“Sei que nasci para dançar e essa é minha vocação de vida”, diz adolescente beneficiária de projetos da SPS

14 de julho de 2023 - 17:18 # # # # #

Sheyla Castelo Branco - Ascom SPS - Texto e foto

A adolescente é beneficiária dos projetos da Secretaria da Proteção Social e campeã do Festival de Dança de Fortaleza

Lucilene Belarmino, 15, carrega força no olhar e leveza em cada movimento que realiza nas aulas de dança contemporânea do Complexo Social do João XXIII, equipamento coordenado pela Secretaria da Proteção Social (SPS). Campeã do Festival de Dança de Fortaleza (Fendafor) pelo segundo ano consecutivo, ela conta que foi na dança que encontrou seu lugar no mundo. Acolhida no sistema de abrigamento do Estado do Ceará, Lucilene aprendeu cedo a ser resiliente, a sentir e expressar suas dores, seus medos e alegrias com o corpo. “Quando danço, eu vibro com todo meu corpo. Sei que nasci para isso e essa é minha vocação de vida”, atesta a adolescente.

“Gosto muito de dançar, nem consigo lembrar o momento exato, mas desde muito pequena quando eu via na televisão alguém se apresentando, aquilo mexia comigo, nem sei dizer o porquê exatamente. Na dança eu consigo me expressar por inteiro, me sinto segura quando danço”, conta Lucilene Belarmino, que ano passado foi primeiro lugar na apresentação de conjunto e esse ano, tirou primeiro lugar na apresentação de dupla, com o colega, Ismael Souza (18). Ismael treina karatê há quase dois anos no Complexo do João XXIII e foi convidado pela instrutora de dança contemporânea do complexo, Tamires Freitas, para fazer dupla com Lucilene e competir no Fendafor.

“Desde que o Complexo começou as atividades aqui no bairro, frequento as aulas de karatê e tenho aprendido muito. Quando a Tamires me convidou para dançar em uma competição com a Lucilene, fiquei surpreso e feliz ao mesmo tempo”, lembra Ismael, que agora pensa em fazer aulas de dança também.

“Esse diálogo entre as políticas da Proteção Social é algo riquíssimo. Ofertar os serviços e as possibilidades de um equipamento como o Complexo Mais Infância a meninos e meninas em abrigamento institucional coordenados também pela SPS é, para mim, um grande orgulho. Significa dizer que estamos possibilitando oportunidades a quem realmente precisa. Estamos dando a chance de contar histórias bonitas, criar memórias e futuros extremamente valiosos, mesmo com todos os percalços que existirem pelo caminho”, pontua a titular da SPS, Onélia Santana.

A secretária acrescenta: “Quando vejo histórias como a da Lucilene, do Ismael e da Tamires, sei que estamos construindo pontes para que eles desenvolvam todo seu potencial”.

Mônica Gondim, coordenadora de Proteção Social Especial da SPS, explica que o período provisório que crianças e adolescentes passam no abrigamento não deve ser de segregação, pelo contrário, deve ser de inclusão em todos os espaços a que eles têm direito. “Essa vitória da Lucilene mostra que estamos caminhando na direção certa e que independente de estarem momentaneamente fora do convívio familiar por situações de violação de direito, os adolescentes e crianças abrigados, podem e devem participar dos programas e projetos sociais, sobretudo das atividades extracurriculares que ofertamos nos Complexos Sociais do Mais Infância e nos demais equipamentos da SPS”, expõe a coordenadora.

“A desenvoltura deles dois é impressionante, e o que mais me emociona é saber que assim como eles, sou fruto de projetos sociais”, pontua a instrutora de dança, Tamires Freitas, que é cria do bairro Pan Americano. “Ensinar no Complexo do João XXIII é uma extensão dos meus sonhos e ver a evolução deles, as conquistas, me deixa realizada em dobro, porque sei que isso é superação e resulta da dedicação deles à dança. A Lucilene me mostra a cada dia que ela nasceu para dançar, porque não é fácil chegar ao pódio de um festival como o Fendafor, que é o maior festival de dança de Fortaleza de nível internacional, e ela ainda competiu em três modalidades diferentes”, reitera Tamires Freitas.

A cumplicidade fora e dentro da sala de aula diz muito sobre as vivências e a identificação dos alunos com Tamires. “Nossas trocas são muito ricas, eu ensino e também aprendo com eles, vamos nos fortalecendo dentro do entendimento de que nossas histórias se cruzam e se potencializam”, complementa a instrutora de dança do equipamento.

O Fendafor acontece desde o ano 2000 e propõe a montagem de um panorama de dança no Ceará apresentando uma programação que permite o diálogo entre bailarinos, coreógrafos e grupos oriundos de diversas localidades, proporcionando um momento único de fruição e intercâmbio cultural.