Mães relatam suas histórias de força e coragem que nascem do inesperado

10 de maio de 2023 - 10:32 # # # # # # #

Ana Lídia Coutinho e Bruno Brandão - Ascom Sesa - Texto
Arquivo pessoal - Fotos

Lara, filha de Sabrinny Martins, assistente social do Hias, nasceu prematura e precisou ser internada na UTI Neonatal

Há nove anos, a assistente social do Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Sabrinny Martins, foi diagnosticada com síndrome dos ovários policísticos. A partir de então, iniciou sua luta para realizar o sonho de ser mãe com a ajuda de especialistas. Depois de uma gestação que não evoluiu, ela seguiu tentando e, em julho de 2022, engravidou de gêmeas, por meio de tratamentos de reprodução assistida.

Com 22 semanas de gravidez, a colaboradora precisou ficar internada em repouso absoluto devido ao peso excessivo da bolsa de líquido amniótico, que colocava pressão sobre o útero. Após cerca de 20 dias, ela começou a sentir cólicas e entrou em trabalho de parto prematuro.

As gêmeas nasceram no dia 4 de dezembro de 2022, com pesos extremamentes baixos: Larissa, com apenas 785 gramas, e Lara, com 715. Infelizmente, Larissa não resistiu e Lara precisou ser intubada na UTI neonatal, onde passou mais de 30 dias lutando pela vida. A mãe enfrentou dificuldades nesse período, incluindo a incapacidade de amamentar. Diariamente, foi visitar sua filha, batalhando ao lado dela.

Nos 114 dias em que ficou internada, Lara teve displasia pulmonar e outras complicações devido à prematuridade extrema, enquanto Sabrinny encarava o desafio de extrair leite para alimentar a bebê. No dia 28 de março deste ano, a pequena finalmente recebeu alta da UTI neonatal.

“A maternidade veio para extrair de mim tudo o que eu não sabia que tinha: força, coragem, fé e esperança. Ter um filho prematuro é ter o coração fora do peito. Ver um serzinho tão pequenininho e perfeito, mas tão frágil, faz de você uma pessoa que vai lutar por ele para superar todas as dificuldades“, diz.

No dia 28 de março deste ano, após 114 dias, Lara finalmente recebeu alta da UTI neonatal

Para Sabrinny, trabalhar no Hias e já ter atuado no Centro de Terapia Intensiva Neonatal (CTIN) permitiu que ela entendesse não apenas os aspectos do tratamento, mas a ter esperança. “Eu já tinha acompanhado algumas histórias, embora a possibilidade de acontecer comigo nunca tivesse passado pela minha cabeça. Mas, às vezes, você é só uma mãe que precisa da compreensão da equipe de saúde para poder continuar em frente. Estar nessa situação me fez entender ainda mais a dor e a angústia das mulheres que nós atendemos e como, muitas vezes, elas só precisam que fiquemos ao lado delas enquanto choram”, afirma.

Perdas e vitórias
O Dia das Mães deste ano será especial para a técnica de Enfermagem Cristiane Saraiva. A profissional da UTI Neonatal do Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA), unidade da Sesa administrada pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), realizou o sonho da maternidade em 2022, após enfrentar alguns obstáculos inesperados.

A profissional recorda que, quando chegou ao setor, havia apenas três meses que tinha perdido seu primeiro bebê, natimorto de 41 semanas. No início, ter que trabalhar na assistência a muitas crianças não foi tarefa fácil. “O mais inesquecível para mim foi o primeiro dia no setor. Não tive como não chorar, pois eu tinha acabado de perder minha filha. A sensação foi de um conforto que Deus me deu“, recorda.

Cristiane conseguiu realizar o sonho da maternidade em 2022, com o nascimento de Ayla

Após mais uma perda, Cristiane conseguiu realizar o sonho da maternidade em 2022 e, hoje, tem nos braços sua filha Ayla, de sete meses. “Eu engravidei e me tornei mãe de uma bebê muito esperada e amada, cheia de saúde, que traz muita felicidade para nós”, celebra.

Prestes a voltar da licença-maternidade, a profissional está ansiosa para retomar a rotina com os bebês internados no HGWA. “Sei o quanto nosso papel é importante, tanto nos cuidados com os pequenos pacientes quanto no acolhimento a essas mães que chegam cheias de angústia e incertezas“, comenta.

Prestes a voltar da licença-maternidade, Cristiane está ansiosa para retomar a rotina com os bebês do HGWA

Para Cristiane, ser mãe é um dom divino. “É sentir um amor incondicional e sem limites, que nos ensina a cuidar, a perdoar, a compreender. É a realização de um sonho que transborda na mente e no coração”, declara.