Uece recebe patente por invenção de produto fitoterápico para cicatrização

20 de outubro de 2022 - 15:02 # # # # #

Adriana Rodrigues (Ascom/Uece) - Texto

A Universidade Estadual do Ceará (Uece) obteve, no último dia 18, do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), a aprovação de sua segunda carta-patente. O documento visa à proteção nacional da invenção do “processo de obtenção de um extrato enriquecido polissacarídico de caesalpinia ferrea, formulação tópica à base de extratos enriquecido de polissacarídeos de caesalpinia ferrea, uso e processo para obtenção da mesma”.

A invenção é das professoras Ana Maria Sampaio Assreuy, Maria Gonçalves Pereira, Said Gonçalves da Cruz Fonseca e Lívia de Paulo Pereira.

Trata-se de uma nova formulação à base de produto fitoterápico para o tratamento de lesões dermatológicas, a partir de extratos enriquecidos de polissacarídeos obtidos da casca do caule da planta caesalpinia ferrea, conhecida popularmente como jucá e pau-ferro. Preferencialmente na forma de pomada, a invenção pode ser usada no tratamento de lesões dermatológicas em pacientes gerais, diabéticos ou acometidos de outras enfermidades que dificultam o processo de cicatrização de feridas. O produto, portanto, insere-se no ramo farmacêutico.

O produto já passou por fase pré-clínica, ou seja, por testes em laboratório. “A pomada foi testada para verificar o seu poder cicatrizante, mostrando-se capaz de acelerar e antecipar o tempo para cicatrizar as feridas”, destaca a professora e inventora Maria Gonçalves.

A pesquisadora e sua equipe planejam os próximos passos. “Buscaremos parcerias com empresas interessadas em investir na produção dessa pomada e na continuidade dos estudos clínicos [testes em humanos], bem como buscar verbas junto às instituições de fomento no âmbito federal e estadual”, informou Maria Gonçalves.

Essa é a segunda aprovação de patente da Uece, em menos de dois anos. A primeira carta-patente da instituição foi recebida em 2021, após oito anos de seu depósito. A aprovação da segunda patente levou menos de cinco anos. Para o reitor da Uece, professor Hidelbrando Soares, “essa conquista é mais um indicativo da firmeza com que a Uece vem trilhando esse caminho de consolidação de sua maturidade acadêmico-científica e da robustez de sua atuação na produção científica e tecnológica.”

O gestor destaca, ainda, que “o que é produzido na Universidade é entregue à população cearense e brasileira para seu benefício, já que, aqui, produzimos ciência e fortalecemos nossa relação com a indústria, com foco no serviço qualificado que prestamos, historicamente, à sociedade. Estamos muito orgulhosos dessa conquista!”

A coordenadora do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT/Uece), professora Denise Carvalho, comemora a conquista anunciada na semana do Dia Nacional da Inovação, celebrado em 19 de outubro. “Estamos muito satisfeitos com a importância da pesquisa gerada na nossa universidade. Graças ao que é produzido aqui em nossos laboratórios, por nossos pesquisadores e equipes, envolvendo professores, alunos e funcionários que valorizam a universidade, as nossas produções acadêmicas podem contar com esse grande acervo de tecnologia que são protegidas, em todo o tempo, pelo NIT”, explica a gestora destacando o processo da invenção enquanto pesquisa, antes da solicitação de patente.

“A carta-patente é um segundo passo para as conquistas, uma vez que nossas tecnologias estão prontas para serem transferidas e irem ao mercado, beneficiando cada vez mais o povo cearense, o povo brasileiro e, quem sabe, até de outros países. Nosso conhecimento gerado é colocado em prática, adquirido para o desenvolvimento dessa tecnologia, resultado de muito esforço e dedicação de toda a nossa universidade”, finalizou a coordenadora do NIT/Uece.