Uece e SDA discutem aquisição de produtos da Agricultura Familiar
1 de fevereiro de 2023 - 12:38 #Abastecimento RU #Agricultura Familiar #Chamada Pública 2023001 #SDA e Uece
Marcel Bezerra - Ascom SDA - Texto
A aquisição de até R$ 1,2 milhão em gêneros alimentícios da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural para abastecimento do Restaurante Universitário (RU) da Universidade Estadual do Ceará (Uece) foi o tema da reunião ocorrida na manhã desta terça (31), na sede da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA).
Na ocasião, o futuro secretário do Desenvolvimento Agrário, Moisés Braz, recebeu no gabinete da secretaria o reitor da universidade, professor Hidelbrando Soares, e o deputado estadual Missias do MST. Eles trataram da articulação entre as instituições estaduais no sentido de uma parceria na divulgação e organização dos agricultores para a comercialização dos produtos junto à Uece, que lançou em janeiro a Chamada Pública nº 20230001.
O secretário Moisés Braz colocou a SDA à disposição da Uece no sentido de ajudar a estimular as cooperativas e associações a vender para a Uece, que adquire os gêneros por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Ele lembrou que cerca de 92% dos assentamentos de reforma agrária do estado são coordenados pelo movimento sindical por meio da Fetraece e pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST).
“Nossos agricultores e agricultoras terão demandas importantes como a da Uece e a do Programa Ceará Sem Fome, prioridade do governo Elmano que também deve adquirir gêneros da pequena produção. Por isso, é preciso que estejam organizados e garantam a produção”, declarou. Na opinião do secretário, a política de perfuração de poços para a produção dos agricultores pode aumentar a produção do segmento e atender aos programas oficiais, com garantia de preço justo.
Participaram da reunião ainda o pró-reitor de Administração, Fernando Santos, e o coordenador dos Restaurantes Universitários, David Bruno. Segundo o reitor, professor Hidelbrando, a Uece implementa os RUs como uma política estudantil que impacta diretamente nos resultados da instituição. “Dos 18 mil alunos de graduação da universidade, cerca de 3 mil têm situação de vulnerabilidade econômica comprovada de acordo com os critérios do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Fecop). Nossos levantamentos comprovam que a alimentação fornecida pela instituição reduz a evasão e melhora o desempenho acadêmico dos estudantes”, revelou ele, ao informar que cerca de 2600 pessoas/dia são alimentadas pelo restaurante em Fortaleza.
Por isso, acrescenta, “tomamos a decisão de adotar uma alimentação com base na agricultura familiar”. O reitor pontua que a intenção da universidade é adquirir principalmente hortifrutis e cereais. No ano passado, foram investidos cerca de R$ 800 mil nessa modalidade de compra. “Nossa intenção é adquirir até R$ 1,2 milhão em produtos com essa origem, com prioridade para assentamentos de reforma agrária e empreendedores da agricultura familiar. Por isso contamos com a SDA para ajudar na divulgação dos editais”, coloca.
Para o deputado Missias do MST (PT), “quando você garante a compra, estimula a mão de obra familiar, evita que os jovens tenham de sair do campo para procurar emprego na cidade”.
A concessão de bolsas de permanência para os alunos com perfil Fecop é outra política para evitar a evasão na Uece. “Hoje contamos com cerca de 1.300 bolsas e estamos lutando para ampliar este número”, adiantou Hidelbrando. De acordo com o reitor, apenas 20% dos alunos da Uece têm renda familiar acima de três salários mínimos.
A estrutura da Uece para alimentação dos alunos conta atualmente com quatro unidades ativas, sendo os restaurantes do Itaperi, em Fortaleza, e da Fafidam, em Limoeiro do Norte, além dos refeitórios da Fecli em Iguatu e do Centro de Humanidades em Fortaleza. Em 2022, foram fornecidas 300.162 refeições nos restaurantes universitários.
Entre os critérios de seleção da chamada pública divulgada em janeiro estão, por ordem, fornecedores locais, regiões geográficas imediatas, regiões geográficas intermediárias, Estado e país. No mesmo sentido, a ordem de prioridade é para assentamentos reforma agrária, indígenas, quilombolas, gêneros orgânicos (Registro MAPA) e cooperativas.