Cooperação entre ÍRIS e Ministério da Cultura resulta em edital mais acessível e inclusivo

5 de abril de 2023 - 16:21

Amélia Gomes - Texto
Letícia Bernardo e Isac Bernardo - Artes

O edital Prêmio Carolina Maria de Jesus de Literatura Produzida por Mulheres 2023, lançado nesta quarta-feira (5), é o primeiro do Governo Federal com aplicação combinada das técnicas de Linguagem Simples, Direito Visual e Design Editorial

No contexto do setor público, o uso de Linguagem Simples, Direito Visual e Design Editorial é uma inovação e facilita o diálogo entre o governo e a população. O ÍRIS | Laboratório de Inovação e Dados do Governo do Ceará, integrante da Casa Civil, tem sido pioneiro na aplicação combinada dessas técnicas no estado e agora compartilha suas metodologias e conhecimentos com a Secretaria de Formação, Livro e Leitura do Ministério da Cultura (MinC).

A parceria entre as instituições resultou na simplificação do edital Prêmio Carolina Maria de Jesus de Literatura Produzida por Mulheres 2023, o maior edital literário do país para mulheres e o primeiro do Governo Federal usando três técnicas inovadoras para torná-lo mais acessível e inclusivo.

O lançamento do edital aconteceu nesta quarta-feira (5), em evento no Palácio do Planalto, com a presença da ministra da Cultura, Margareth Menezes, e do secretário de Formação, Livro e Leitura do MinC, Fabiano Piúba. A ministra ressaltou que “o edital já nasce muito lindo e diferente, mais leve, mais fácil, mais inclusivo”. A iniciativa vai premiar 40 obras inéditas escritas exclusivamente por mulheres, com 50 mil reais. As inscrições acontecem de 12 de abril a 10 de junho de 2023, de forma on-line e gratuita, no site do Mapa da Cultura, do Governo Federal, plataforma onde está o edital que pode ser acessado através do link bit.ly/EditalPremioCarolinaMariadeJesus.

As técnicas aplicadas ao documento têm o objetivo de democratizar a informação e melhorar a experiência de leitura dos usuários, ao trazer, por exemplo: uma página de abertura que conversa diretamente com o público-alvo, tópicos clicáveis na versão digital, recursos visuais e uma página com todas as etapas do edital, desde o período de inscrição até o resultado final.

A coordenadora-geral do ÍRIS, Jessika Moreira, enfatizou a importância desse trabalho: “consideramos que esse edital vai impactar positivamente a vida de milhares de pessoas, em especial mulheres brasileiras. A construção dele é uma ação inovadora para ampliar o acesso a políticas públicas”. Jessika relata, ainda, que para chegar a essa inovação, o time do ÍRIS e do Ministério da Cultura trabalharam em cooperação, em um processo de constante aprendizado e transferência de conhecimento.

O secretário Fabiano Piúba, frisou que a simplificação do edital em parceria com o ÍRIS traz aprendizados para o Ministério da Cultura. “O nosso vocabulário, de editais e de comunicação, tem a partir de agora três palavras mágicas: Linguagem Simples, Direito Visual e Design Editorial”. Ele acrescenta, ainda, que o modelo de edital simplificado é um esforço de reduzir dificuldades de compreensão que ainda existem em um edital tradicional”.

Passo a passo da simplificação do edital

O processo para tornar o edital mais acessível e inclusivo passa por diversas etapas. Entre elas, estão: diagnóstico do documento, a partir do entendimento de oportunidades e desafios, análise e planejamento, e, em seguida, aplicação das técnicas de Linguagem Simples, Design Editorial e Direito Visual. Ele passa ainda por constantes validações técnicas e jurídicas e revisões antes do resultado final. Todo esse processo acontece junto do órgão parceiro.

Conforme explicou a gestora do Núcleo de Experiência do Usuário e Linguagem do ÍRIS, Isabel Ferreira Lima, simplificar um edital inclui alguns pontos fundamentais: “trabalhamos a hierarquia das informações e desenhamos o fluxo dessas informações sob o ponto de vista de quem vai ler e, sobretudo, usar. Privilegiamos a função comunicativa, diminuindo a sobrecarga de jargões técnicos e jurídicos. O norte é: o que a pessoa interessada precisará fazer para se inscrever e concorrer, sem dificuldades e cumprindo todas as regras? Esse é o desafio.”

A designer do ÍRIS, Letícia Bernardo, pontuou que a identidade visual do edital traz como ponto de partida a própria história de Carolina Maria de Jesus. “A gente mostra a partir da identidade visual do edital a história de uma mulher que não se limitou por sua realidade, enquanto mulher negra, catadora, ao trazer entre os elementos visuais do edital suas fotos e manuscritos”.

O que é cada uma dessas técnicas?

Linguagem Simples é um movimento social e uma técnica de comunicação para tornar as informações mais compreensíveis por todas as pessoas. Para isso, usa processos linguísticos, como clareza e concisão, e a abordagem do Design, para reforçar e complementar visualmente a mensagem textual.

Direito Visual é uma técnica usada para facilitar a comunicação jurídica, de forma que qualquer pessoa consiga entendê-la. Para isso, são usados recursos visuais (figuras, gráficos, infográficos, vídeos etc.) combinados com o texto escrito em Linguagem Simples.

Design Editorial é a área do Design que tem como foco comunicar o que é necessário, ao estruturar o uso de imagens, textos e outros elementos de forma equilibrada.

Mais sobre o ÍRIS

O ÍRIS tem o propósito promover a Cultura de Inovação no Governo do Ceará e no Brasil, e acelerar a Transformação Digital centrada no humano e impactar positivamente cidadãs e cidadãos e o ambiente público. O laboratório é pioneiro na aplicação de Linguagem Simples, Direito Visual e Design Editorial em documentos públicos jurídicos e administrativos e se destaca por conceber e implementar no Estado uma Política Estadual de Linguagem Simples.

Acesse o edital Prêmio Carolina Maria de Jesus de Literatura Produzida por Mulheres 2023