Alimentação saudável, prática de atividades físicas e uso moderado de fones de ouvido preservam a saúde auditiva

3 de março de 2023 - 11:10 # # # # #

Isabelle Azevedo - Ascom Helv - Texto
Divulgação/Helv e Freepik - Fotos

Profissionais do Hospital Leonardo Da Vinci também ponderam o uso de haste de algodão na limpeza do órgão

Instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Dia Mundial da Audição é marcado neste 3 de março. A data amplia o debate sobre a importância do diagnóstico precoce de lesões que podem desencadear a perda auditiva total, ocasionando a surdez.

O otorrinolaringologista Iure Lira, do Hospital Estadual Leonardo Da Vinci (Helv), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), lembra dos cuidados necessários com a saúde da audição, fundamentais para pessoas de todas as faixas etárias.

“Desde criança já se pode ter problemas de audição. Por isso, é muito importante a gente fazer o teste da orelhinha quando a criança nasce, pelo próprio Sistema Único de Saúde (SUS). Todos os recém-nascidos têm de realizar o exame. Assim, conseguimos fazer um rastreio de crianças com risco de perda da capacidade de percepção de sons”, explica o médico.

Segundo Lira, uma alimentação saudável, rica em potássio, e a prática constante de atividades físicas contribuem para a preservação da saúde auditiva. O profissional também orienta tratar corretamente as infecções no ouvido, as otites, causadas por vírus ou bactérias. Resfriados comuns e alergias são fatores de risco.

“Seja em crianças, adultos ou idosos, a perfuração da membrana do tímpano pode ocasionar lesão nas estruturas da orelha média, na parte mais interna. Então, se há dor de ouvido ou se começou a sair secreção na região, é necessário avaliar com um profissional para que a intervenção seja feita o quanto antes, evitando a perda de audição”, recomenda o otorrinolaringologista.

Cuidados diários

De acordo com a fonoaudióloga Nívea do Vale, atuante no Ambulatório de Audiologia do Helv, algumas simples ações ajudam a manter a saúde auditiva. A profissional pondera sobre o uso da haste de algodão durante a limpeza do órgão.

“Não se deve introduzir nada no ouvido: nem haste, nem tampa de caneta ou grampos. Nada que vá danificar as estruturas do aparelho auditivo. A cera é uma proteção, não sujeira. Esse cerume vai te proteger de infecções e de gerar inflamações. Na parte da orelha, a mais externa, no entanto, a limpeza deve ser feita com a ponta da toalha, após o banho, por exemplo”, indica.

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O uso constante de fones de ouvido também merece atenção. Excesso de ruídos, pontua a fonoaudióloga, colaboram para a perda auditiva. “Se precisar usar o objeto, utilizá-lo numa intensidade baixa e dando intervalos de tempo”.

Pessoas que usam o acessório de forma recorrente devem realizar o exame de audiometria anualmente. “O teste é o método mais eficaz para detectar alguma perda auditiva. Se não puder fazê-lo, recomendamos perceber o ambiente de trabalho, o diálogo entre pessoas, observando a presença ou não de ruídos”, diz Nívea do Vale.

Ambulatório de Audiologia

No Helv, equipamento sob gestão do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), o Ambulatório de Audiologia funciona desde 2021. O serviço avalia pacientes que vão passar ou já passaram por uma cirurgia otorrinolaringológica. Só nos dois primeiros meses deste ano, 318 exames foram realizados no local, entre audiometrias tonal e vocal (para investigar a capacidade de ouvir e interpretar sons) e imitanciometrias (teste complementar para averiguar a condição auditiva).

Ambulatório de Audiologia do Helv já realizou mais de 300 exames em 2023

Diagnósticos a partir da timpanometria, pesquisas de reflexos acústicos e da complacência da membrana timpânica, além de provas da função tubária, também são realizados no espaço.

Coordenadora do setor de Fonoaudiologia do Helv, Wigna Raissa reforça a atuação de profissionais especializados na assistência. “Isso dá uma maior qualidade ao atendimento. A campanha da OMS de 2023, ressaltando justamente esses cuidados com o ouvido e a audição para todos, é muito pertinente com o que a gente faz aqui. Além dos exames, há todo um trabalho de orientação e de conscientização com os pacientes”, sublinha.