Shopping Benfica abre loja com peças exclusivas de artesanato produzidas por internos do sistema prisional cearense

20 de maio de 2023 - 11:57 # # # #

Natasha Ribeiro - Ascom SAP

Após se instalar com o Quiosque Solidário no Shopping RioMar Fortaleza, o artesanato produzido pelas mãos habilidosas dos internos da Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização, através da Coordenadoria de Inclusão Social do Preso e do Egresso, passa a ser comercializado numa loja física do Shopping Benfica.

A loja funcionará de segunda à sábado de 10h às 22h e domingo de 13h às 21h no L1. As peças desta ação fazem parte do projeto “Arte em Cadeia” e estarão à venda até o dia 31 de maio. O público poderá conferir e comprar mais de 250 opções variadas de peças confeccionadas pelos internos de nove unidades que são responsáveis pela produção dos artigos. Peças como almofadas de chita, mochilas de patchwork, jogos americanos de vagonite, produtos em ponto cruz, bolsas de macramê e de crochê estarão disponíveis à venda no local. Além disso, também estarão disponíveis peças decorativas produzidas através do projeto “Reciclarte”, que reaproveita resíduos têxteis como matéria prima. São peças como artigos de mesa, tapetes, panos de limpeza, painéis de parede, porta guardanapos, chaveiros e bancos. A capacitação e trabalho de internos e internas dentro do artesanato é uma das prioridades da Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização, que já beneficia mais de 1.200 presos em diferentes projetos.

O secretário da administração penitenciária e ressocialização, Mauro Albuquerque, fala da importância do projeto para os internos. “Expor o trabalho enriquecedor que os internos fazem dentro do sistema prisional é lhes dar a oportunidade de trilhar caminhos diferentes, além de elevar a sua autoconfiança de que são capazes de resgatar com dignidade a reintegração social. Grande parte das pessoas não têm noção dos projetos que desenvolvemos e do quão isso pode refletir diretamente na sociedade. Estamos formando e capacitando pessoas que futuramente estarão contigo na rua, sem reincidência criminal e com a chance de ser alguém na vida como todo ser humano merece”, afirma.

A cliente, Maria Rosimar Leite, comenta que não conhecia o projeto. “Fiquei muito impressionada, pois não sabia da imensidão desse trabalho e a importância que é conhecer para dar maior visibilidade ao projeto. Eu trabalho com crochê e sei o quanto essa mão de obra é desvalorizada no mercado. Estou encantada e muito feliz em ver que essas pessoas privadas de liberdade estão se ressocializando por meio do artesanato. Parabéns a SAP pelo projeto e por valorizar o artesanato por meio dessas pessoas que usam as mãos para fazer essa arte”, disse.

Arte em Cadeia

As habilidades artesanais dos internos são incentivadas através do projeto “Arte em Cadeia” como forma de ocupação, remição de pena, capacitação profissional e geração de renda. O projeto possui a participação de 400 internos na produção, onde nove unidades são beneficiadas. No total, são confeccionadas 2000 peças por mês e distribuídas em três pontos de vendas: Emcetur, Unidade Prisional de Triagem e Observação Criminológica (UP-TOC) e Unidade Prisional Feminina Desembargadora Auri Moura Costa (UPF).

Neste projeto, além de aprenderem uma nova profissão, recebem o benefício da remição de pena que garante ao interno um dia de pena a menos a cada três dias de trabalho.

Os recursos arrecadados com a comercialização das peças são depositados no Fundo Rotativo do Sistema Penitenciário Cearense – FUROPEN, criado pela Lei Estadual n° 17.610, de 6 de agosto de 2021, nos quais são utilizados para manutenção dos estabelecimentos prisionais e para atividades de reinserção social da população carcerária.

Reciclarte

A arte nas unidades prisionais contribui para o processo de humanização e ressocialização dos internos através dos trabalhos diversificados oferecidos pela Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização. O artesanato tal como outras atividades existentes dentro dos presídios têm reflexo transformador.

Além do projeto “Arte em Cadeia”, a Coordenadoria de Inclusão Social do Preso e do Egresso também desenvolve o “Reciclarte”. Este projeto teve início na Unidade Prisional Francisco Hélio Viana de Araújo (UP-Pacatuba) e é desenvolvido pela artista plástica Socorro Silveira.

A iniciativa visa implementar uma nova dinâmica de oficinas de trabalho, com a reutilização de resíduos têxteis doados pela empresa Malwee, instalada no sistema prisional, especializada na confecção de peças de vestuário. Os internos são capacitados em várias técnicas de reaproveitamento de materiais recicláveis em suas criações, com foco na sustentabilidade e na promoção da arte a partir da utilização de materiais menos convencionais.