Dermatite atópica: especialistas do Hias alertam para os sinais da doença e estimulam conscientização para reduzir estigmas
7 de outubro de 2022 - 15:33 #Dermatite atópica #Hias #saúde
Letícia Maia - Ascom Hias - Texto e Foto
Nesta semana, uma ação foi promovida na unidade para dialogar com os pequenos e seus responsáveis sobre a condição
Placas vermelhas descamativas, capazes de gerar coceira e inflamação na pele, são sintomas sugestivos de dermatite atópica. De acordo com especialistas, a doença surge, principalmente, na infância, podendo manifestar-se ainda no primeiro ano de vida. Quando não tratada, a condição pode gerar repercussões de diversas ordens, comprometendo aspectos físicos e psicológicos de pacientes e de seus respectivos familiares.
Nesse sentido, o Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), unidade vinculada à Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), oferece acompanhamento especializado no âmbito da Alergologia e da Imunologia a crianças e adolescentes devidamente encaminhados pela Central Estadual de Regulação. Além disso, o equipamento busca disseminar, por meio de atividades lúdicas, informações didáticas acerca da patologia, cujos sinais não representam riscos de contágio.
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Nesta semana, em parceria com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), uma ação foi promovida para dialogar com os pequenos e seus responsáveis. Para a finalidade, apresentações musicais, associadas à contação de histórias, reforçaram, de maneira leve e descontraída, a importância dos cuidados precoces, da assistência adequada, do respeito e da inclusão social de pessoas acometidas pelas lesões. A iniciativa faz alusão ao Dia Nacional de Conscientização sobre a Dermatite Atópica, celebrado em 23 de setembro.
Dermatite atópica: como diagnosticar?
De acordo com Gislane Julião, médica alergologista do Hias, o diagnóstico é clínico e não demanda, obrigatoriamente, exames ou testes. Pessoas com predisposição genética estão mais vulneráveis ao problema. Diante de manifestações cutâneas suspeitas, a unidade básica de saúde mais próxima deve ser procurada para uma avaliação inicial.
Tratamento
Uma vez detectada, a condição demanda atenção especial para melhorar a qualidade de vida e evitar complicações, a exemplo de infecções secundárias.
“Muitas pessoas apresentam acometimento leve e podem ser tratadas pela Atenção Primária com boa chance de melhora progressiva. Entretanto, as formas moderadas e graves têm sido cada vez mais evidenciadas e precisam ser devidamente assistidas por especialistas para diminuir o sofrimento físico e psicossocial envolvido”, alertou.
Além dos medicamentos tópicos, imunossupressores, imunobiológicos e pequenas moléculas vêm melhorando o prognóstico de casos mais severos. “O aprimoramento dos tratamentos elevam as nossas esperanças e ressignificam a relação de pacientes, familiares e médicos com a doença”, acrescentou.
Nilda Lopes, avó da pequena Raynara, traz a neta, periodicamente, ao Hias para o acompanhamento da dermatite atópica, identificada há cerca de oito anos. “Quando fomos encaminhadas para cá, nós nos enchemos de esperança. Aqui, encontramos acolhimento, informação, atendimento de qualidade e todo o tratamento necessário. Hoje, todas nós dormimos melhor e elevamos a nossa qualidade de vida”, avaliou, sorridente.
Dermatite atópica não é transmissível
Conforme Janaira Fernandes, médica alergologista do Hias, a pele representa o principal cartão de visita de alguém. Portanto, é necessária uma constante união de esforços para buscar soluções e reduzir estigmas. “Além de cuidar de todos os aspectos envolvidos, precisamos combater o bullying, chamar a atenção dos setores de saúde para aprimorar logísticas e minimizar os preconceitos diante da sociedade. A dermatite atópica não é transmissível. As pessoas não precisam ter medo ou vergonha”, reforçou.
De acordo com Liana Jucá, presidente da Absai Regional Ceará, 20% da população infantil enfrenta a condição. “Nossos esforços estão direcionados a melhorar a qualidade de vida de quem sofre com essa patologia crônica, que não tem cura, mas tem controle. Quanto mais cedo o início do tratamento, melhor”, apontou.