AIT: neurologista do HRC explica doença que atingiu o humorista Renato Aragão

16 de dezembro de 2022 - 10:57 # # # #

Valéria Alves - Ascom HRC Texto
Letícia Rodrigues Arte gráfica
Divulgação Foto

O acidente isquêmico transitório (AIT) sofrido pelo ator e humorista Renato Aragão, o Didi, no início deste mês aumentou a procura da população por mais detalhes sobre a doença, suas causas, as medidas de prevenção e o tratamento.

O neurologista Gustavo Vieira Rafael, coordenador da Unidade de AVC do Hospital Regional do Cariri (HRC), da rede da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), afirma que fatores de risco como diabetes, hipertensão e sedentarismo aumentam a probabilidade de desenvolver o AIT. O profissional explica, ainda, a diferença deste para um acidente vascular cerebral.

Confira a entrevista.

O que é um AIT?
O acidente isquêmico transitório é a interrupção momentânea da circulação sanguínea em uma parte do cérebro.

 

Qual a diferença entre o AIT e o AVC?
São, na verdade, a mesma doença. A diferença é que, no AVC, a falta de circulação sanguínea leva a um dano permanente no cérebro, gerando sequelas no paciente. No caso do AIT, o paciente melhora completamente e fica sem sequelas.

E os sintomas também são os mesmos?
Não há diferença. Os sintomas são os mesmos. Quando a boca fica torta, quando há fraqueza no braço ou perna, e a fala fica embolada, deve-se procurar a emergência hospitalar o mais rápido possível.

Como se dá o tratamento?
O tratamento inicial é o mesmo tanto para o AVC como para o AIT. A diferença é que o paciente com AIT conseguirá ficar sem sequelas. Lembrando que, se o paciente tiver mais de 60 anos, pressão alta, diabetes e, dependendo da duração dos sintomas (mais de uma hora, por exemplo), existe um risco de o AIT evoluir para um AVC (até 8% nas primeiras 48 horas; 12% nos primeiros sete dias e 18% nos primeiros 90 dias).

Como a população pode se prevenir?
Os fatores de risco para o AIT são os mesmos do AVC e, por isso, as formas de prevenção também se repetem. É importante buscar diariamente atitudes que afastem a pessoa do grupo de risco: fazer atividades físicas, evitar o uso de cigarro e o consumo frequente de álcool, por exemplo. No caso de pessoas com comorbidades, como hipertensão, diabetes e doenças cardíacas, é importante realizar acompanhamento médico para manter os quadros de saúde sob controle.

O HRC também atende casos de AIT?
Sim, o hospital está preparado para atender a todos os pacientes com AIT e AVC.