Programa Irrigação na Minha Propriedade fortalece cadeia produtiva da irrigação no Ceará
17 de março de 2023 - 17:24 #cadeia produtiva #ematerce #Minha Propriedade #Programa irrigação #SDA
Ascom Ematerce - Texto e foto
Técnicos da Ematerce Anderson Mourão e Aline Chaves e o coordenador estadual de Ater do PIMP, Nizomar Falcão, com o produtor Artur Antunes, em Limoeiro do Norte.
Implantado para fortalecer a cadeia produtiva da irrigação, o Programa Irrigação na Minha Propriedade (PIMP) é coordenado pela Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), por intermédio da Coordenadoria do Desenvolvimento da Agricultura Familiar (Codaf) e da Ematerce, a empresa responsável pelas ações de assistência técnica e extensão rural (Ater) aos produtores rurais familiares.
O Programa já ultrapassou 558 projetos instalados em quase todos os municípios e regiões do Ceará. Desde sua criação, em 2016, promoveu significativa mudança de paradigmas, no Estado, ao alterar o modelo de irrigação concentrada para uma modalidade difusa. A importância está em aproveitar, especialmente, as pequenas reservas de água subterrânea, em manchas de solos aluviais dispersas na caatinga, como alternativa à acumulação de água superficial nos açudes, que sofre evaporação continuada.
O engenheiro agrônomo da Ematerce, Anderson Mourão, com o produtor Raimundo Bernardo, do sítio Gangorra, em Limoeiro do Norte.
Desde sua concepção pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, em 2016, quando houve o aporte de R$ 14,6 milhões, sendo R$ 8,1 milhões do MDR e R$ 6,4 milhões do Governo do Ceará, foram elaborados 835 projetos, sendo que 558 estão instalados e em pleno funcionamento, 93 em instalação e 184 aguardando início do processo. São de responsabilidade da Ematerce a seleção e o cadastramento dos produtores rurais pretensos beneficiados; o acompanhamento técnico da operacionalização da área irrigada e a assistência técnica e extensão rural, de forma continuada.
Na lista dos pré-requisitos para os agricultores familiares fazerem parte do programa estão: ser agricultor familiar e possuir CAF (Cadastro da Agricultura Familiar); ser proprietário ou possuir documento contratual de terra (mínimo de um hectare) por mais de 10 anos; ter fonte de água segura (8,5 m³/hora) durante todo o ano; ainda não possuir sistema de irrigação fixo e não ter pendências fiscais, bancárias ou jurídicas.
O pecuarista Jussier Bandeira, proprietário do Sitio Junqueira, em Limoeiro do Norte, mostrando o sistema de irrigação financiado pelo PIMP.
O PIMP está amparado pela Lei Nº 16.035, de 20 de junho de 2016, cujo financiamento tem dois anos de carência e pagamento dos recursos, investidos, em cinco parcelas iguais e anuais, com reembolso de 50% do valor do capital pelos agricultores familiares. A irrigação, em regiões secas, como no Ceará, é uma técnica que quando bem orientada pela extensão rural, associada a um conjunto de boas práticas agronômicas e manejos dos solos e da água, favorece a obtenção de grandes produtividades.
Vale ressaltar que a prática da tecnologia de irrigação, de forma localizada, tem o seguinte objetivo: aumentar a produção e a produtividade; reduzir perdas na produção; minimizar os riscos climáticos e meteorológicos (seca e estiagem) e auxiliar na aplicação de insumos. “A opção do PIMP, pela irrigação localizada, deveu-se ao fato de ser um método que leva em consideração aspectos, como clima, topografia, solo, cultura a ser irrigada, disponibilidade financeira e tecnológica do agricultor familiar”, explica o coordenador do programa, na Ematerce, o engenheiro agrônomo Nizomar Falcão.
O PIMP tem abrangência em todos os municípios do Estado do Ceará, com as seguintes quantidades de projetos instalados: Alto Santo (13), Amontada (01), Arneiroz (01), Assaré (07), Banabuiú (29), Brejo Santo (36), Cariús (30), Catarina (04), Cedro (24), Crato (06), Deputado Irapuan Pinheiro (04), Ererê (12), Ibicuitinga (20), Icó (02), Ipaumirim (03), Jaguaribe (11), Jati (05), Jucás (15), Lavras da Mangabeira (36), Limoeiro do Norte (37), Madalena (07), Mauriti (52), Milhã (15), Mombaça (21), Morada Nova (37), Nova Russas (04), Orós (07), Poranga (02), Quixadá (08), Quixelô (47), Quixeramobim (02), Quixeré (13), Saboeiro (07), São João do Jaguaribe(12), Senador Pompeu (11), Solonópole (06), Tarrafas (01). Estes são dados atualizados, até fevereiro de 2023.
Bons exemplos
Como exemplos de excelentes desempenhos de pequenos agricultores familiares, beneficiados pelo PIMP, são citadas três unidades rurais, no município de Limoeiro do Norte, nas localidades de Gangorra, Sapé e Junqueira. No sítio Gangorra, de propriedade do agricultor familiar Raimundo Nonato Ribeiro (Raimundo Bernardo), em área de um hectare, são plantados feijão, maxixe e milho, no sistema de consórcio, usando-se a bagana de carnaúba para reter a umidade do solo e diminuir o consumo da água e energia elétrica. Atualmente, a mão de obra utilizada é familiar (seis filhos). A venda da produção é feita, diariamente, na comunidade e na sede do município, complementando a renda familiar, mediante a comercialização do pó extraído da carnaúba.
No PIMP instalado no sítio Sapé, de propriedade do pecuarista Artur Antunes Régis, com 16,5 hectares, a área irrigada do programa é ocupada com a plantação de capim da variedade Tanzânia, no sistema de pastejo rotacionado.
O pecuarista Artur Antunes planta capim e alimenta as seis vacas do rebanho, em lactação, obtendo uma média de 10 litros de leite por animal, fornecido “in natura” nas casas dos fregueses. O valor do litro do leite é de R$ 3,50, o que resulta em uma renda mensal mais do que suficiente para as duas famílias (pai e filho), que moram na propriedade.
Outro projeto de irrigação exitoso implantado é o do sítio Junqueira, de propriedade do casal Jussier Bandeira e Lucitiana Lima, com área total de quatro hectares. Na área do sistema, é irrigado um hectare de milho e a produção vendida aos pecuaristas da região para ração animal. A renda da família é complementada com venda da produção de limão e outras frutas, além de feijão. As áreas, irrigadas do PIMP, em Limoeiro do Norte, recebem assistência técnica do escritório da Ematerce e os técnicos responsáveis são os engenheiros agrônomos Anderson Chaves e Aline Chaves, afora os técnicos em agropecuária, Jacilene Silva e Renata Oliveira.