Setor industrial cearense da “química fina” é destaque na economia local e no Nordeste
18 de outubro de 2022 - 15:49 #destaque #Ipece #nordeste #química fina
Pádua Martins - Ascom Ipece - Texto
O Ceará se destaca, na economia local e no Nordeste, no setor industrial da “química fina”, onde as maiores participações estão nos segmentos de aditivo de uso industrial; adesivos e selantes; produtos de limpeza; cosméticos, perfumaria e higiene pessoal; tintas, vernizes, esmalte e lacas, resultado medidos por unidades em operação e no total de pessoas ocupadas. A constatação – e muitas outras – está no Ipece/Informe/edição especial (nº 218 – setembro/2022) – Estudo dos Setores Produtivos: Uma Análise da Indústria Química Cearense no ano de 2019, que acaba de ser publicado pela Diretoria de Estudos Econômicos (Diec) do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).
De acordo com o autor do trabalho, o assessor Técnico Eugênio Pacelli, que contou com a colaboração de Alexsandre Lira Cavalcante, analista de Políticas Públicas, na indústria química fina estadual a inovação tecnológica se apresenta como fator crítico de competitividade, fazendo necessário a cooperação entre empresas, universidades e parques tecnológicos. Ele lembra que, em passado recente, pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) identificaram potenciais produtos em segmentos da química fina a serem fabricados pela indústria local. Entre eles ácidos e óleos especiais, antioxidantes naturais, produzidos a partir de microalgas; aditivos derivados do líquido da casca da castanha (LCC).
O Ipece/Informe/Especial compreende uma sequência de descrição e análises de setores produtivos cearenses. O acúmulo desses estudos tem como objetivo contribuir para o entendimento da dinâmica da matriz produtiva cearense. Na nova edição objetivo central apresentar a indústria química cearense, buscando identificar os setores e os segmentos produtivos que possuem maior representatividade na indústria de transformação cearense e também sua participação na indústria química nordestina. Ele ressalta que essa pesquisa exploratória sinaliza a oportunidade de investimento no setor de química fina no Estado do Ceará, face uma representatividade significativa neste setor do empresariado cearense na região nordeste, considerando aqui o número de empresas instaladas e pessoal ocupado identificado na pesquisa realizada”.
Tamanho da Indústria da Química
O Brasil possui um total de 6.658 unidades em operação na indústria química, com um total de 296.342 pessoas ocupadas, gerando um valor de transformação industrial de R$ 100,4 bilhões. Do total de unidades, a região Sudeste concentra 55,56%, seguida pela região Sul (22,77%) e Nordeste (12,69%). Com relação ao total de pessoas ocupadas, a região Sudeste eleva ainda mais sua participação, com 62,85%, seguido pelas regiões Sul (17,89%) e Nordeste (11,59%). Por fim, a região Sudeste também detém a maior participação no valor da transformação industrial de 64,65%, novamente seguido pelas participações das regiões Sul (15,63%) e Nordeste (13,46%).
No Nordeste, a Bahia tem a maior participação na indústria química dentre os estados, concentrando 33% das unidades, 36% do pessoal ocupado e 56% do valor de transformação industrial (VTI) nordestino. De acordo com Pacelli, a Indústria Química da Bahia foi impulsionada pela a implantação do polo petroquímico de Camaçari, o que possibilitou a atração de várias empresas do setor integradas a partir dos derivados do petróleo, em grande parte estatais.
O segundo estado em destaque é Pernambuco, que responde por 21% das unidades em operação, 27% do pessoal ocupado e 23% do VTI da indústria química da região. Ambos, Bahia e Pernambuco, concentram 79% do VTI do setor no Nordeste. O Ceará ocupa a terceira colocação regional, com participação de 20% das unidades operacionais, 14% da força de trabalho, mas com apenas 7% do VTI. “A partir da análise conjunta dessas três variáveis sinaliza que as empresas químicas cearenses devem ser de pequeno e médio porte, mais intensivas em mão de obra e menos intensivas em capital que as empresas localizadas nos estados da Bahia e Pernambuco” – frisa o Assessor Técnica da Diec. O estudo completo já pode ser acessado na página do Ipece.
Clique aqui e acesse o IPECE Informe Nº 218 – Estudo dos Setores Produtivos: Uma Análise da Indústria Química Cearense no Ano de 2019.