Comerciantes da Ceasa doam toneladas de alimentos para o programa Mais Nutrição

27 de junho de 2023 - 11:27 # # # # #

Sheyla Castelo Branco - Ascom SPS - Texto e fotos

A rota de combate à fome e ao desperdício de alimentos começa cedinho. Às 6h da manhã, Marleide Araújo, administradora da Fábrica Mais Nutrição, sai de casa com destino à Ceasa de Maracanaú. No percurso, já no caminhão do Mais Nutrição, ela vai conversando com os carreteiros e planejando o melhor trajeto para recolher os alimentos que serão doados. A coleta vai das 7h às 12h. Marleide sabe que sua missão não pode parar. Faça chuva ou faça sol, ela percorre os boxes dos permissionários recolhendo o que seria lixo. Entre um aperto de mão e outro, ela foi conquistando a confiança dos permissionários, e nestes quatro anos do Programa Mais Nutrição vem colaborando para transformar o que seria desperdício em comida de qualidade na mesa de milhares de cearenses.

A iniciativa, que visa combater a fome, o desperdício de alimentos e garantir alimentação saudável às pessoas em situação de extrema vulnerabilidade social, já levou mais de três milhões de quilos de alimentos para a mesa dos cearenses. Neste mês de junho, o programa completa quatro anos de instalação e, nesta semana, você confere avanços e benefícios conquistados no período. Vinculado à Secretaria de Proteção Social (SPS), por meio do programa Mais Infância Ceará, o Mais Nutrição vem impactando diretamente a vida de cerca de 30 mil pessoas.

Acompanhe o trajeto

Uma das primeiras paradas do dia é na barraca de frutas e verduras da Anne Vieira (38), permissionária há 13 anos na Ceasa e cheia de carinho pelo Mais Nutrição. “Eu acredito que a fome diz respeito a todos nós e precisamos sim fazer algo a respeito. Fico muito feliz de poder contribuir com o Mais Nutrição e saber que dessa forma estou ajudando a quem precisa. Quando a gente separa o que vai para a venda e o que vamos doar, faço questão de avisar logo a Marleide para que eles venham buscar as doações. Ao longo desses quatro anos, criamos uma relação de muita amizade e quando posso ajudar, nem penso duas vezes antes de chamar eles aqui”, conta a comerciante.

Mais à frente, o caminhão pára no ponto do seu Valdir Evangelista (61), mais conhecido como “Ceará”. Ele recebe Marleide e os carregadores com um sorriso largo no rosto, e aos poucos, vários caixotes de chuchu vão preenchendo o caminhão e se juntando ao montante de alimentos que serão transformados em comida de qualidade. “Trabalho na Ceasa há 22 anos e faço questão de doar os chuchus que não vamos comercializar. Tudo que não aproveitamos vai para os projetos sociais”, enfatiza Valdir.

Antes de descarregar o caminhão, Marleide recebe uma mensagem de Lucas Ferreira (26) avisando que tem doação para o programa. “Esse processo de recolher os alimentos é sempre muito dinâmico. Recebo mensagem de quem ainda não tinha me respondido mais cedo, e assim vou replanejando nosso trajeto. O Lucas colabora com a gente desde o início do programa e faz doações de laranja, tangerina, abacate e batata doce”, conta Marleide.

No estande, as doações já estavam separadas e o aperto de mão veio junto de um sorriso de satisfação por estar ajudando pessoas que ele nem conhece, mas que, com certeza, precisam desses alimentos. “Meu pai trabalha na Ceasa há mais de 30 anos e quatro anos atrás eu decidi também vir trabalhar com ele na Ceasa. Acho o Mais Nutrição um projeto incrível porque leva alimentação para quem mais precisa, desde as famílias que estão em uma situação difícil até moradores de rua. Fazer essas doações é uma forma também da gente se preencher, de se sentir útil sabe”, explica Lucas, que todos os dias separa cuidadosamente as doações para o programa.

Em seguida, o caminhão volta para descarregar os alimentos na Fábrica do Mais Nutrição, também localizada dentro da Ceasa. Na chegada, começa o processo de seleção dos alimentos. Débora Mello é nutricionista do programa e atua dentro da fábrica. “Após a seleção, nós destinamos uma parte dos legumes e frutas para serem doados “in natura”, direto do banco de alimentos. A outra parte vai ser processada para o preparo das polpas de frutas ou desidratada para compor os kits de sopa que entregamos nas embalagens e que têm validade de um ano para consumo”, descreve.

Marleide Araújo conta que a média de recolhimento por dia é de duas a quatro toneladas. Por semana, são quase 16 toneladas de alimentos. “Esses valores são uma média, mas já chegamos a recolher 25 toneladas em um único dia na Ceasa de Maracanaú. Um dos permissionários que doa legumes, tem o costume de comprar para doar para o Mais Nutrição, caso ele não tenha”, conta a administradora.

“O Mais Nutrição só é possível pela solidariedade dos permissionários da Ceasa. Desde o princípio, tivemos a sorte de contar com essa parceria tão valiosa. Os permissionários aderiram ao projeto e estão juntos conosco desde então”, comemora a idealizadora do programa Mais Nutrição e titular da Secretaria da Proteção Social (SPS), Onélia Santana.