Descoberta precoce do câncer infantojuvenil aumenta as chances de cura em até 80%, diz especialista
19 de setembro de 2023 - 16:16 #câncer infantojuvenil #chances de cura #Descoberta precoce #saúde
Bruno Brandão e Ana Lídia Coutinho - Ascom HGWA e Hias - Texto e fotos
Setembro é o mês escolhido para intensificar a conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil. As unidades pertencentes à rede da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), como Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA) e o Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), atuam de maneira conjunta para dar celeridade ao diagnóstico e tratamento da doença que, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), é a primeira causa de morte por doença entre crianças e adolescentes brasileiros.
“(O Setembro Dourado) é uma data alusiva ao diagnóstico precoce. Na oncologia pediátrica essa prevenção primária é fundamental. Quanto mais precoce o diagnóstico, maiores são as chances de cura”, afirma o médico pediatra e oncopediatra Eugênio Pacelli, que atua na clínica pediátrica do HGWA.
Dr. Eugênio Pacelli atua na clínica pediátrica do HGWA, onde é feita a triagem e, em alguns casos, o diagnóstico oncológico.
O HGWA é uma das unidades da rede que recebe pacientes pediátricos e, embora não ofereça tratamentos oncológicos, durante o atendimento ambulatorial dos pacientes internados acaba por realizar muitos diagnósticos da doença. O oncopediatra Eugênio Pacelli relata que, em média, é descoberto um caso a cada dois meses. Sendo a leucemia linfóide aguda, o mais comum na infância.
“As crianças quando dão entrada aqui no hospital vêm encaminhadas pois apresentaram alguns sintomas gerais, a partir disso é iniciada uma investigação. Durante essa investigação pode ser descoberto um câncer infantojuvenil, os quais são encaminhados ao Centro Pediátrico do Câncer (CPC), que é um anexo do Hospital Albert Sabin (Hias), onde é iniciado o tratamento”, explica.
Centro Pediátrico do Câncer (CPC)
O Centro Pediátrico do Câncer do Hias é referência no diagnóstico e tratamento do câncer infantojuvenil nas regiões Norte e Nordeste.
No complexo do Hospital Infantil Albert Sabin, o CPC é a unidade referência no diagnóstico e tratamento do câncer infantojuvenil nas regiões Norte e Nordeste. Com 635 pacientes em tratamento ativo, é o único equipamento do país que possui Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusiva para pacientes onco-hematológicos pediátricos, além de possuir atendimento ambulatorial voltado apenas para o diagnóstico precoce.
O atendimento funciona diariamente, de manhã e à tarde, e atende pacientes com encaminhamento médico, sem a necessidade de passar pela regulação. Mensalmente, recebe uma média de 200 crianças e, anualmente, detecta 250 novos casos que realizam todo o acompanhamento no próprio CPC, contando com os serviços de especialidades cirúrgicas e clínicas.
Uma das profissionais pioneiras do ambulatório de diagnóstico precoce, a oncologista pediátrica Nádia Trompieri, explica que o câncer infantil tem até 80% de chance de cura se descoberto ainda no início.
“Na criança é diferente do adulto, o desenvolvimento da doença acontece de maneira mais rápida e possui características próprias. Os pais devem estar atentos aos sintomas, que podem se confundir com os de outras doenças da infância, e por isso é essencial buscar atendimento médico”, explicou.
Febre prolongada, dor nas pernas ou manchas no corpo, perda de peso, dor progressiva, cefaleia frequente e com vômito, alteração repentina de visão, nódulo ou inchaço são alguns dos sintomas mais comuns, conforme a especialista.
O paciente Clêdson de Albuquerque, de 13 anos, teve a vida salva devido ao diagnóstico precoce. A mãe dele, Sâmia Fernandes, detalha que o primeiro tumor, localizado no joelho, pôde ser totalmente curado no período de um ano. Após mais um ano e nove meses, durante exames de rotina para acompanhamento, foi encontrado um nódulo no pulmão, mas não necessitou de novo tratamento pois era tão pequeno que foi retirado na biópsia.
Acompanhado no Hias, o paciente Clêdson de Albuquerque, de 13 anos, teve a vida salva graças ao diagnóstico precoce.
“O diagnóstico precoce foi importante para as coisas estarem sob controle como estão hoje, pois o segundo protocolo é mais difícil e houve uma agilidade para fazer os exames e não precisou de quimioterapia. Em casa, o Clêdson é muito ativo, vai para a escola todos os dias, faz musculação, me sinto muito feliz, a todos que estiveram aqui com a gente ao longo do tratamento, a nossa gratidão é imensa”, disse.