Psicologia oncológica infantil fortalece a autonomia do paciente e o vínculo familiar durante tratamento

30 de março de 2023 - 13:23 # # # #

Ana Lídia Coutinho - Ascom Hias - Texto
Letícia Maia - Foto

Atenção em saúde mental contribui para que as crianças convivam da melhor forma com a doença e tenham qualidade de vida

A psicologia hospitalar oncológica é uma área que busca promover o bem-estar emocional de pacientes e suas famílias durante todo o processo assistencial. No Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), o apoio psicológico às crianças atendidas no Centro Pediátrico do Câncer (CPC) ocorre desde o impacto com o diagnóstico, passando pela adaptação e pelas alterações bruscas na rotina, inserida no contexto hospitalar, até os desafios do tratamento.

Conforme a psicóloga clínica e hospitalar Harrys Andrade, o apoio psicológico à criança com câncer é imprescindível para o fortalecimento da autonomia e do protagonismo dos pequenos durante a terapia. Além disso, contribui para que o paciente possa conviver da melhor forma com a doença e ter qualidade de vida.

“Diferente do adulto, a criança está em fase de desenvolvimento maturacional e cognitivo, o que pode acarretar prejuízos significativos na vida de um ser em formação. Por isso, o acompanhamento psicológico é essencial para auxiliar na adaptação às mudanças ocorridas diante de um tratamento longo, que irá requerer muito tempo dela no Centro Oncológico”, explica Andrade.

Vínculos de apoio e confiança

A assistência em saúde mental é extensível à família, responsável também pela reestruturação emocional do paciente, de forma a abordar pontos de urgência apresentados e desenvolver vínculos de apoio e confiança. “É fundamental que os pais e/ou cuidadores estejam fortalecidos emocionalmente para acolher a demanda da criança, já que são as pessoas nas quais ela confia e quem passam segurança e apoio nos momentos de maior sofrimento”, enfatiza Andrade.

Dentre as dicas práticas para oferecer apoio emocional aos pequenos em tratamento oncológico, estão a escuta psicológica e o diálogo aberto com os pais; a permanência, quando possível, de uma rotina de atividades lúdicas já praticadas pela criança; o contato (on-line ou físico) com familiares e amigos, além dos cuidados de higiene necessários para prevenir infecções.