Secretaria da Igualdade Racial participa da tradicional Festa de Iemanjá

16 de agosto de 2023 - 16:32 # # #

Ascom Seir - Texto e fotos

Festividade foi realizada em Fortaleza e em outras cidades litorâneas do estado

A Secretaria da Igualdade Racial (Seir) é apoiadora da festividade religiosa e cultural afro-brasileira: Festa de Iemanjá, que ocorre tradicionalmente nos dias 14 e 15 de agosto. A celebração, que já faz parte do calendário cultural de Fortaleza e se populariza também na orla do Ceará, inicia-se na noite do dia 14 e segue por todo o dia 15 de agosto, dedicada às celebrações e oferendas à Rainha do Mar, Iemanjá. A festividade ocorreu em Fortaleza, Aquiraz, Aracati, Camocim, Itapipoca e em outras cidades litorâneas do estado.

Na segunda-feira (14), em Fortaleza, a Seir participou da abertura das celebrações na Praia de Iracema, no aterro, e na Praia do Futuro. As secretárias Zelma Madeira, titular da pasta, e Martír Silva, secretária-executiva, visitaram os pontos de festejos nos dois dias de festividade, dialogando com a população e comunidades de terreiro.

Para a secretária Zelma Madeira, o apoio aos eventos do festejo de Iemanjá vão além da celebração cultural e religiosa, também representa um movimento de reconhecimento desse grupo e uma ação contra o racismo religioso. “Perceber o 15 de agosto, dia em que também se comemora o dia de Nossa Senhora de Assunção, a padroeira de Fortaleza, é um fato histórico muito bom, uma demarcação, mas é preciso também presentificar, valorizar e dar o reconhecimento de uma tradição, cultura, de uma religião popular como são as religiões que cultuam Iemanjá como a grande mãe”, conta.

Zelma Madeira reforça a necessidade de respeitar as tradições, cultura e espiritualidade das pessoas de religião afro-brasileira e de matriz africana. “Para os povos de comunidades tradicionais, em particular para os povos de terreiro, esse é um momento muito importante porque é um momento de reunião, de compartilhamento e fortalecimento do que representa essas religiões, principalmente as de matrizes africanas e afro-brasileira. Aqui na realidade cearense, tendo mais ênfase na umbanda. Essa festa rememora a história e memória da umbanda no Ceará”, reforça.

Amor e tradição

Quem confirma a presença na Festa de Iemanjá há mais de 50 anos é Mãe Mocinha de Oyá (Maria Perpétua Menezes), líder do terreiro Centro Espiritual de Umbanda Rei Dragão do Mar, fundado em 1967. Iniciada por pai Peixoto de Xangô, mãe Mocinha tem como prática e vivência ancestral na Umbanda e Omolokô, religiões afro-brasileira e de matriz africana, respectivamente. A Ialorixá conta emocionada sobre as mais de cinco décadas que vai até as águas sagradas de Iemanjá renovar o seu axé e agradecer as bençãos de Iemanjá.

Memória viva da tradição da Festa de Iemanjá, mãe Mocinha conta que essa é a sua 56º participação no festejo que agora ela participa do alto do carro ao lado da imagem de Iemanjá. A matriarca conta que vê a festa crescer com o passar dos anos e que a celebração supera o preconceito religioso. “ O preconceito sempre existiu, mas vai diminuindo aos poucos. Nós pedimos a Deus, ao pai Oxalá, Iemanjá, Iansã e todos os orixás para abençoar as pessoas, tirar esse pensamento de preconceito do coração delas”.

Com a voz mansa e cativa, mãe Mocinha celebra a longevidade e importância do festejo para fé do povo de axé e para as pessoas que admiram Iemanjá como a mãe de todos os orixás. “Há mais de cinquenta anos eu vou, desde 1967. Festejar mãe Iemanjá é alegria. Ela é a nossa deusa, é a nossa fé e só nos traz benção. Todo mundo é bem-vindo, nós acolhemos a todos, quem é da umbanda, candomblé, omolokô e de outras religiões. Iemanjá abençoa a todos”, conta.