Técnica que monitora função neurológica do paciente e previne lesões é realizada no HRN

13 de junho de 2023 - 13:10 # # # #

Teresa Fernandes - Ascom HRN - Texto e foto

Técnica permite a avaliação contínua da função neurológica durante a neurocirurgia, fornecendo informações anatômicas e funcionais do paciente em tempo real

Para evitar lesões neurológicas em pacientes, o Hospital Regional Norte (HRN), em Sobral, unidade da Secretaria da Saúde (Sesa), utilizou, pela primeira vez, durante uma neurocirurgia, uma técnica que permite a avaliação contínua da função neurológica do paciente. A Monitorização Neurofisiológica Intraoperatória (MNIO) fornece informações anatômicas e funcionais em tempo real, no decorrer do procedimento cirúrgico.

“A monitorização intraoperatória ajuda a minimizar os danos aos tecidos neurais e prevenir lesões neurológicas. Essa técnica é conduzida pelo neurofisiologista clínico em parceria com o neurocirurgião durante o ato operatório”, explica o neurocirurgião do HRN, Paulo Roberto Lacerda Leal.

As principais indicações para o uso dessa técnica são as cirurgias dos tumores cerebrais, cirurgias na base do crânio, alguns procedimentos cirúrgicos da coluna cerebral e na cirurgia de epilepsia.

A primeira paciente a se beneficiar com a MNIO foi a técnica em radiologia Carmen Maria Rodrigues Camelo, 40. Diante de uma crise convulsiva e dores de cabeça, ela foi admitida na Unidade de AVC agudo do HRN, com uma suspeita inicial de isquemia cerebral. A investigação radiológica permitiu o diagnóstico de um tumor cerebral de baixo grau em uma região cerebral chamada de córtex motor primário, responsável pelo planejamento, controle e execução de atividades motoras voluntárias.

Paciente Carmen Camelo ressalta que sua recuperação foi mais rápida e ela ficou assintomática, sem prejuízo na motricidade

“Devido à proximidade do tumor com o córtex motor primário, tornou-se imprescindível o auxílio da monitorização neurofisiológica durante a cirurgia. O uso desta técnica no intra-operatório nos permitiu fazer uma ressecção máxima poupando as regiões responsáveis pela motricidade. Com isso, a paciente concluiu o procedimento sem nenhuma sequela neurológica”, explica o neurocirurgião.

A paciente ressaltou a importância da técnica nos resultados pós-operatórios. “Minha recuperação foi muito rápida e eu fiquei assintomática, sem nenhum prejuízo na minha motricidade”, diz.