cuidado com a vida dos surfistas e banhistas.