Museu da Imagem e do Som reabre exposição com novas máquinas, realiza conversa com indígenas de PE e recebe roda de capoeira

27 de abril de 2023 - 16:15 # # # #

Ascom MIS
Dayvison Teixeira - Fotos

Exposição “Laboratório dos Sentidos” ganha novos equipamentos; conversa com indígenas da etnia Funil-ô faz parte da programação do Abril Indígena; roda de capoeira acontece todo mês

O Museu da Imagem e do Som Chico Albuquerque reabrirá, neste sábado (29), a exposição “Laboratório dos Sentidos” com novos equipamentos. No domingo (30), será realizada uma roda de saberes com indígenas da etnia Funil-ô, de Pernambuco. O grupo irá conversar com o público sobre suas crenças e práticas de cura física e espiritual. A roda acontece na praça do MIS, a partir das 16h, e faz parte da programação especial do Abril Indígena, que marca o Dia dos Povos Indígenas, celebrado no dia 19 de abril. Em seguida, às 17h, acontece a roda de capoeira com a condução de Mestre Urso Preto, programação que acontece sempre no último domingo de cada mês. Todas as atividades são gratuitas e abertas ao público. O MIS integra a Rede Pública de Equipamentos Culturais da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, com gestão parceira do Instituto Mirante de Cultura e Arte.

“Laboratório dos Sentidos” reabre com novos equipamentos

Em cartaz no casarão do MIS, a exposição interativa “Laboratório dos Sentidos” fecha temporariamente nesta quinta e sexta-feira (27 e 28) para realizar uma troca de equipamentos. O espaço reabre neste sábado (29), já com as novas máquinas.

Com curadoria de André Scarlazzari, “Laboratório dos Sentidos” explora dois estímulos que fazem parte do nosso cotidiano: a luz e o som. Através dos sentidos da visão e da audição, nos conectamos com esses estímulos. Os equipamentos instalados buscam explicar várias facetas dessa relação, de forma interativa e lúdica. É possível manipular e brincar em todas as máquinas, que abordam questões como funcionamento do olho e do ouvido, ritmo, composição musical, construção de efeitos sonoros, temperatura de cor, ilusão de ótica, animação em stop motion e muitos outros aspectos que a imagem e o som nos proporcionam.

Ancestralidade Fulni-ô – Histórias, cânticos e rezos

O povo Fulni-ô vem de Águas Belas – PE e é uma das poucas comunidades do Brasil que preservam e mantêm a sua língua nativa (Yathê) e seus rituais originários. Possuem conhecimentos finos a respeito das medicinas e tradições indígenas, banhos, defumações e rezos para a cura do corpo, mente e espírito. Eles irão conversar com o público na Praça do MIS neste domingo (30), às 16h. O evento será realizado em parceria com a Árvore da Vida – Espaço terapêutico de estudos e práticas para o desenvolvimento humano, e faz parte da programação do Abril Indígena do MIS.

Videoinstalação imersiva ENCANTORÉ

Em cartaz na sala imersiva do MIS (andar -2 do Anexo), a obra “ENCANTORÉ”, de Henrique Dídimo, é uma videoinstalação imersiva, que coloca o público dentro de uma roda de Toré, dança indígena tradicional do nordeste brasileiro. Através desse “cinema ampliado”, o público é deslocado para a intimidade do ritual, tornando-se participante de um ato de encantaria. O foi selecionado pelo edital OCUPA MIS 2022, que teve como objetivo fomentar projetos colaborativos, integrados e criativos no campo da cultura, arte, tecnologia, economia e desenvolvimento. A obra é uma homenagem aos povos indígenas do Ceará, especialmente ao povo Jenipapo-Kanindé, na pessoa da Cacique Pequena. O trabalho foi feito de forma colaborativa, incluindo lideranças da Aldeia da Lagoa da Encantada e integrantes da Escola de Cinema Indígena Jenipapo-Kanindé na execução do projeto. O projeto busca criar uma zona de convergência entre o tradicional e o contemporâneo. Não apenas no conteúdo do trabalho, como na linguagem e na estratégia de abordagem do tema. Dessa forma, recursos tecnológicos e conceituais do audiovisual e da arte contemporânea são utilizados para ampliar a experiência ancestral do toré e da encantaria.

Instalação sonora ILUSÃO-CONTRA-ILUSÃO

Também está em cartaz a instalação sonora “ILUSÃO-CONTRA-ILUSÃO”, de Fábio Jenipapo, Íron Cavalcante e Júlio Lira. Localizada no hall do andar -2 do Anexo, a obra oferece três sonoridades preparadas e oferecidas para provocar ilusões sonoras “topográficas”. Em “A ilusão do Jaguar”, o foco sonoro está em uma onça que anda rugindo em torno do ouvinte. Quando há uma pausa no rugido, o foco sonoro dá atenção a ruídos de passos em folhagens secas. Uma paisagem sonora com ventos nas árvores e capins faz o pano de fundo. “A ilusão das crianças” faz imaginar que o ouvinte está no centro de uma roda de cantigas infantis. “A ilusão da pajelança” põe em cena cantos e dança de indígenas Jenipapo-Kanindé. Os sons foram gravados na aldeia indígena jenipapo kanindé.

“ILUSÃO-CONTRA-ILUSÃO” é uma vivência que se propõe a criar pontos de conexão, abrir um terreiro de uso comum, entre a realidade dos visitantes do MIS e a realidade invisível do povo Jenipapo-Kanindé e de diversas comunidades ancestrais que ainda mantém uma relação com outras espécies, ancestralidades e espiritualidades. O trabalho foi selecionado pelo edital OCUPA MIS 2022.

Roda de capoeira com Mestre Urso Preto

Também no domingo (30), o MIS recebe mais uma edição da programação “Vem vadiar no museu”, uma roda de capoeira conduzida por Mestre Urso Preto, do Centro Cultural de Capoeira Raízes Brasileiras. A roda, aberta ao público, acontece sempre no último domingo de cada mês, na praça do MIS, das 17h às 19h.

Nesta edição de abril, o momento contará com a presença dos membros do Projeto “Crianças fora da rua, dentro da capoeira” para o batizado e troca de cordas. A cerimônia simboliza o batizado de um nome ou apelido para as crianças que estão iniciando na atividade e um reconhecimento de crescimento e amadurecimento no aprendizado para aquelas que já participam há mais tempo. Criado há 27 anos, o projeto possui o intuito de modificar a vida das crianças com o aprendizado da arte da capoeira, descobrindo as suas diversas manifestações culturais, formando e aperfeiçoando a musicalidade e condição física.

Pensando no papel que os museus possuem de salvaguardar as memórias e patrimônios culturais, materiais e imateriais dentro da nossa sociedade, como uma ferramenta de mediação dessas atividades, o MIS acolhe e incentiva a manifestação da capoeira com uma roda aberta ao público, onde todos podem participar.

Serviço

MUSEU DA IMAGEM E DO SOM CHICO ALBUQUERQUE
Endereço: Av. Barão de Studart, 410. Meireles.
Funcionamento:
Terça a quinta: 10h às 18h, com acesso às exposições até 17h30.
Sexta a domingo: 13h às 20h, com acesso às exposições até 19h30.
Entrada: gratuita.

– Laboratório dos Sentidos
Funcionamento:
Quinta (27) e sexta (28): fechada para troca de equipamentos.
Sábado e domingo: 13h às 20h (acesso até 19h30).
A partir da semana que vem:
Terça a quinta: 10h às 18h (acesso até 17h30).
Sexta a domingo: 13h às 20h (acesso até 19h30).

PROGRAMAÇÃO ABRIL INDÍGENA

– Ancestralidade Fulni-ô – Histórias, cânticos e rezos
Data: 30 de abril (domingo)
Local: Praça do MIS
Horário:16h

– Videoinstalação imersiva “ENCANTORÉ”, de Henrique Dídimo
Local: sala imersiva (andar -2 do Anexo)
Funcionamento:
terça e quinta: 10h às 10h45 / 14h50 às 18h (acesso até 17h30)
quarta: 10h às 10h45 / 15h20 às 18h (acesso até 17h30)
sexta a domingo: 13h às 13h45 / 18h20 às 20h (acesso até 19h30)

– Instalação sonora “ILUSÃO-CONTRA-ILUSÃO”, de Fábio Jenipapo, Íron Cavalcante e Júlio Lira
Local: hall do andar -2 do Anexo)
Funcionamento:
Terça a quinta: 10h às 18h (acesso até 17h30).
Sexta a domingo: 13h às 20h (acesso até 19h30).

– Roda de capoeira com Mestre Urso Preto
Batismo e troca de cordas do projeto “Crianças fora da rua, dentro da capoeira”
Data: 30 de abril (domingo)
Local: Praça do MIS
Horário:17h às 19h